Matheus pegou na mão de sua irmã e disse:
- Vamos encontrar a mamãe, essa não é nossa casa e ele não é nosso papai.
Mariana estava relutante, ela não entendia por que seu irmão estava tão irritado, disse:
- Mas ele é o papai.
- Ele não é! - Matheus nunca havia ficado tão furioso com sua irmã, e dessa vez ele estava muito irritado. Como ela não entendia que ele não queria eles?
Ainda quer ficar aqui e fazer parte disso tudo?
Mariana chorou de medo, ficou com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, tremia um pouco.
Mas não disse nada pois o irmão já estava irritado.
Ela segurou a mão dele com cuidado e disse:
- Teteu...
- Não fale comigo nem com a mamãe, fale com seu papai infiel.
- Buááá...
Mariana danou a chorar, tentando segurar a mão de seu irmão porque achava que ele não a queria mais.
Por mais que quisesse seu papai, sentia-se mais próxima de seu irmão.
Afinal, era um laço muito mais forte, de carne e sangue, pois vinham da mesma mãe e estavam juntos desde sempre.
Não é como um pai que ela conheceu há alguns dias.
- Teteu, eu errei, não quero mais o papai. Não me abandone, buá...
- Você não é uma menina sem mãe, por que você está chorando?! - Matheus enxugou as lágrimas de sua irmã, seus olhos estavam vermelhos e as lágrimas jorravam dos olhos, sem cair.
Ele pegou na mão de sua irmã e disse:
- Vamos encontrar a mamãe.
- Para onde vocês vão tão tarde? - Fernanda correu para trazê-los de volta.
Sonia e Angelo tinham falado com ela sozinha quando chegaram, e ela sabia o porquê deles estarem aqui hoje.
Com essa reviravolta, ela não tinha certeza do que estava acontecendo entre Jorge e as crianças.
Mas Angelo não seria burro de forjar um DNA para que tivesse que aceitar dois netos ilegítimos.
A família Marchetti era rica e poderosa e não brincava com essas coisas.
Eles se preocupam muito com a linhagem.
Matheus olhou para Fernanda e disse, com os olhos preocupados:
- Quero a mamãe.
Mal conseguia manter os olhos abertos sem chorar.
Ele não queria chorar na frente do quebra-corações.
Não queria que soubessem de sua fraqueza.
Fernanda tentou acalmar Matheus:
- Vou ligar para sua mamãe primeiro, tá bom? Não sabemos onde ela está para ir atrás dela. Espera eu buscar o meu celular.
- Não, eu quero ir buscar a mamãe agora mesmo. - Matheus não queria mais ficar, nem por um instante.
- Teteu...
Joana tentou convencê-lo.
Ela também queria chorar ao ver as duas crianças desse jeito.
Sonia virou para enxugar suas lágrimas; vê-los dessa forma era de partir o coração.
Ninguém conseguiria convencê-lo a ficar. Matheus estava decidido.
- Não precisa tentar me convencer, não tenha pena de nós dois. Nós temos a mamãe, que nos ama, nos dá banho, deita com a gente para dormir. Ela conta histórias, nos ensina a ler e escrever, ela diz o que a gente tem que fazer. A gente só precisa da nossa mamãe, não somos miseráveis.
Matheus puxou sua irmã e saíram.
- Eu vou com vocês. - Fernanda logo os seguiu.
No entanto, alguém foi mais rápido do que ela e, como uma sombra, Jorge parou na frente de Matheus e Mariana. Estava calado antes, mas agora disse:
- Está tarde, onde pensam que vão?
- Por favor, sai da nossa frente, vamos atrás da mamãe. - Matheus chorava escondido pois tentava parecer corajoso.
Perante o olhar de Matheus, Jorge sufocava de tanto desespero. Estava curvado para esconder sua dor imensurável.
Ele agachou diante deles, ficou da mesma altura e examinou as aparências deles. Os rostos, os narizes, os lábios... Não perdeu nenhum canto. Com as mãos trêmulas, tentou tocá-los, mas desistiu no meio do caminho.
Não havia mais coragem.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Vício de Amor