Perigoso (Letal - Vol.2) romance Capítulo 11

TEMPOS DEPOIS…

Usar jeans me doía, então eu optei por leggs. Aqui o pessoal curtia tecidos mais finos e esticados, eu já falava espanhol muito melhor e quase não precisava mais da Sandra em relação a isso, mas nos tornamos boas amigas. O churrasco na laje do prédio onde o Mars morava estava aconchegante, tinha musica local tocando, parceiros de trabalho e eu e Sandra falávamos sobre coisas de bebês, o sexo e nomes.

Era uma menina. Tinha inúmeras opções, nomes latinos, americanos, coisas para gastar o dinheiro do crime e um mercenário se auto intitulando pai. Confesso que as vezes isso me incomodava, mas a realidade era essa. Ao menos não estávamos sozinhas. As coisas não estavam calmas, Dom tinha trabalhos com muita frequência, sempre prometendo que uma hora isso ia acabar.

Imaginava eu que isso era uma sina, mas pelo menos ele não morreu me prometendo isso. Já o Iron, quando tentou fazer as coisas ficarem mais calmas… Enfim, eu ainda tinha esses pensamentos e com muita frequência, mas tanto eu quanto Dom fazíamos o possível para seguir em frente. E era assim que tinha que ser. Eu não ia poder criar meu bebê no passado, precisava entender a realidade e enxergar o dia de amanhã.

— Vocês estão se dando muito bem. — comentou Sandra enquanto folheamos uma revista com acessórios de bebê — Olha esse, é prático, tem uma cômoda acoplada no berço.

— Estamos. — sorri fraca, peguei a página e dobrei a orelha pra demarcar, enquanto éramos interrompida por Thayla, a irmã do Mars.

— Cês tão mexendo na antena? — ela chamou atenção dos rapazes que apoiavam na ponta redonda do arco grande, preso na lateral de apoio do concreto — É por isso que a TV está falhando, eu sou uma dolescente e gosto de tecnologia funcionando. Podem fazer o favor de comer churrasco sem apoiar na antena?

— Thayla, não vai comer? — Sandra interrompeu, tentando não rir da cara de sem graça do Dominic, já que era o peso dele que entortou a antena.

— Eu venho pegar um prato depois. — sorriu mandando um joinha pro Dom e vendo o resto rir da cara dele.

— Bem vindo ao mundo dos adolescentes. — comentou Mars batendo no peito do ruivo — Sua vez está próxima, amigo.

Aquele tipo de comentário me fazia pensar se eu via Dom cuidando de um bebê ou de uma criança. Eu também não conseguia imaginar Iron sendo pai, mas… Era como se essa peça não se encaixasse em Dom. Não é por falta de sentimento ou algo do tipo, eu só andava com um pressentimento de que alguma peça não se encaixava. Isso andava ficando cada vez pior e o médico me garantiu que é a ansiedade maternal, mas ainda assim, eu sentia que tinha algo faltando.

Foi um fim de semana na base da tranquilidade. Eu me sentia inchada, comia muito bem, passava mal de vez em sempre e Dom nunca sabia o que fazer. Descobrir o processo de gravidez e não estar sozinha era incrível, tinha dias que eu chorava e ele precisava ligar pra Sandra achando que me dar um bom dia foi um erro. Tinha dias que eu queria socar as panelas na cara dele, tinha dias que eu queria transar, tinha dias que eu jurava abstinência… Estávamos bem.

— Mars deu mais algumas idéias para o nome. — contou quando adentramos o apartamento — Melissa, é bonito, não acha?

— Muito nome de patrici… — eu parei de falar quando acendi a luz e vi o apartamento da gente todo revirado.

— Fica aqui. — ordenou seco, enfiou as mãos atrás da camisa, se armou e saiu procurando qualquer coisa que fosse. Em poucos minutos ele voltou e fez uma negativa — Não tem ninguém, o lugar tá limpo.

Sem que pudéssemos esperar, o telefone do apartamento tocou. Geralmente Dom é contatado pelo aparelho celular, o telefone do apartamento é mais pra uma necessidade extrema do Espano. Dom não hesitou em atender, pegou o aparelho do gancho e o colocou na orelha.

— Espano? — ele levantou os olhos, não pareceu feliz com o que ouviu e me olhou apreensivo — Sore?

Eu não queria parecer tão ansiosa, mas eu parecia. A quanto tempo Sore não falava com a gente? Ela nunca ligou, nem pra saber sobre nós e nem sobre o bebê, muito menos para falar sobre… Esquece! Eu já tiva atravessado a sala e pegado o telefone dele, mesmo que ele tenha se sentido incomodado quando viu minha felicidade.

— Sore? — falei com empolgação — Achei que nunca ia ligar!

— O termo “poeira abaixar” é complicado. Muita coisa rolou, não era seguro ligar.

— Mas a gente tá do outro lado do continente.

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