Mais do que paquera romance Capítulo 29

- Substituiu? - o cenho de Raviel se franziu. - Por que motivos?

- É... - Saymon não sabia como dizer.

- Diz logo! - mandou Raviel, impaciente.

- Sim senhor! - Saymon disse o que tinha conseguido com as investigações sem mais delongas. - Sete anos atrás, depois que seu avô, Sr. Ernesto D’Angelo, assinou seu tratado de casamento com Srta. Andreia, ela fugiu de casa com um homem.

- Fugiu com um homem? - Raviel apertou o celular em sua mão.

- Sim, senhorita Andreia tinha um namorado, e quando soube que seu pai, Sr. Fagner Hofmann, tinha assinado um tratado de casamento para ela, fugiu com a ajuda de sua mãe, Virgínia Lapoian. Depois que Sr. Fagner descobriu isso, ele se separou de Sra. Virgínia num ato de raiva e se casou com a atual esposa, Sra. Renata Cunha, e levou sua filha, que seria Sra. Judite, para a casa dos Hofmann.

- Então Judite é a filha de Renata?

- Isso mesmo. Depois que Srta. Andreia fugiu, Sr. Fagner ficou com medo da família D’Angelo ficar com raiva deles, então deixou que Sra. Judite a substituísse, dizendo para o mundo que Andreia estava mudando de nome oficialmente para Judite, e Judite só pode dizer para os outros que Renata é sua madrasta - disse Saymon cheio de desprezo.

Onde que seu presidente não seria digno de Srta. Andreia? Por que ela fez tal coisa?

Ela até não chegou a pensar nas consequências que sua fugida traria para a família Hofmann?

Raviel não respondeu, seu rosto estava abaixado, pensando em alguma coisa. Depois de um tempo, ele cuspiu uma palavra levemente:

- Entendi.

Sua reação foi tão simples assim?

Saymon achou estranho, e então perguntou com cuidado:

- Presidente Raviel, precisamos nos vingar da família Hofmann?

- Não precisa - respondeu Raviel sem expressões na cara. - Já que esse casamento está errado desde o início, então deixe que continue errado.

Judite também é filha de Fagner Hofmann, e salvara sua vida cinco anos atrás.

Mesmo que ele não a ame, ele também não ama outra pessoa, então é o mesmo que se casar com qualquer uma delas.

Ele apenas foi investigar isso para saber a verdade. Quanto a Andreia, já que foi um desencontro no passado, então que continue sendo.

Desligando a ligação, Raviel jogou o celular no banco do lado e deu partida no carro novamente.

No dia seguinte, no Grupo Barisque Royale.

Andreia já compreendeu o básico do projeto Nascido do Fogo, e tinha intenções de logar no banco de dados da empresa para saber do atual estilo de design do Grupo Barisque, para então fazer os rascunhos de acordo com esse estilo.

Mas ela percebeu que não conseguiu entrar no banco de dados.

- Ofélia, deu bug no banco de dados? - perguntou Andreia para a colega de trabalho ao seu lado.

- Não que eu sabia, está normal aqui, você digitou errado seu login? - disse Ofélia se inclinando para olhar sua tela.

- Eu já conferi várias vezes, não está errado - disse Andreia balançando a cabeça.

- Então pode ser que seu login não tenha sido cadastrado no sistema, que tal você ir perguntar a Sra. Judite? - aconselhou Ofélia.

Andreia franziu o cenho, não querendo muito ir.

- Ofélia, posso usar seu login?

- Não pode! - recusou ela imediatamente. - Andreia, não é que eu não queira te ajudar, mas esses dados são secretos, apenas podemos acessar uma vez por semana, se eu te deixar acessar com meu login, então eu mesma não poderei mais acessar esses dias!

- Ah, entendi... - Andreia mordeu os lábios.

Então só poderia ir procurar Judite.

Suspirando, Andreia pegou a bengala que estava encostada ao lado, e foi mancando em direção da sala de designer principal.

Chegando na porta, ela bateu e chamou:

- Sra. Judite!

- O que você veio fazer aqui? - disse Judite de cara feia ao vê-la.

- Eu preciso acessar o banco de dados, mas não consigo logar. Queria te perguntar o que está acontecendo? - disse Andreia olhando friamente para ela.

Ela achou que isso tinha a ver com Judite.

Ontem ainda podia logar, e hoje já não podia mais.

Com certeza tinha algum problema nisso.

E Judite admitiu mesmo:

- Fui eu que deletou seu login do sistema.

- Por que fez isso? - questiona Andreia apertando os lábios.

- Você me pergunta o porquê? - disse Judite encostando na cadeira, fazendo uma postura de superioridade. - Porque você não é nossa funcionária oficial, é apenas uma ajuda externa, então não posso te deixar acessar nosso banco de dados. E se você roubar dados importantes?

- De jeito nenhum que eu faço isso! - disse Andreia seriamente.

Judite sorriu debochadamente e disse:

- Você já viu um ladrão admitir um roubo?

Andreia ficou sem palavras.

Já que ela queria dificultar as coisas para ela, então ela não podia estar tão amarrada.

Ela olhou ferozmente para Judite e se virou para ir embora.

Essa cena era bem familiar. Judite cerrou os olhos e gritou:

- Espera! Você está querendo ir procurar Ravi de novo?

- Eu preciso acessar o banco de dados em prol do projeto Nascido do Fogo. Já que Sra. Judite não me apoia, então só posso procurar presidente Raviel, creio que ele vá me ajudar - disse Andreia sem se virar, indo para a porta.

- Você não pode ir! - gritou Judite, correndo até Andreia e barrando seu caminho.

Mesmo que tenha resolvido aquelas duas crianças, ela ainda não podia relaxar.

Enquanto Andreia estivesse aqui, a verdade poderia ser descoberta a qualquer hora, então ela faria de tudo para evitar que eles dois se encontrassem enquanto achava um jeito de expulsar Andreia e seus dois pirralhos nojentos daqui.

- Eu aconselho Sra. Judite não me impedir - disse Andreia olhando para a garra de Judite estrangulando seu braço. - Eu sou uma pessoa machucada no momento, e se acontecer algo a mim aqui na sala de Sra. Judite, ou algo que piore os ferimentos, senhora ficará com problemas, já que aqui está repleto de câmeras de segurança.

E Andreia terminou dizendo ao apontar para cima.

- Você está me ameaçando? - disse Judite, empalidecendo.

- Desde que Sra. Judite não me impeça, a ameaça seria inválida, não é mesmo? - sorriu Andreia, se livrando de sua mão.

Chegando ao último andar, assim que ela saiu do elevador, viu Saymon que saía da sala das assistentes pessoais, vindo em direção à sala do Raviel.

- Sr. Saymon! - chamou ela.

Saymon parou os passos e olhou para Andreia, um raio de nojo se passou em seus olhos, mas logo sumiu. Ele sorriu e acenou:

- Srta. Andreia.

- Sr. Saymon, eu tenho uns problemas no trabalho que preciso falar para presidente Raviel, poderia informa-lo que estou aqui? - perguntou ela educadamente.

- Claro - disse Saymon empurrando os óculos.

Já que eram coisas do trabalho, ele não tinha o porquê de recusar.

Logo, Saymon saiu da sala do presidente e deixou que Andreia entrasse.

Andreia curvou-se em agradecimento e empurrou a porta para entrar.

- Presidente Raviel, com licença.

Raviel levantou a cabeça e olhou para ela com uma expressão complicada.

- Saymon disse que você estava me procurando, o que foi?

- Então, foi assim... - Andreia seguiu explicando o que tinha acontecido e a ajuda que precisava dele.

Raviel terminou de ouvir e bateu de leve com os dedos sobre a mesa.

- Você quer que eu dê uma autorização para que o RH cadastre novamente seu login no sistema.

- Isso mesmo - disse Andreia acenando com a cabeça.

Antes de subir, ela já tinha aprendido que o recadastro de login só podia ser feito com a autorização do superior direto. Mas seu superior direto era Judite.

Já que seu login fora deletado pela própria Judite, então só podia procurar por Raviel, o superior de Judite.

- Entendi. Vou mandar Saymon levar você ao RH - concordou Raviel.

- Obrigada, presidente Raviel! - agradeceu Andreia toda feliz. - Então eu vou indo.

- Espera! - chamou Raviel de repente.

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