Por Você romance Capítulo 142

Jonathan

Alucinado, perdido e quebrado. É exatamente assim que eu me sinto agora. Estou quebrado, assim com ela está quebrada. Como puderam fazer tal coisa com uma garota tão doce? O vento forte e frio da madrugada b**e no meu rosto. Estou praticamente voando na máquina feroz de ronco alto e potente. São quase três da madrugada quando paro a moto no lugar que me traz um pouco de paz. Olhar para a cidade do Rio de Janeiro adormecida do mais alto topo é o meu sossego. As luzes pequenas e brancas que iluminam as ruas desertas, o silêncio do lugar. O Cristo Redentor é o meu lugar preferido no mundo principalmente quando estou frustrado ou decepcionado. Ou triste e como agora. Dolorido e cheio de ódio, desejando vingança. Eu puxo a respiração e olho para o céu ainda escuro e estrelado. O meu pensamento é dominado pelo sorriso mais doce que eu já conheci na vida. Jasmine. Meu coração parece inflar quando penso nela.

...Você é maluco!

Ela diz dando risadas altas e sorrio dessa lembrança. É como um filme passando em minha cabeça. Ela pula em minhas costas e eu a carrego correndo em direção as águas agitadas da praia. Momentos que passamos juntos brincando e curtindo. Seus olhos. Puta que pariu! Como pude ser tão cego? Seus olhos sempre diziam algo. Jas sempre me olhou diferente. Fecho os meus olhos e puxo a respiração outra vez. Olho ao longe, para o horizonte. O sol já começa a lançar seus raios fracos e alaranjados pelo céu com poucas nuvens. Preciso ir para casa, todos devem estar preocupados comigo agora. Com uma respiração profunda dou mais uma olhada rápida ao meu redor e começo a descer os degraus. Por fim monto na moto e corro para casa, porque com certeza não me deixarão vê-la a essa hora. Minutos depois estou entrando na sala ampla da minha casa e minha mãe vem exasperada para mim. Ela me abraça forte, beija o topo da minha cabeça várias vezes e lamenta.

— Onde você estava? — inquire com voz cansada.

— Por aí esfriando a cabeça — respondo evasivo.

— Nossa, filho, nós ficamos preocupados com você!

— Eu estou bem, mãe! Eu só preciso dormir um pouco — retruco impaciente, a beijo e depois abraço o meu pai.

No meu quarto depois de um banho demorado, me deito na cama e sem conseguir mais segurar, as lágrimas vem sem aviso. As lembranças dela caída naquele chão de um cômodo apertado, sangrando e machucada voltam a me torturar. Não consigo dormir. Não consigo me desligar. Portanto, saio da cama e volto para o banheiro, faço a minha higiene pessoal e troco de roupa e saio do quarto em seguida. A casa está quieta e em pleno silêncio agora, todos devem estar dormindo. São quase sete da manhã quando entro no meu carro e vou direto para o hospital. TaoVida é um lugar especial, um hospital diferenciado que presa além da saúde, o conforto e o bem-estar dos pacientes, além dos seus acompanhantes que estão sempre por aqui. No elevador encontro Jennifer Reinold, ela é a esposa do Cristopher Ávila, filho da tia Isabelly e do tio Daniel. Assim que me ver a linda mulher sorri meiga e cordialmente lhe retribuo o gesto.

— Eu soube da sua namorada. —Ela inicia uma conversa e eu a encaro perdido. — A Jasmine, é sua namorada certo?

— Por que acha isso?

— Porque pra fazer o que você fez tem que amar muito. Ninguém jamais enfrentaria o que você enfrentou por nada. — Suspiro. — Aquele lugar era impenetrável até mesmo para polícia. Viu os noticiários de hoje? — Faço não com a cabeça. — Aquilo lá está uma loucura. Ela é uma garota de muita sorte! — As portas se abrem e educado apenas assinto, saindo logo em seguida.

— Jonathan? — David fala, assim que me ver sair do elevador.

— Doutor David! — sibilo lhe estendendo uma mão. Ele olha para o relógio em seu pulso.

— Ainda não é hora de visitas, rapaz.

— Eu sei. Eu só queria saber como ela está? — Ele assente.

— Vem comigo. — Andamos pelo largo corredor movimentado do hospital e paramos no seu consultório. David vai para atrás da sua mesa e se senta em sua cadeira, me mostrando a cadeira a sua frente. Eu me acomodo e encaro o médico. — Você parece cansado.

— Como ela está? — Ignoro o seu comentário e vou direto ao que me interessa.

— Na mesma, Jonathan. Você devia...

— Me deixe vê-la, David — peço movido de esperança. Ele me encara em silêncio por um tempo e suspira.

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