Acordo com meu telefone tocando, o cheiro dele está impregnado em minha pele, nos lençóis, apesar de não ter vontade abro os olhos lentamente, o quarto ainda está escuro, vejo meu telefone na mesinha ao lado da cama, deslizo meu dedo atendendo a ligação.
- Alô?
- Morreu piranha?
- Bom dia, pra você também Elias.
- Me poupe! Onde você está? Na casa do deus do orgasmo?
- Sim. - Digo sorrindo.
- Já viu as horas, não né bunita?
- Quê?
- Garota, você ainda não acordou?
- Não!
- Levanta e toma banho, estamos te esperando para ir a praia!
A linha fica muda, olho para a tela confirmando que Elias desligou, espreguiço na enorme cama king size coberta por lençóis cinza de seda, pela primeira vez observo o quarto de verdade, uma cama enorme de frente a janelas de vidro igualmente enormes, cortinas em um tom chumbo, tudo na casa de Murilo é escuro representando a masculinidade que ele exala, passo pelo closet com ternos pendurados de forma organizada, vejo um Armani preto, Dolce e Gabanna grafite, entre tantos outros provavelmente feitos sob medida, não há uma peça de roupa fora do lugar, o cheiro de Murilo invade meus sentidos quando entro no banheiro, a toalha molhada na pia é o único objeto que me diz que ele realmente passou por ali.
Abro o box deixando a água quase fria lavar meu corpo marcado pelas mãos de Murilo, o que estou fazendo? Ele é meu chefe, como vai ser quando tudo isso acabar, nos veremos todos os dias, eu saberei lidar bem com isso?
O pensamento não para de me rondar, questionar, quando saio do quarto vestida em minhas roupas de ontem, sou invadida por um cheiro maravilhoso de pão de queijo, ando em direção a cozinha na esperança de encontrar Murilo.
Assim que chego vejo uma senhorinha um pouco mais baixa que eu e um pouquinho acima do peso, com seu telefone tocando Amado Batista, não controlo o riso, Rosa se vira e no susto leva a mão ao coração.
- Ah meu Deus, de onde você saiu?
- Do quarto.
"pensamentos de Rosa"
"quem é essa garota? essa é nova aqui, carinha de tímida, mas é bonita!"
- Cadê o Murilo?
- Foi para a academia do condomínio.
- Ele demora Rosa?
Suas sobrancelhas se franzem me observando, provavelmente estranhando o fato de eu saber seu nome.
- Já deve tá voltando, tem tempo que ele foi.
Ela responde olhando o telefone, como se estivesse calculando o tempo, enquanto desliga a música.
- Senta ai minha filha, vou te servir o café.
- Obrigada.
Sento na mesa farta de café da manhã, Rosa colocou café na minha xicara com um sorriso.
- Já tem açúcar?
- Tem querida.
Tirando o pão de queijo do forno, ela os coloca em uma travessa, me oferecendo.
- Aqui, acabei de assar.
- Obrigada, o cheiro tá ótimo.
O barulho da porta se abrindo faz minha cabeça ir na mesma direção, um Murilo suado, extremamente sexy entra na sala, sorrindo ao me ver.
- Bom dia.
- Bom dia.
Sua mão toca meu ombro, enquanto seus lábios selam os meus.
"pensamentos de Rosa"
"agora eu vi, se enrabichou por uma carioca!"
- Achei que ia te encontrar dormindo.
- Também achei, mas Elias me acordou com o telefone.
- Você não avisou que vinha para minha casa?
Se Murilo soubesse que na verdade eu só vim até aqui por que meus amigos tinha praticamente me obrigado!
- Avisei sim, é que combinamos de ir a praia hoje.
- Hum.
Sentado ao meu lado, o vejo colocar um pão de queijo na boca, enquanto Rosa lhe serve café.
- Leite?
- Por favor.
- E você querida, quer?
- Não, obrigada.
- Ainda não sei seu nome.
A senhora gentil me pergunta sorridente. Antes que eu pudesse responder Murilo me olha com cumplicidade enquanto fala.
- Essa é a Manu, Rosa.
- Muito prazer meu bem.
- O prazer certamente foi meu.
Rosa é gentil, tem aquele jeito de mãe, sorridente, prestativa, gostei dela.
- Preciso ir, meus amigos estão me esperando.
- Eu te levo, espera só eu tomar um banho.
- Não precisa.
- Sei disso, mas eu quero.
Terminamos de tomar café da manhã, enquanto Murilo toma banho, ajudo Rosa a retirar a mesa.
- Não precisa Manu.
- Não custa nada.
Antes que eu tenha chance de realmente ajudá-la, meu telefone começa a tocar, coloco as louças que carregava na pia, atendendo o telefone.
- Onde você está?
- Com o deus do sexo, claro!
Não pude evitar uma risada ouvindo Elias e Clara conversando certamente com o telefone no viva-voz.
- Estava tomando café.
- Hurum sei, tomando leitinho!
- Idiota!
- Vai demorar?
- Não, só estou esperando o Murilo que foi tomar banho.
- Hum, e aquela delicia vai também?
- Acho que não.
A burra aqui esqueceu de chamar!
- Já estamos prontos, só te esperando.
- Okay.
Desligo o telefone, enquanto Murilo vem em minha direção de banho tomado, usando uma bermuda estampada simples, uma camiseta azul marinho e um boné virado para trás, Santo Deus, como vou resistir a esse homem?
- Vamos.
Pegando em minha mão, seguimos para fora do apartamento, estacionado na porta estava um BMW preto lindo, Murilo abre a porta do carona para mim, dá a volta se posicionando no volante.
Assim que o carro está em movimento pelas ruas agitadas do Rio, envergonhada acabo perguntando.
- Não te perguntei, mas quer ir a praia com a gente?
- Já vim pronto.
Rimos, nossa conversa é leve durante o trajeto, fomos ouvindo música, pelo que percebi ele gosta de rock clássico, na play list do seu carro tocou, Nirvana, Red Hot. Mal percebo quando ele estaciona.
- Teremos que subir as escadas.
- Tudo bem.
Paro em frente a porta, não sinto vergonha da minha casa, é simples mas organizada e tudo novo, pago com muita dificuldade, mas sei que ele está acostumado com luxo.
Assim que abro a porta a voz de Elias preenche o local.
- Até que enfim, achei que ia passar a manhã toda fu...
Sua boca fica aberta ao ver que Murilo está parado atrás de mim, seus olhos se arregalam.
- Fugindo de mim.
É incontrolável a risada de todos na sala.
- Oi, eu sou o Elias.
Já recuperado da vergonha se é que ele tem, estende a mão.
- Murilo.
- Eu sou a Maria Clara.
- Prazer.
- Agora que já estão apresentados, vou me trocar e já volto.
Já no quarto, coloco um biquíni, um short e uma camiseta por cima, pego minha bolsa de praia coloco carteira, protetor, canga, toalha, viseira, coloco meus óculos de sol e havaianas, indo em direção a sala.
- Vamos?
O olhar de Murilo percorre minhas pernas, subindo até chegar ao meu rosto, onde sei que já está vermelha.
- Si.
O sotaque desse homem é lindo demais, me deixa com as pernas mole, sua mão encontra a minha, me levando em direção a porta. Afaste-se dele, ouço uma voz no fundo da minha cabeça, mas só por hoje decido que vou ignorá-la.
- Para onde vamos?
- Grumari.
- Coloca o endereço no GPS.
Desbloqueia seu telefone, um iPhone de última geração, me entregando o aparelho, não consigo evitar de pensar que nenhum homem que esconde alguma coisa, entrega seu telefone desbloqueado na mão de uma mulher, não é?
- Não precisa, sabemos o caminho.
- Todo bien.
Assim que estacionamos o carro o cheiro de mar vem ao nosso encontro.
- Amo esse lugar.
Sou a primeira a falar, seguida por Clara.
- Eu também.
- Gostou?
- es muy bonito.
Descemos do carro, andamos pela areia branca, estendo minha canga tirando meu short e camiseta. Murilo segura o boné enquanto retira a camiseta, a visão de peito coberto por pequenos pelos macios ao toque me deixam com o rosto quente, parecendo adivinhar o que estou pensando, ele se senta ao meu lado dando um beijo na lateral da minha cabeça.
- Aqui é tranquilo, não tem tanta gente.
- É porque não passa ônibus. - Responde Elias.
- Praia que passa ônibus aqui no Rio, fica lotada no fim de semana.
- Trouxe protetor Manuzinha?
- Claro.
- Passa em mim, preciso proteger minha pele de pêssego.
Dou risada, enquanto espalho o protetor nas costas dele. Logo os dois estão na água.
- Não vai entrar?
- Amo praia, mas não gosto muito dessa água fria.
Ele da uma risada e antes que eu pense muito me ergue do chão em seus braços, me levando para o mar. Solto um gemido alto quando meu corpo se choca com a água.
- Ah Murilo, está fria.
Sua boca beija meu pescoço, enquanto sussurra.
- Te caliento mi amor.
Seus olhos estavam tão claros que não consegui definir a cor, sua boca convidativa, o nariz perfeito, as sobrancelhas grossas, tudo nele me chama para perto, para junto, para uma mistura deliciosa que somos nós juntos, passo meus braços por seu pescoço e o beijo.
.
.
.
Clara e Elias observam a cena.
- O que achou dele?
- Vendo os dois juntos, tenho certeza que nossa amiga está de quatro.
- Ele parece que tá afim dela.
- Claro, minha Manu é linda, insegura, um doce de mulher. Agora ele, exala cheiro de macho alfa, poder.
- Nem fala, o cara é gato pra caralho e o sotaque?
- Para de piranhagem, esse espanhol tem dona.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Murilo, o CEO sedutor.
Ótima história! Muito legal acompanhar o amadurecimento dos personagens...
Maravilhoso amei a história e perfeita do início ao fim, sem fugir do contexto inicial. Parabéns super índico a leitura....