Por Você romance Capítulo 140

Mick

— Eu vou buscar a Jasmine! — Caralho! Eu só consigo pensar que aquilo lá não é uma brincadeira. Jonathan não tem malícia alguma. Ele nem sabe atirar. Sequer sabe onde a garota mora realmente. Merda, isso tem tudo pra dar errado!

— Ficou maluco? É muito perigoso! — protesto, mas ele insiste na loucura e eu sou forçado a lhe entregar as chaves que o levará para a morte.

— Eu não vou me perdoar se algo lhe acontecer, Cris! — sibilo derrotado olhando para o meu amigo sair voando na minha máquina e me corroendo de arrependimento. Sinto os seus braços envolver o meu corpo por trás e no mesmo instante a sua cabeça se apoia nas minhas costas. Respiro fundo e fecho os meus olhos. Deus sabe o quanto o seu calor é bem-vindo.

— Não fique preocupado. O meu avô jamais permitirá que algo ruim lhe aconteça. Nada vai acontecer, Mick. — Ela diz e não sei se para me confortar ou para se convencer disso. — Vamos voltar para dentro de casa antes que nos vejam aqui fora. — Ela segura a minha mão e contornamos a casa para entrar pelos fundos. Logo estamos subindo as escadas e paramos em frente ao seu quarto. Automaticamente estanco em frente a porta. Simplesmente não posso entrar nesse cômodo sozinho com ela. Cristal abre a porta e entra, mas quando percebe que fiquei do lado de fora, ela olha para trás.

— Não vai entrar? — balbucio sem saber o que dizer.

— É que... eu não acho uma boa...

— Qual é, Mick, não é a primeira vez que você entra no meu quarto — ralha fazendo graça. Coço a nuca incomodado.

— Não, não é. Mas eu nunca entrei aí sozinho, sempre tinha alguém. — Ela sorri e mexe os ombros com desdém.

— Você não vai entrar sozinho. — Forço um sorriso encabulado.

— Estou falando sério, Cristal — retruco.

— Eu também! — rebate me puxando bruscamente pelo braço e eu suspiro. — Como está a Rute?

— O quê? — Chego a gelar com essa pergunta.

— A Rute. Ela sofreu um acidente, certo? — Engulo em seco.

— Ah é! Ela está bem!

— Espeque que não tenha sido nada grave.

— Ah não, não foi.

— Ok! — Depois disso veio um silêncio insuportável.

A droga toda é que estou sozinho com a garota que eu amo e em seu quarto, e não posso fazer ou insinuar nada. Não depois do que eu fiz na noite passada. Porra, eu mal consigo olhar nos seus olhos. Merda, me sinto sujo! Sou a porra de um cafajeste isso sim! Cristal liga a TV e para assistir o noticiário, mas isso não afasta os tormentos de minha mente. Não foi a coisa mais incrível do mundo, foi só sexo. Um sexo quente e gosto, mas só sexo. Digo para mim mesmo e sou despertado pelo choro de Cris. Fito as imagens na TV. São muitas tragédias acontecendo e eu temo pelo meu amigo, e principalmente por Jasmine. Puxo a Cris para o meu colo e ela se agarra a minha camisa como se disso dependesse a sua vida.

— Vai ficar tudo bem, meu amor! — Me pego sussurrando enquanto beijo o topo da sua cabeça.

— Será que ela está bem, Mick? — A pergunta soa embargada e eu gostaria muito de dizer que sim, mas a verdade é que esse silêncio da Jasmine tira todas as minhas certezas. Já amanheceu lá fora, as luzes da cidade já se apagaram e não temos nenhuma notícia ainda. Em algum momento Cristal liga para o seu irmão. Ele dá a notícia de que Edgar Fassini vai ajudá-lo. Percebo que essa notícia a deixa mais aliviada e consequentemente me conforta. Minutos depois ela tenta mais duas ligações para Jasmine, mas nada acontece e volta a chorar. Outra vez eu a tomo nos meus braços. Deus sabe como eu queria que fosse outra ocasião, que esses abraços me apertassem por outros motivos, mas não é assim. E se quer saber, não tenho mais esse direito. Não depois do que fiz na noite passada.

***

Horas depois...

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