Presente Divino romance Capítulo 101

Foi a decisão mais difícil que já tomei. Sacrificar alguém para me salvar. Senti vontade de vomitar só de pensar nisso... mas não tive escolha. E não apenas isso, mas também não tive tempo de digerir mais se quisesse escapar com segurança.

Na chance de que Thea tivesse pessoas esperando para me pegar, juntei apenas o que consegui o mais rápido que pude, rasgando o envelope de emergência com a minha localização e começando a longa viagem para casa. E embora eu tenha tido tempo para recuperar o anel, infelizmente não pude arriscar usá-lo. Se eu fosse subitamente emboscada, então eu precisava estar pronta para lutar. Um golpe crítico no meu corpo e eu estaria instantaneamente morta em segundos sem minha cura natural, algo que o anel impediria.

Isso significava que eu precisava trabalhar ainda mais para manter Thea fora da minha cabeça, apesar de tudo ameaçar me sobrecarregar.

'Calma. Compostura.'

'Tudo estava bem.'

Estávamos a duas horas de carro a oeste da Névoa de Inverno e eu estava triste e aliviada quando finalmente voltei para a alcateia. Haveria muitas perguntas, eu sabia, mas eu só precisava dar um passo de cada vez.

— Eu poderia fazer isso.

'Eu precisava fazer isso.'

Indo diretamente para a casa, imediatamente fiz patrulhas começarem a checar as fronteiras, sem perder tempo em garantir que estávamos prontos se Thea decidisse atacar. Sempre havia a possibilidade de que ela presumisse que estávamos enfraquecidos agora pelo sequestro de Aleric, e eu não queria dar a ela a satisfação.

“Envie apenas os guerreiros mais confiáveis ​​que temos,” instruí. “Quero um relatório de status de que tudo está seguro nas próximas duas horas. Depois disso, revisaremos novamente se algo precisar ser alterado. E preciso que você mande uma mensagem para...

"Ária?" Ouvi alguém dizer atrás de mim com surpresa.

Eu instantaneamente me virei para ver Cai na entrada da porta, franzindo a testa.

“Cai,” eu cumprimentei. “Temos muito o que fazer e precisamos começar a trabalhar em um plano.”

"Woah, woah, woah", disse ele, levantando as mãos. "Desacelera. O que diabos está acontecendo? Onde está Aleric?”

*Tumm.*

"Não aqui", eu respondi estoicamente, engolindo minha dor. “Thea fez com que bandidos o agarrassem enquanto estávamos na cabana. Eles o derrubaram antes que eu pudesse chegar até ele. Ela provavelmente vai tentar usá-lo como isca.”

“Então não deveríamos levar você para algum lugar seguro? Posso encontrar Élder Luke e começar a trabalhar em um plano.”

"Estou me sentindo bem", eu disse, pegando a lista de turnos das patrulhas. “Vou ajudar no planejamento. Assim que Élder Luke for informado, podemos começar a analisar diferentes opções.”

"Ária…."

E eu olhei para ele, finalmente encontrando seus olhos.

"…O que?"

Eu poderia dizer que ele estava me analisando cuidadosamente, seus olhos se estreitaram um pouco enquanto ele me observava. Mas então a tensão quebrou quando ele suspirou em derrota. "Tudo bem."

…E eu imediatamente comecei a trabalhar.

Demorou mais três dias antes que eu me sentisse segura de que Thea não estava planejando nada diretamente contra a alcateia. Com as pessoas dentro da Névoa de Inverno a salvo, pelo menos, eu poderia começar a pensar em maneiras de conter seu movimento. Mas sem muita informação sobre seu paradeiro, eu estava começando a me perguntar qual seria seu próximo passo. Estava estranhamente silencioso desde que voltei. Bem... exceto pela presença dela de vez em quando na minha cabeça.

Eu estava fazendo um bom trabalho em mantê-la fora na maior parte do tempo, mas estaria mentindo se dissesse que tudo estava indo bem. Às vezes, minha ansiedade aumentava demais e eu começava a ouvir esses pensamentos novamente. Os que me incomodam para parar de perder tempo e me concentrar completamente em tentar salvar Aleric. Ignorar a alcateia, Cai, todo o resto, e fazer o que fosse preciso para resgatá-lo.

Nos últimos dias que se passaram, usei o tempo para enviar batedores para encontrar informações. E embora houvesse algumas pistas em potencial, não havia nada definitivo o suficiente para justificar a construção de uma estratégia inteira. Ainda não havia nenhuma confirmação real.

"... O que estamos fazendo, Aria?" Cai perguntou de repente na sala de reuniões, me tirando dos meus pensamentos.

Nós geralmente ficávamos escondidos aqui o dia todo, a menos que fôssemos brevemente necessários em outro lugar. Era importante estar acessível caso alguém precisasse nos encontrar.

Hoje, Cai parecia agitado. Inquieto, mesmo. Ele me deu vários olhares desconfiados no último dia e eles estavam lentamente se tornando mais frequentes. Um estresse adicional que não era necessário, nem desejado, dado o quão difícil já era manter o foco.

'Talvez ele não se importe se Aleric morrer. Ele nunca gostou muito dele. Talvez ele use isso como uma chance de me machucar.'

*Respira*.

Lá estava novamente. Cada vez mais frequente. Eu precisava ter mais cuidado.

"O que você quer dizer?"

“Quero dizer… Já se passaram três dias e ainda não temos um plano. O que estamos fazendo?"

Eu imediatamente abaixei minha caneta para olhar para ele, dirigindo-me a ele em um tom uniforme, apesar da atitude branda que eu estava sentindo.

“Estamos garantindo que a alcateia permaneça forte até que possamos localizá-la. Depois disso, podemos olhar para as diferentes opções para recuperar Aleric. Até lá, porém, estamos gerenciando recursos para garantir que estamos totalmente preparados para sair a qualquer momento.”

Lá estava novamente.

Outro olhar cauteloso que parecia quase desconfiado.

“… Eu pensei que sair era para te ajudar a melhorar,” ele disse, finalmente decidindo dizer o que quer que ele estivesse segurando. “Em vez disso, você está possivelmente ainda mais fria do que quando saiu.”

'Ele vai me impedir de tentar salvar Aleric. Ele acha que eu sou perigosa. E se ele me prender?

Engoli em seco contra a vontade de atacar, lembrando-me o que era mais importante agora. E não estava cedendo a esses pensamentos.

“Eu não sei do que você está falando, Cai. Foi exatamente o que eu fiz.”

Levantando-me, então me afastei, virando as costas para ele para que eu pudesse me concentrar literalmente em qualquer outra coisa. Qualquer coisa para parasse os pensamentos que vinham à tona que eu estava tentando tão arduamente afastar.

Da perspectiva dele, eu sabia por que parecia que nada havia mudado... mas, na realidade, era por causa do quanto consegui recuperar que agora estava mais vulnerável. Era uma luta permanecer tão recolhida quando eu estava tão emocionalmente ligada a alguém.

“Então como você pode simplesmente agir como se nada estivesse realmente acontecendo? Como se estivéssemos apenas discutindo questões mesquinhas?

Eu permaneci em silêncio, tentando ignorá-lo.

"... Você dá a mínima para ele?"

De tudo para assumir, *isso* era longe demais, perfurando diretamente o escudo fino que consegui criar por dentro.

Eu instantaneamente me virei para encará-lo novamente, os dentes cerrados.

“Claro, eu me importo! Como você pode pensar isso?!” Eu mordi de volta, um portão de inundação se abrindo por dentro. “Você acha que eu não quero desmoronar, gritar ou chorar porque estou com medo de perdê-lo? Que eu não quero entrar em ação e fazer tudo o que puder para salvá-lo?!”

Fechei minhas mãos em punhos, dando vários passos em direção a ele.

“Desculpe se pareço fria, mas é porque me importo e estou tentando não nos colocar em mais perigo ainda! Esta não é a primeira vez que Thea faz algo assim. Ela quer que eu fique com raiva. Ela quer que eu grite e pare de pensar racionalmente. Eu já lhe disse que é assim que ela finca suas garras. Está tomando literalmente cada grama da minha contenção para jogar o joguinho dela.”

Ele ficou surpreso com a minha resposta, parecendo um pouco culpado enquanto eu lhe confiava tudo isso.

“... Estou apavorada, Cai,” eu disse, uma lágrima caindo pelo meu rosto. “...Eu não posso perdê-lo. Eu... eu não aguento mais dor. Eu vivi duas vidas disso e eu só quero que isso acabe. Eu só quero... argh.

*Respira*.

Eu disse o suficiente.

E respirei fundo, me acalmando.

Isso não ia ajudar Aleric. Se eu já estivesse começando a quebrar tanto assim, seria quase impossível resistir se Thea decidisse começar a mexer mais na minha cabeça.

Mas... era mesmo possível lutar com ela quando já era tão difícil? Minha determinação estava ficando mais fraca a cada dia, quanto mais ansiosa eu ficava, o desejo de simplesmente desistir se tornava demais. Era inevitável que eu fosse explodir em breve. E talvez da próxima vez fosse pior.

'Eu não sou forte o suficiente. Ele vai morrer por minha causa.'

Eu não conseguia nem dizer se era ela ou meus próprios pensamentos. De qualquer forma, provavelmente era um mau sinal.

"Aria... me desculpe, eu não..."

“Podemos deixar pra lá, por favor?” Eu perguntei, querendo nada mais do que não falar mais nisso antes que tudo piorasse. “Eu só quero focar no que precisamos fazer a seguir. Ela estará esperando que eu...

E as palavras foram cortadas na minha boca quando percebi algo. Algo que parecia tão óbvio.

A resposta foi simples.

…Nós só precisávamos dar a ela o que ela queria. Para eliminar completamente a chance de quebrar acidentalmente, fazendo exatamente o que ela esperava de mim.

Era hora de apenas... ceder.

Minha mente começou a girar com ideias enquanto tudo se encaixava, deixando-me ver exatamente o que precisávamos fazer. Como poderíamos vencer.

... Mas era arriscado. Incrivelmente. Fazer algo assim era imprudente e poderia até não funcionar.

"Cai... eu mudei de ideia...", eu disse distante, pensando nisso. "... Eu preciso que você me chame de insensível um pouco mais."

E eu nunca vi alguém parecer mais confuso.

~~~~~

-*PAULADA*.

Eu soquei a mandíbula de Sophie com força suficiente para mandá-la direto para o chão. O sangue imediatamente começou a escorrer de seu nariz com o impacto.

"Por favor..." ela choramingou debilmente, tentando rastejar para longe.

Mas eu apenas me deleitava com os gritos da minha antiga acompanhante, aproveitando cada segundo. Eu sonhei em fazer isso por anos. Sonhava em tornar sua vida miserável como retribuição por sua traição. E, com base em quão despreocupada ela parecia hoje ao entrar em sua cela, claramente matar Lúcia não tinha sido suficiente.

'Ela mereceu isso. Ela era um monstro.

“Mais importante, ela era a única ligação que eu tinha com Thea. Cada segundo que ela desperdiçava agora era outro segundo que Aleric era mantido em cativeiro.

— Foi culpa dela.

“Então me diga o que eu quero saber,” eu respondi, embora incapaz de esconder meu sorriso.