O Destino de Isabella (completo com mais um bônus ) romance Capítulo 94

°Davi°

Depois de quase quebrar a porta de tanto esmurrá-la, peguei meus pertences e saí do quarto. Helena estava me esperando, tínhamos uma busca pra fazer. Cheguei na lanchonete já passava 25 minutos do combinado.

_Pensei que não viria...

_Problemas, vamos?

Voltamos para a rua onde tínhamos parado, a rua 27. Mais especificamente na quarta casa da rua 27.

_Você não parece muito bem. Deixa eu adivinhar... Ex chata no pé?_Seu jeito de falar me faz sorrir.

_Longe disso._Encaro o sol que parecia ainda mais quente._A Marina, aquela menina que ajudou o Rodrigo a ir pra casa depois daquela briga, descobriu o motivo real da minha vinda a essa cidade.

Helena estanca e cruza os braços parecendo não acreditar no que eu disse.

_Agora eu entendi por quê ela não está conosco nessa sua missão louca de encontrar alguém que te machucou tanto, perdoe-me a sinceridade._Sua voz soa inconformada._Você omitiu isso da sua melhor amiga? Por que?

Lá vai eu tentar explicar algo que nem eu sei direito. Falar de sentimentos é confuso pra mim.

_Talvez por não querer que ela sentisse pena de mim, sei lá._Coço a cabeça._É confuso pra mim falar da Marina, desculpe.

_Talvez porque você a ama e nem sabe._Ela dá dois tapinhas na minhas costas._Vamos, casa de número 5 da rua 27.

Fiquei parado tentando compreender o que acabei de ouvir, mas logo sou puxado pela Helena. Eu? Amar a Marina?

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Estávamos nas últimas casas da rua 30, a última rua em que o Felipe deveria morar. Sentei na calçada buscando fôlego pra continuar, eu estava cansado.

_Acabou a água._Suspirei ofegante.

_Fica aí que eu vou até a próxima casa sozinha apenas pra pedir um pouco de água.

Helena pegou a garrafinha da minha mão e foi até a próxima casa. Era uma azul, com um pequeno jardim florido enfeitado com anões de gesso. Gostaria de morar naquela casa, parecia sossegada. Abaixei a cabeça e fiquei respirando fundo tentando fazer meus batimentos cardíacos voltarem ao normal. Meu coração doía um pouco, talvez pelo exagero do esforço que fiz caminhando atrás do Felipe. Já estamos quase finalizando nossa busca nessa rua, será que ele é mais escorregadio do que pensei?

De olhos fechados, fiquei pensando na minha vida como um todo. Não tive muitas coisas pra me orgulhar, idas cansativas ao psicólogo, rotina estressante no ensino médio e bullying.

Alguns minutos depois, Helena volta parecendo assustada. Entrega a garrafinha e senta do meu lado.

_Valeu._Abro a garrafa e tomo a água._Aconteceu alguma coisa?

_Não, nada._Responde de imediato._Vamos voltar? Parece que quem agora não está se sentindo bem sou eu.

Guardei a garrafa, levantamos e voltamos andando até o ponto de ônibus. Olhei uma última vez para aquela casa e depois olhei para a Helena. Aí tem coisa.