LASCIVA romance Capítulo 11

Capítulo 11

Isis Melo

Estava deitada na cama e pensando nas palavras de Jaime. Vou fazer algo com você que nunca fiz com nenhuma acompanhante, murmurou e me beijou. Por que será que ele nunca beijou nenhuma das acompanhantes dele? Isso é algo que gostaria de saber. Ele não desiste de mim, não desiste de me tentar com sua gostosura e me levar para cama. Por que tanta insistência? Tem tantas mulheres nesse mundo, por que ele não vai procurar outra. Talvez ele esteja gostando de você, ouço meu subconsciente. Não, não, ele não gosta de mim, apenas quer me levar para cama.

Depois de limpar a casa, vou para a clínica onde fico a tarde inteira com minha mãe. Hoje eu me sinto melhor que os outros dias. Não posso negar que o beijo de Jaime me animou, eu o desejo tanto que não posso mentir sobre isso, mas enquanto ele tiver preconceito não cederei facilmente. Horas mais tarde chego à boate e me surpreendo ao vê Jessica mexendo nas minhas coisas.

- O que você faz aqui? Pergunto irritada.

- Estou arrumando as minhas coisas. – Diz e fico sem entender nada.

- Isis vem comigo. – Escuto Telma falar ao entrar no camarim.

Sinto vontade de pular no pescoço de Jessica, mas me controlo. Acompanho Telma até sua sala que fica nos fundos da boate.

- Sente-se. – Diz e não gosto nem um pouco do seu tom de voz. Fico encarando-a e temo o que ela vai me dizer.

- Jessica vai assumir o seu lugar. – Diz e fico em choque.

- Por qual motivo? Sei que tive alguns problemas no trabalho, mas nada que ela precisasse colocar outra no meu lugar. Sinto meus olhos serem preenchidos pelas lágrimas, mas me controlo para não chorar. Não quero me humilhar de forma alguma. Seguirei com a cabeça erguida.

- Não tem motivo específico, quero-a no seu lugar. Gosto muito de você, Isis, mas quem manda aqui é eu. – Diz. Engulo seco.

- Se é assim que você quer, tudo bem. – Digo e me levanto.

- Aonde você vai? – Pergunta.

- Vou para o camarim da Jessica, a partir de agora tenho que ficar no lugar dela. – Digo.

- Tem certeza que você quer isso? – Telma pergunta-me. Apenas afirmo com a cabeça.

Ela pergunta-me isso, porque Jessica fazia parte das garotas que ficam no balcão da boate e nesse lugar os homens além de olhar podem tocar, e o dinheiro é metade do que eu ganhava. Desde o dia que cheguei aqui conseguir o lugar do palco, onde os homens só observam, mas não podem tocar. Agora terei que ir para o meu maior pesadelo.

Peguei minhas coisas no meu antigo camarim e removi para o de Jessica. Era visível a sua alegria diante da minha miséria, além de ter conseguido o meu lugar, ela ficou feliz com minha ruína. Nunca imaginei que isso aconteceria algum dia, mas eu não podia pensar muito nisso, tenho apenas que trabalhar. Minha mãe e eu precisamos do dinheiro, e eu não posso falhar com ela.

Vestir uma das roupas de Stripper e tive dificuldade para sair do camarim. Não queria ter que fazer isso, se alguém me tocasse iria morrer. Só de imaginar a cena corri para o banheiro e vomitei bastante. Chorei como uma criança, mas eu precisava fazer isso. Calma Isis, calma. Respirei fundo diversas vezes e tentei me acalmar.

Quando subi em um dos balcões meu corpo estava tenso, tentei dançar corretamente, mas não conseguia relaxar. Sentir uma mão alisando minha batata, eu tentei virar e me afasta, mas o homem me segurou e gritou. Dança gostosa... Sentir vontade de morrer. Ele aparentava ter uns cinquenta anos, era barrigudo e careca, mas pela roupa percebe-se que tem muito dinheiro. Sua mão foi subindo pela minha perna, sentir que não iria conseguir fazer isso.

De repente ouvir um estrondo. Jaime jogou o homem longe. Nem tive tempo de ter reação alguma, ele pegou-me pelas pernas e me colocou no seu ombro. Gritei de susto, mas nunca estive tão agradecida. Ele jogou seu paletó por cima do meu corpo e saímos da boate.

Ele colocou-me no carro, depois entrou. Começou a dirigir raivoso pelas ruas de Nova Iorque. Percebi que ele apertava o volante, era visível o seu ódio. Virei-me para a janela. Lágrimas descendo pelo meu rosto, ao pensar que agora estou desempregada. Com a mente atordoada não percebi quando ele parou o carro. Olho para o seu rosto, mas ele não me olha.

- Jaime, obrigada. – Agradeço.

- Desce do carro, Isis. – Diz ríspido. Fico sem entender sua grosseria.

- Quando você estiver pronta para agir como uma mulher, e assumir o que você realmente quer, sabe onde pode me encontrar. – Fala sem olhar na minha direção. Fico furiosa com sua grosseria e frieza.

- Eu sei o que eu quero, e não quero ser sua acompanhante. – Grito furiosa.

- Por que não? Se você quer fuder tanto quanto eu. Você prefere ir dançar para todos aqueles homens e deixar que eles passem a mão em você, então vai, Isis. Nem em um mês de trabalho você ganhará o que eu tenho a te oferecer – Diz com raiva.

Estava pronta para fazê-lo morrer asfixiado com o próprio pênis, mas saí do carro e bati a porta com força. Jaime e eu jamais nos entenderíamos, jamais!

Jaime Gandy.

Estou fazendo de tudo para tê-la, e não me arrependo de nenhuma das minhas atitudes. Por isso, quando Telma veio até meu escritório, lhe ordenei que despedir-se Isis. Eu sou o sócio majoritário, então ela teria que me obedecer, mas para mantê-la calada molhei sua mão e lhe disse que lhe daria minha parte da boate caso Isis fosse minha, com minha parte ela seria a única dona da boate. Ela se surpreendeu com minha determinação para ter Isis, e disse que ela devia ter me dado uma tapa no rosto para que eu caísse de amores por ela.

- Não estou caindo de amores, Telma. Apenas não estou acostumado com rejeição e Isis é um desafio que faço questão de vencer. – Digo. Telma e eu nos envolvemos há muito tempo, mas nunca tivemos nada sério. Ela gosta de sexo depravado e eu também, apenas isso.

Passei o restante do dia trabalhando, mas a todo o momento pensava em Isis. Não quero pensar como ela vai ficar quando for demitida, provavelmente vai ficar furiosa e muito chateada. Meu celular atrai minha atenção e vejo que é uma ligação de Telma.

- Demitir Isis como você ordenou, mas ela quis ficar no lugar de Hebe. – Diz e meu sangue ferve.

Caralho! Só de imaginar aqueles homens babando ou tocando em Isis fico louco. Imagino o quanto ela deve ter odiado isso. - Eu disse para demiti-la, porra. – Digo irritado e soco a mesa. Desligo o celular. Levanto-me, visto meu paletó e vou à boate.

Assim que entrei na boate, meus olhos bateram em Isis, percebi o quanto ela se esforçava para dançar naquele balcão, era óbvio que ali não é o lugar dela. Hebe dançava no palco, e era evidente que Isis é hum milhão de vezes melhor. Estava caminhando na direção de Isis quando o homem a tocou. Vi vermelho de raiva! Peguei o imbecil e o joguei contra uma mesa, nem me dei ao trabalho de olhar para a cara do infeliz.

Enquanto dirigia até a casa de Isis, eu não conseguia conter a raiva, estava furioso! Quando mandei demiti-la era para que sua única saída fosse assinar o contrato, mas mesmo assim ela insistia em resistir a algo que ela mesma queria. Deixei-a na sua casa e esperaria para ver por quanto tempo ela aguentaria.

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