Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 28

Com os fotógrafos tão preocupados com as melhores cenas, ávidos pelas melhores fotos e as melhores histórias para contar, Seth apenas aproveitou para que falasse na frente de todos:

— Ouçam com atenção, porque uma palavra mudada do meu discurso e eu processo todos vocês. — Disse Seth sério e eu paralisei diante do seu tom raivoso e ao mesmo tempo rude. Ele continuou: — Acreditem em quem vocês quiserem. Mas este homem recebeu um soco meu por difamar a minha noiva com palavras esdrúxulas e de baixo calão. Acreditem na opinião de um sem noção como ele ou perguntem a qualquer um da minha mansão, aos meus pais, muito rigorosos e verão que nada disso se encaixa em nenhuma versão ridícula. Este homem pediu para que minha noiva aceitasse um preço para que ele fechasse um contrato comigo e inclusive insinuou que toda brasileira consegue as coisas assim. Vocês me perdoem a sinceridade, mas minha noiva tinha todo o direito de dar-lhe um tapa, pois ele não estava xingando-a apenas não, mas sim todas as brasileiras, todas, onde eu duvido, que são assim como ele mencionara. E, se o homem que queria fechar negócio com minha empresa, pensa de maneira tão pequena e ridícula sobre as brasileiras, eu só tenho a assegurar que ele merece muito mais do que um simples soco, mas um desprezo de todos os brasileiros, ao menos aqueles que, como eu, pensam diferente do que ele pensa. — Seth respirou fundo e, para minha surpresa, seu olhar encontrou com o meu.

Seth então seguiu na minha direção tomando meu pulso com a sua mão trazendo-me para próximo dele e dos repórteres entretidos com o discurso dele. Por fim, ele continuou:

— Esta é minha noiva e quero que ela seja tratada como tal, independente de onde ela tenha vindo ou qual classe social ela pertence. A minha noiva e eu estamos seguindo perfeitamente os ditames antes do casamento, conforme vocês poderão assegurar nos quartos diferentes que tomamos no hotel no qual estamos hospedados. Além disso, embora esta informação não diga respeito a vocês, eu falo: Ela e eu nos apaixonamos sem sequer nos tocarmos e o que não faremos até o casamento. Agora, diante de tal informação, eu só tenho a sair. Pois diante de um homem tão ignorante como este, só consigo sentir pena de sua esposa, a estar com um homem como ele. Com licença. — E dito isso Seth e eu seguimos para longe da multidão de fotógrafos que continuavam tirando fotos enquanto nós nos afastávamos e eu só conseguia pensar o que tinha sido tudo aquilo.

Percebi depois de um tempo que Fer seguia ao nosso encalço enquanto seguíamos em direção a areia. Felizmente, os fotógrafos pareciam muito mais alheios ao que Paulo daria como resposta do que de fato eu e Seth termos saído. Provavelmente achavam que íamos direto para o hotel, embora estivéssemos seguindo em direção à praia, quase deserta naquela hora da noite.

— Ops! — Ouvi assim que Fer entortou o salto na areia e caiu estatelada no chão. Eu e Seth seguimos em sua direção, com medo de que alguma coisa pudesse ter acontecido com ela, mas ela rapidamente passou a rir do que tinha acontecido enquanto falava.

— É areia. Eu esqueci. — E ria enquanto eu e Seth ríamos e eu tirava os sapatos de uma Fernanda bêbada para que ela caminhasse melhor pela areia, tal como eu e Seth fazíamos, também descalços, com nossos sapatos na mão.

Fer continuou nos seguindo enquanto seguíamos em silêncio. Esperava que a água do mar, com seu som tranquilo pudesse trazer paz para Seth que realmente tinha ficado nervoso com tudo o que aquele escroto tinha falado de mim.

Mas, de alguma forma, embora tudo aquilo fosse direcionado a mim, eu só conseguia me sentir anestesiada. Como se não me tocasse. Talvez eu estivesse passando por tanta coisa que aquele simples comentário do homem não me atingisse. De alguma forma, eu me preocupava mais com o que poderia acontecer a Seth e sua empresa por conta de mim do que quanto a mim mesma e eu sabia que isso de certa forma era errado.

Seth tinha escolhido a mim e ele mesmo dissera que sabia tudo o que enfrentaria a partir dessa escolha. Sabíamos que seria difícil e em nenhum momento ele fugiu dessa responsabilidade. Ele veio até o Brasil só para dizer, de coração, o que sentia por mim e prometeu – e ainda espera – para que eu volte com ele para Omã e nos casemos. Eu não devia me sentir mal só por ele, afinal, as pessoas estavam tentando nos atingir com esses boatos sem fundamentos.

— As pessoas de lá não vão ficar com raiva disso? Digo, elas vão achar que é verdade o que disseram de mim. — Comentei, o que fez Seth bufar chutando um pouco de areia para o alto.

— Eu já disse que não me importo com o que vão achar, Ag. Contanto que não inventem mentiras. Ao menos lá isso é levado muito a sério. E outra, quando te conhecerem, perceberão que você é completamente diferente do que as opiniões tentam ditar por aí. E outra, já tem eles uma visão diferente de Você, pois para quem parecia tão ocidental e imutável, eu venho me transformando por amor a ti, Amira. — Disse Seth e eu não consegui dizer mais nada, pois suas palavras eram realmente lindas e tocantes e qualquer coisa que eu dissesse poderia estragar o efeito delas.

Para o nosso susto, Fernanda, contudo, se manifestou.

— Vocês andam muito. Eu estou cansada. — E para nossa surpresa ela simplesmente deitou no chão, como se tivesse tomado a decisão dela. Iria deitar e pronto. Eu e Seth decidimos parar então, para cuidar que nada acontecesse a nossa amiga, sentando na areia para continuar a conversar.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Sheikh no Brasil