Bela Flor - Romance gay romance Capítulo 13

Dormir foi algo difícil.

Talvez Hyun-Suk tenha notado, mas eu sinceramente não ligo. Estou com raiva!

Em minha mente, aquela mensagem rodava sem intervalos, me fazendo pensar quem era "Peach".

Hyun-Suk dava apelidos às pessoas? Aquilo era comum?

Nós nos deitamos, mas eu não quis ficar de namorico. Eu apenas lhe dei boa noite e fechei os olhos, pedindo ao universo que me fizesse dormir e assim evitar alguma pergunta que eu não estava nem um pouquinho a fim de lhe responder, pois, eu tinha noção de que perguntaria sobre aquilo e tudo aquilo de "não somos nada" aconteceria.

Preferi me preservar, mesmo que eu não saiba nem um pouco fazer isso.

Olhe só agora, estou sofrendo antecipadamente por algo que não faz sequer sentido. Hyun-Suk não é nada meu.

Ele ainda me abraçou, quentinho e reconfortante, mesmo que eu não tivesse lhe dado explicações pelo meu súbito momento de quietude. Ele também não parecia ligar muito.

Ele dorme primeiro que eu, roncando baixinho enquanto me abraça forte. Meus olhos vagam por todo o quarto bonito, mas para a janela que permanece com a cortina aberta, proporcionando que a bela vista da noite seja apreciada.

Ainda consegui apreciar seu belo rosto quando enfim dormiu primeiro que eu e a marca de dedos ainda permanecia firme em sua pele.

Quem havia batido nele parecia estar com raiva também.

Me senti patético por ainda acaricia-lo, sentindo meu coração acelerado ao sentir sua pele quente sobre meu toque, por vê-lo tão sereno ao meu lado, tão à vontade.

Me perguntei: quem ele era? Eu talvez não conhecesse nem um pouquinho de quem Hyun-Suk era realmente.

Quando enfim consegui dormir, eu já não sabia que horas era, mas com certeza era tarde demais. Eu havia perdido tempo demais com todas aquelas bobagens.

E quando eu acordei, não encontrei Hyun-Suk na cama.

Olhei ao redor, procurando-o, mas o quarto estava vazio. A porta, entreaberta, fez o som baixo de sua voz chegar até mim. Ele cantava algo calmo, e o cheiro de ovos em todo apartamento, me fazia ter a certeza de que ele estava na cozinha.

Me ergo na cama, estou sem camisa, mas caminho até onde Hyun-Suk está. Vejo-o do mesmo jeito que eu, mas com um avental cobre seu tronco despido, enquanto seus olhos estão focados no fogão logo a sua frente.

ㅡ Não sabia que você cozinhava. ㅡ falo, olhando ao redor.

ㅡ Bom dia, meu bem. Eu só pensei em fazer nosso café da manhã, mas acho que me atrasei, era uma surpresa para você.

ㅡ Surpresa? ㅡ pergunto, mas ainda sinto aquele amargo que meu coração me faz sentir. Eu não consigo sorrir para ele porque me sinto como um mero brinquedo preenchendo algo que Hyun-Suk precisa preencher.

Eu não quero ser isso.

ㅡ Sim, pode sentar. Já vou servir.

Umedeço meus lábios, sentindo minha barriga roncar, mas minha mente pede por outra coisa, por isso nego.

ㅡ Desculpa, Hyun-Suk, mas eu preciso ir. ㅡ dito, voltando para o quarto.

Meus olhos passeiam pelo cômodo assim que adentro. Meu coração está acelerado e eu entendo o porquê. O restante das minhas roupas estão dobradas sobre uma poltrona no canto, e é com pressa que eu as visto.

Penso se seria legal retirar a calça de moletom que uso, pois é de Hyun-Suk, mas eu só tenho vontade de fugir agora, então talvez eu lhe devolva depois.

Só quero ir embora.

Caminho de volta, indo dessa vez para a sala e procuro meu celular. Tento não olhar para Hyun-Suk que retira o avental e talvez me observe. Se ele perguntar o porquê estou agindo assim, não sei como irei reagir.

A dor que, infelizmente sinto dentro do meu peito, ultrapassa o que ele pediu. Eu sinto e sinto muita coisa. Fui burro, eu sei.

Mas quem comanda o que sente?

ㅡ O que procura? ㅡ ele pergunta, parando pertinho de mim. ㅡ porque precisa ir assim, tão rápido?

ㅡ Meu celular, você o viu? ㅡ pergunto, retirando as almofadas do sofá, mas não o encontro. ㅡ eu só preciso ir.

Onde caralhos está esse inferno de celular?!

ㅡ Está sentindo algo? ㅡ ele pergunta, se aproximando o suficiente para tocar minha testa, analisando minha temperatura. ㅡ Está doente?

ㅡ Não, eu só... ㅡ Hyun-Suk segura meu rosto, tentando me encarar, mas eu desvio meus olhos. Sou incapaz de olhá-lo quando volto a pensar em apelidos carinhosos. Quantos ele não deve ter? Talvez uma lista? Eu sou sua flor... Aquele quem lhe ligou, era o número um, em que posição eu devo estar?

É ridículo até de pensar.

ㅡ Desculpa, Park, preciso ir.

Admito que estou nervoso. Achava que não era de criar sentimentos fortes assim, tampouco de modo tão ligeiro. Mas eu criei. E agora estou completamente fodido nos meus problemas.

Eu disse para mim mesmo: não vou me apaixonar.

Balela, eu já estava apaixonado há muito tempo e foi só sentindo essa dor desgraçada de talvez ser realmente só um brinquedo que percebo enfim.

Mas o burro fui eu. Não deveria mesmo ter me apaixonado por Park Hyun-Suk.

Constando o obvio, e ainda desnorteado, continuo procurando pela porra do celular. Percebo Hyun-Suk ainda mais perto de mim e enfim sua mão segurar firmemente o meu braço.

Eu respiro fundo, engolindo em seco, e então vejo-o erguer meu aparelho, me entregando.

ㅡ Procura por isso? ㅡ pergunta. Busco o celular, guardando-o no bolso. ㅡ Você deixou no centro da sala ontem a noite, acordei agora pela manhã e o coloquei para carregar, mas acho que ainda não carregou completamente.

ㅡ Tudo bem, eu carrego em casa.

ㅡ O que aconteceu? Eu posso te ajudar? ㅡ ele insiste, ainda perto demais.

Eu nego, ainda sem olha-lo.

ㅡ Só quero ir embora.

ㅡ Espera. - ele para a minha frente, erguendo meu rosto para que o encare finalmente. ㅡ me diga o que aconteceu?

ㅡ Eu quero ir embora, é tão difícil de compreender? Por favor, me deixe ir, Park.

ㅡ Me chame por Hyun-Suk, já somos íntimos o suficiente para isso.

ㅡ Não tanto assim. ㅡ comento baixo, desviando o olhar ao me afastar um pouco ㅡ me deixe ir.

ㅡ Só depois que me contar o que houve.

ㅡ Quem precisa contar algo aqui é você. ㅡ falo ainda sentindo a bagunça dentro de mim. ㅡ quer saber, não. Você não tem que me contar nada. Não existe nada entre nós dois mesmo.

ㅡ Sobre o que está falando?

ㅡ Quem te bateu ontem?! ㅡ pergunto, chateado.

Eu volto a lhe encarar e percebo como ele permanece quieto por longos segundos, suspirando no fim.

ㅡ Isso te incomodou, não é? Me desculpe.

ㅡ Não quero uma desculpa, quero entender. Aliás, quer saber mesmo o que me incomodou? O número um te ligar incansavelmente para você ontem, e você nem ligar. O que eu sou? O dois? Ou talvez o três? Há mais números que isso?!

Hyun-Suk permaneceu quieto. Seminu e me encarando.

ㅡ Você viu no carro ou aqui?

ㅡ E isso te importa? Quem é o número um afinal.

ㅡ Não é nada do que deva se importar, Jaejun. É meu passado.

ㅡ E eu sou o seu presente? Sou o dois?

Hyun-Suk se afasta, respirando fundo quando caminha até o sofá e senta lá ainda sem me dar uma resposta.

ㅡ Cansei disso. Já deu. ㅡ falo, decidido a ir embora.

ㅡ Hwang Hesun. ㅡ Ouço-o falar. Meus passos param, meus olhos voltam a lhe fitar ainda sem me encarar no sofá. ㅡ Esse era o número um. Ele não é nada como você, não tínhamos o que estamos tendo agora. Mas foi ele quem me ligou, quem me mandou mensagens e até me agrediu com um tapa no rosto ontem a noite quando insistiu que queria subir.

Eu pisco tentando entender aquilo, ou só assimilar um pouco do que está sendo me dito, mas minha mente dá giros sem fim, me fazendo sentar no sofá, mas ainda longe demais dele.

Hyun-Suk ainda não me olha. Ele tem ambas as mãos unidas no meio de suas coxas, e cabeça um pouco inclinada para o chão.

ㅡ Quem ele é? ㅡ pergunto. ㅡ porque ele veio aqui? Porque te bateu?

ㅡ Ele foi um submisso que se tornou um caso... ㅡ fala baixo. ㅡ Jaejun eu não deveria te falar isso, mas eu não quero que se vá. Eu e ele não temos mais nada, nunca foi do jeito que está sendo conosco. Eu não me importava com ele do modo em como me importo com você.

ㅡ E como ele sabia que você estava aqui?

Meus lábios estão secos, então umedeço com rapidez e de forma agoniada enquanto minha visão permanece a apenas ele. Continuo à espera de mais, já que minha cabeça parece juntar os pedacinhos ainda não compreendidos com perfeição.

ㅡ Hesun foi um erro que cometi ano passado. Quando nos envolvemos, ele tinha vinte e um anos, mas agia como se tivesse quinze. Eu não deveria ter lhe trazido aqui, não deveria ter lhe dado passagem para entrar em minha vida porque eu não tinha espaço para tê-lo nela. E eu acabei destruindo o pobre coração dele quando o deixei. Ele nunca superou.

ㅡ Eu... ouvi bem? Você o trouxe para cá? Assim como também me fez vir?

ㅡ É diferente, meu bem.

ㅡ Não me chama de meu bem! ㅡ ergo a mão, pedindo para que pare. ㅡ e sobre "Peach"? ㅡ faço aspas, vendo-o arregalar os olhos. ㅡ é algum tipo de coleção? O pêssego, a flor... o que mais tem?

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