A Escolhida Do Alfa Ilha do Corvo romance Capítulo 41

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Eu pisquei sem acreditar no que John dizia, eu me lembrei do jovem garoto que havia nos surpreendido naquela primeira noite no castelo, me lembrei da determinação em seu olhar juvenil, e do modo como ele parecia desobediente por natureza.

Mesmo sendo alto e musculoso, seu olhar de menino entregava sua juventude, eu o imaginei sozinho na busca por seu amigo, e embora não o conhecesse tão bem meu coração se apertou.

Eu me recordei da expressão aflita, desolada de Henry, seu irmão.

E me dei conta de uma coisa, ele queria me perguntar algo...

Eu olhei para John, ainda sentado no chão, o rosto enterrado nos joelhos.

— John?

Ele levantou a cabeça para me olhar.

— O que Henry queria me perguntar?

John desviou o olhar para a parede atrás de mim, seu olhar parecendo em transe, então eu insisti na pergunta mais uma vez.

Ele se levantou bruscamente e passou as mãos nos cabelos impaciente.

— John, me responda. — insisti.

Ele se virou para mim e sem qualquer sentido gritou:

— Calada! Me deixe em paz!

Eu quase caí para trás diante de seu berro que ecoou no corredor, seus olhos estavam em um tom estranho de negro, eu podia jurar que havia visto um anel branco neles, como um lampejo de luz.

— John? — O chamei, não parecia ele.

O anel branco em seus olhos se intensificou, ele cerrou os punhos, suas presas se alongaram e ele trincou os dentes, eu recuei para trás sentindo o perigo iminente, mas já era tarde demais, o comandante avançou contra mim me encurralando na parede, ele acertou um soco na paŕede a centímetros do meu rosto, pedaços de pedra caíram no chão, meu coração martelava enlouquecido no peito, ele me encarava, o rosto a centímetros do meu, mas eu podia claramente ver que não era ele, era como se ele não me reconhecesse.

Como se estivesse em uma espécie de transe.

— John! O que está fazendo? — gritei.

Ele tirou a mão cerrada do buraco na parede, e a levantou, revelando longas garras brancas e afiadas.

Eu estremeci ao perceber o que ele faria, se eu não fizesse nada ele me mataria, e apelar para seu bom senso não adiantaria, ele não estava em seu juízo perfeito, era como se estivesse hipnotizado...

Eu levantei o joelho em direção a sua virilha com toda a minha força, mas John deteve meu joelho com um soco com a outra mão, eu caí no chão sentindo uma dor alucinante, como se ele o tivesse quebrado, então como se não bastasse isso ele montou em cima de mim, suas mãos se apertaram ao redor do meu pescoço e logo eu não podia mais respirar, muito menos gritar, a única visão que eu tinha era do homem que amava, com os olhos brancos ensandecidos, e uma expressão de fúria sanguinária.

Eu não sabia dizer de onde surgiu aquilo, em um momento eu estava a poucos segundos de morrer nas mãos dele, completamente sem ar, e no outro aquela sensação estranha que me acompanhava desde que nasci assumiu o controle do meu corpo, eu parei de tentar tirar as mãos dele do meu pescoço e toquei em sua testa, meus dedos queimavam como se eu tocasse em chamas, e logo percebi que não era impressão minha, eles estavam queimando mesmo, e se a dor do calor já era ruim em mim no comandante foi bem pior, ele imediatamente afrouxou o aperto em meu pescoço e sua testa começou a queimar, sentindo o ar entrando novamente em meus pulmões as chamas dos meus dedos aumentaram até que ele gritou e desmaiou caindo pesadamente ao meu lado.

Eu me levantei desesperada e tossindo, olhei para minha mão e vi as pontas da meus dedos vermelhas, mas não estavam pegando fogo.

Eu só desejei que estivessem...

Alguns minutos depois eu batia desesperadamente na porta da ala de cura, quando o Sr. Carter abriu a porta arregalou os olhos ao se deparar comigo, mas seu olhar meticuloso de curandeiro imediatamente perceberam as manchas vermelhas ao redor do meu pescoço, logo ficariam roxas.

— Minha senhora o que houve? — perguntou sinceramente preocupado.

Então eu comecei a falar toda a história, e no meio dela não consegui impedir as lágrimas de descerem profusamente, minha voz ficou embargada, e meu corpo todo começou a tremer, enquanto eu ouvia minhas próprias palavras eu não conseguia acreditar no absurdo que era aquilo.

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