O Amor Perdido romance Capítulo 25

Dorothy estava confusa. Plantada em seu lugar, seguiu o olhar de Juelz.

Credence, que estava a menos de um metro dela, pressionava com firmeza a parte do braço de onde o sangue era coletado. Seu olhar estava frio como gelo quando ele tirou o cigarro da boca com a outra mão.

Só então Dorothy percebeu que Juelz abraçava todo seu corpo com intimidade. Pior ainda, que seus lábios estavam colados no queixo de Juelz. Do ângulo em que Credence estava, parecia que ela estava delicadamente beijando Juelz...

O coração de Dorothy disparou por saber que Credence a tinha entendido mal. Ela instintivamente afastou Juelz. Quando olhou para cima e seu olhar encontrou o de Credence, ela lhe deu um sorriso estranho.

"Não... há nada acontecendo entre Juelz e eu. Por favor, não fique com a impressão errada."

Ela não fazia ideia de porque estava explicando aquilo a Credence. Apenas agia de forma inconsciente.

Talvez ela pensasse que, se não deixasse as coisas claras, acabaria se tornando o tipo de mulher idiota que Credence mais odiava. Então, perderia seu lugar no coração dele de maneira definitiva.

Foi tudo em um piscar de olhos!

Antes que Dorothy pudesse recobrar o juízo, Juelz foi expulso da sala por Credence como uma pipa arrebentada. Credence lançou-lhe um olhar frio antes de se virar e caminhar lentamente na direção de Juelz, que estava deitado no corredor.

Credence estreitou os olhos para Juelz. "Você deveria ter me dito antes que quer morrer. Eu teria atendido seu desejo na mesma hora! Acredito que, por causa de nossa parceria de um bilhão de dólares, sua família não dirá uma palavra se eu te matar!"

Credence sempre foi um homem decidido. Naquele momento, emanava uma aura aterrorizante. Era como se o movimentado corredor do hospital tivesse se transformado em uma câmara fria.

Juelz cuspiu um bocado de sangue. "Vamos! Se tiver coragem, me mate agora mesmo! Se não, lutarei com você até o fim da minha vida!"

Credence olhou com indiferença para Juelz, que era fraco para lutar. Não disse nada e nem fez qualquer expressão. Seu rosto estava sem qualquer vestígio de raiva.

No entanto, Dorothy podia sentir a raiva crescendo dentro dele. Teve uma premonição de que uma 'tempestade' ia acontecer.

Naquele momento, Credence parecia um Ceifador. Dorothy temia que ele realmente matasse Juelz. Portanto, ergueu a mão que ainda estava conectada ao tubo de transfusão de sangue e correu para o lado de Credence. Em pânico, disse a ele: "Solte Juelz! Ele não tem nada a ver com isso."

No entanto, suas palavras pareciam ter provocado Credence. Ele caminhou até ela lentamente. Então fixou os olhos em seu rosto pálido e preocupado.

O silêncio era total.

Até que...

De repente, ele agarrou sua mandíbula com os dedos delgados. Ele era tão forte que Dorothy fez uma careta de dor.

Ele não podia acreditar que, embora Dorothy estivesse tremendo de medo, ainda protegia Juelz com todas as forças. O mais ridículo era que ela ainda era sua esposa, pela lei...

Credence deu um sorriso fraco.

"Dorothy, não vou deixá-la ir. Não vou me divorciar de você também. Eu farei você sofrer pelo resto da vida!"

Dez minutos depois, Credence saiu de lá decidido, com a bolsa de sangue de Dorothy.

.....

Dorothy pressionou o local de inserção da agulha com um cotonete médico. Inconscientemente, foi atrás de Credence. No entanto, sua figura alta já havia desaparecido no final do corredor sem deixar vestígios.

Ela se apoiou na parede branca. Olhando para as escadas, suspirou, impotente.

A sensação de vazio em seu coração superou o desespero e a falta de esperança que tinha por ele.

Ela se lembrou de que, na noite de núpcias, ele havia claramente recitado três regras de casamento para ela. Uma delas era que ela estava terminantemente proibida de se envolver com outros homens.

Mas naquele dia, não só Credence tinha entendido errado que ela tinha beijado Juelz, mas também que ela tinha tentado protegê-lo na frente dele. Nem precisava dizer que tudo aquilo deixou Creedence furioso, o que o levou a falar duramente.

Quando se lembrava do que tinha acabado de acontecer, o coração de Dorothy parecia ter sido golpeado por uma adaga.

Ela não conseguia entender por que Credence se recusava a deixá-la apesar de não amá-la.

Por que razão torturar um ao outro assim?

"Argh!" Juelz fez uma careta de dor.

Com as duas mãos nas costas, mancou na direção de Dorothy. Ele não se incomodava com sua própria dor e perguntou preocupado: "Dory, você está bem? Sua ferida ainda dói? Sente algum desconforto? Avise-me se não se sentir bem. Vou responsabilizar Credence à custa da minha vida!"

Ela acabara de fazer uma doação de sangue. Como poderia não se sentir mal?

No entanto, Dorothy não podia mais arrastar Juelz para aquela confusão. Afinal, era um assunto entre ela, Credence e Rosalie.

Ela receava que Credence matasse mesmo Juelz por um mínimo conflito!

Ela sabia melhor do que ninguém que havia uma ferocidade escondida em Credence bem no fundo.

"Eu estou bem."

Dorothy se virou e sorriu para Juelz com delicadeza. "Obrigada por tudo que fez hoje, Juelz. Acho que seria melhor não vir me ver por enquanto. Se eu precisar da sua ajuda, eu te ligo, está bem?"

Sua voz era gentil como sempre. No entanto, seu tom era irrefutável.

Juelz conheceu Dorothy quando ela, por coincidência, salvou a vida dele, há quase dez anos. Portanto, Juelz a conhecia muito bem. Ela era gentil, mas resoluta. Uma vez tomada sua decisão, não haveria espaço para quaisquer mudanças.

Embora sentisse pena dela por ter que suportar tanto sofrimento por causa de seu profundo amor por Credence, não sabia o que dizer naquele momento. Ele só esfregou o rosto, escondendo sua decepção e tristeza.

Ele parecia preocupado quando disse: "Dory, Credence é um lunático, insano e arrogante. Prometa-me que se protegerá muito bem quando eu não estiver ao seu lado. Ligue para mim imediatamente se acontecer alguma coisa, ok? Estou disponível a qualquer hora."

"Tudo bem, ligarei. Obrigada! Há um arranhão no seu queixo. Lembre-se de mostrar a um médico. Estou indo embora."

Depois de se despedir de Juelz, Dorothy arrastou-se em direção ao elevador e desceu para a sala de cirurgia.

Credence devia ter corrido para lá para entregar seu sangue para Rosalie.

Se ela fosse até lá, definitivamente poderia encontrá-lo!

.....

Do lado de fora da sala de cirurgia.

O olhar de Jonathan estava fixo em Credence. Para ser exato, olhava para a bolsa de sangue na mão dele.

Jonathan hesitou por um momento até que finalmente abriu a boca. "Credence, esse é... esse é o sangue de Dorothy?"

O rosto de Credence estava pálido por ter corrido para a sala de cirurgia. Ele respondeu com uma bufada fria.

Seu ar intimidador assustou Jonathan a tal ponto, que ele estava pensando em manter a boca fechada.

No entanto, sua consciência de médico levou a melhor. "Dorothy sofreu um aborto espontâneo há alguns dias. Em um período tão curto, você a forçou a doar uma bolsa tão grande de sangue para Rosalie. Temo que isso possa causar sequelas graves."

"Tais como?" Credence zombou.

"Infertilidade."

Então, o silêncio pairou no ar.

Momentos depois, Credence finalmente reagiu. Falou devagar e de forma clara, com a voz grave e rouca.

"Se ela nunca mais puder dar à luz uma criança, eu não a culparia."

Ele queria dizer que ainda estava disposto a ficar com Dorothy? Mesmo que ela fosse infértil, ele não se divorciaria dela para se casar outra vez?

Como se ele finalmente tivesse entendido algo, Jonathan lançou um olhar para cima e arregalou os olhos em estado de choque!

Jonathan podia ver que os dedos de Credence estavam segurando a bolsa de sangue em sua mão com força. Se apertasse um pouco mais, ela explodiria.

Aquela era a bolsa de sangue necessária para salvar a vida de Rosalie! Por que Credence parecia imperturbável?

Em um canto escuro, Linda testemunhava toda a cena. Ela se virou para outra direção e saiu em silêncio. Ao chegar ao corredor do primeiro andar, pegou o celular e fez uma ligação, com uma expressão sombria.

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