Viver Para Crescer romance Capítulo 38

Beatriz

Sabe aquele sentimento avassalador de quando você olha para alguém e sente um frio na barriga? É, é o que eu sinto sempre que olho pra ele.

É impressionante a maneira como me apaixonei por um Ogro como ele.

Quando entrei naquela casa eu apenas tinha em mente fazer de tudo pra me mandar! Fazer de tudo para escapar de toda aquela confusão.

Quem diria que acabaria por me apaixonar por ele.

Mas isso me assusta.. E bastante.

Sabe aquela sensação de que sairei quebrada nisso tudo?

Porém desde que ele me propôs aquele acordo as coisas tem andado bem.. Vez a outra ele tem uns arranques mas depois passa.

E eu venho me apaixonando cada vez mais.

Hoje o dia na praia foi bom.. Me lembro da conversa mais cedo, sobre Mia e a empresa.. Acho que será bom pra mim trabalhar, ganhar experiência na área não? Para depois trabalhar a sério..

Isso me faz lembrar do contracto. Quando assinamos era um contracto de 1 ano e meio mas poderia se estender a dois anos..

Faz 10 meses desde que assinei o contracto.

Me pergunto como será quando chegarmos ao fim do contracto. Meu pensamento vagueia e eu só consigo pensar em ele me dizendo que realmente acabou e me deixando ir..

Afasto logo esses pensamentos e fito o teto.

O dia foi cansativo apesar de não ter feito nada.

Depois do almoço simplesmente nos estatelamos no sofá e assistimos qualquer porcaria que passava na televisão até que adormeci e ele me colocou na cama.

Não sei quanto tempo dormi, me encontro sozinha na cama com uma luz de presença acesa em uma parede.

Me levanto e saio em direção a sala, um frio atravessa minha espinha e minhas mãos suam frio.

Chego a sala e não vejo ninguém, nem sinal do Rafael.

Procuro meu celular e o apanho em qualquer canto da sala.

Tem várias mensagens nele, de Bella, Juliana e Yassmyn.. Algumas de Alex apenas sendo o bom amigo que é e duas de Máx Castilho.

O que me intriga é a mensagem de um número desconhecido. Abro a mesma e dos meus olhos caem lágrimas.

Uma foto minha, abraçando o lençol desgastado da minha cama quando tinha 15 anos.. Meu cabelo estava bagunçado e lágrimas escorriam pela minha face.

O lençol tinha algumas manchas de sangue e nas minhas pernas tinha alguns machucados.

Eu estava nua.. O que me cobria minimamente era o lençol manchado e desgastado.

Me lembro como se fosse há algumas horas atrás, Carlos Ramos tinha me violentado e depois me colocou para dormir.. Me lembro de ter acordado em lugar completamente diferente da minha casa quando minutos depois fui estuprada por ele, o pai do Rafael e logo depois outro homem.. E foi assim por mais duas noites.

Me pergunto o que fiz para merecer isso!

Rapidamente apago a foto e me sento em um canto no chão.

Choro mesmo sem querer.

Lembrar sempre do grande peso nas minhas costas é uma coisa.. Mas ver uma foto minha daquele dia é demais!

As lágrimas caem involuntariamente até que sinto Rafael me carregar para o quarto.