O Vício de Amor romance Capítulo 147

As pupilas de Natália se expandiram, refletindo o brilho frio da faca. Em uma fração de segundos pensou em o quão iria doer ter aquela lâmina afiada enterrada em seu corpo.

Tudo aconteceu tão rápido, que ela não conseguiu reagir.

Nesse momento, uma sombra escura correu em sua direção, puxando seu braço com força. Ela se sentiu chocar contra um tórax quente e rígido, e o mundo girou à sua volta.

Todos viram o corpo de Fátima cruzar o ar e bater contra a perna de uma mesa lateral, fazendo as bebidas que estavam sobre ela se espatifarem no chão com um estrondo.

Jorge falou bruscamente:

- Como ela entrou aqui?

- Foi contratada ontem para fazer a limpeza. - Respondeu Renata com pânico.

Ela estava chocada. Jamais pensaria que se tratasse de uma assassina.

Natália voltou a si e afastou-se dos braços de Jorge. Tinha que lidar com a situação com calma. Chamando os seguranças, pediu que levassem Fátima. Descobririam mais tarde como ela havia chegado até ali.

- Renata, chame duas pessoas para limpar o chão.

- Ok!

- Sinto muito que este pequeno acidente tenha assustado vocês.

Natália puxou Jorge em direção ao escritório.

Aline observava tudo de longe com um olhar frio.

Era uma pena que Natália não tivesse sido esfaqueada até a morte.

Mas…

Seu olhar estava ardente.

Jorge acompanhou-a até o escritório.

- Deixe-me ver o seu braço.

Natália deu uma olhada no braço esquerdo dele, que havia sido atingido quando ele empurrou Fátima para longe.

Ótimo que ele tenha se movido rápido e evitado o ataque, pensou.

Estava tudo bem.

Ele não havia sido ferido.

- Você está preocupada comigo? - A expressão dele mudou ligeiramente.

- Eu não queria que você fosse ferido por minha causa. - Natália baixou o seu olhar.

Ela havia pensado que não conseguiria escapar daquela facada.

Mas, Jorge surgira para protegê-la em seus braços.

Seria uma mentira dizer que não sentira nada.

Ela ficou extremamente emocionada e tocada.

Tudo para esse homem.

- Já que não está ferido, vou voltar para ver como estão as coisas...

- Você não tem nada a me dizer? - Jorge interrompeu-a com um meio sorriso.

- O quê? - Natália inclinou a cabeça para olhar para ele.

Entendeu logo sobre o que ele estava falando.

- Nós nos encontramos um tempo atrás e eu a convidei para a inauguração da loja...

- Então, você a convidou? - Seu tom era misterioso. - Você sabe quem é ela?

Natália prendeu a respiração e cerrou os punhos.

- Sei.

- Mesmo sabendo, você ainda tem contato com ela? - Desta vez, não escondeu sua insatisfação, desconforto e decepção.

- Ela não é uma má pessoa...

- Há quanto tempo você a conhece? - Zombou Jorge. - O que ela ofereceu em troca do seu apoio?

Seu olhar pousou em seu pulso. Ele nunca a havia visto usando joias; no máximo um relógio de pulso. De onde teria vindo aquela pulseira de prata?

- Foi ela quem deu isso para você?

Natália tentou esconder as mãos atrás das costas, mas Jorge impediu-a. Segurando suas mãos e olhando fixamente para a joia, perguntou:

- Você gostou da pulseira?

Natália sacudiu a cabeça.

- Na verdade, não.

- Então por que ainda a está usando?

- Não tive como recusar.

Jorge reprimiu o fogo nos olhos.

- Ela está infeliz? Não poderia suportar uma recusa?

- Não.

Havia alguma coisa no olhar de Sonia que simplesmente impediu-a de recusar.

- Talvez ela tenha sua própria dificuldade - Natália tentou explicar a atitude de Sonia.

- Há quanto tempo você a conhece? Como ousa defendê-la da minha frente? - escarneceu Jorge.

- Oficialmente, me encontrei com ela apenas duas vezes. Não a conheço há muito tempo, mas tive a impressão de que não era uma má pessoa.

A fúria em seu olhar seria capaz de incendiar aquela mulher à sua frente, que ousava defender Sonia.

- Devolva isso para ela e eu lhe comprarei qualquer coisa que deseje. - Seu tom era áspero e cortante como um vento frio.

- Tudo bem - concordou Natália. Ela não tinha tido mesmo a intenção de aceitar o presente. Era muito caro. Mas, naquele momento não teve como recusar.

A atitude de Natália aplacou um pouco a sua raiva.

- Daqui para a frente, não se encontre mais com ela.

- Ok.

Natália não acreditava que Sonia fosse má, muito ao contrário. Porém, por causa de sua ligação com Jorge, iria evitar ter contato com ela.

No mínimo, não tomaria a iniciativa.

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