O Labirinto de Amor romance Capítulo 1230

- Se eu me atrevo a vir, de que teria medo? - Odilon sorriu levemente, tão calmo como se ele tivesse visto tudo através do mundo.

Guilherme também chegou naquele momento, me protegendo em seus braços, como se estivesse com medo de me tirarem dele.

Logo em seguida, um jipe sai do cruzamento à esquerda, atropelando os carros da polícia em cerco e entrando no círculo, parando atrás de Odilon.

Os homens no veículo, usando coletes à prova de balas, começaram a disparar contra a polícia incessantemente, tentando fazê-los recuar com poder de fogo.

Em meio à chuva de tiros, a porta do banco de trás do jipe se abriu e o Sr.Raimundo emergiu dele.

Ele estava agarrando o banco da frente com uma mão enquanto esticava o pescoço e gritava para Odilon:

- Finalmente acredita no que eu disse? Aquela mulher só quer você morto, então entre! Não arraste o resto dos irmãos para a morte junto com você!

Assim que as palavras saíram de sua boca, uma bala perfurou o topo de sua cabeça.

Os franco-atiradores no topo do prédio já estavam há muito tempo aguardando por este momento.

Assim que o Sr.Raimundo caiu, os outros entraram em pânico e começaram a gritar para escapar:

- Odilon! Se você não entrar, teremos que te deixar para tr...

Antes que as palavras pudessem ser ditas, um a um, eles foram derrubados.

Logo, Odilon foi o único que restou.

Ele parecia ter previsto isto, um leve sorriso ainda estava pendurado em seus lábios, depois abriu lentamente seus braços para revelar a arma em sua mão.

Eu podia vê-lo claramente dizendo algo para mim pela leitura labial, mas antes que eu pudesse ver bem, a mão grande de Guilherme bloqueou minha visão.

O som de um corpo atingindo o chão ressoou com clareza após vários tiros.

Quando Guilherme retirou sua mão, Odilon já havia caído no chão, incapacitado.

Um dos oficiais, coberto pela multidão, correu até ele e chutou a sua arma, depois verificou seu pulso e finalmente disse:

- Morto!

Só então os outros se aproximaram para lidar com a confusão após o tiroteio.

Guilherme não queria que eu visse uma cena tão sangrenta, então me guiou de volta. Ao entrar no prédio do hospital, ouvi vagamente um oficial gritar:

- Chefe, a arma desse cara não está carregada...

Tive uma vaga sensação de quem era o cara em questão, mas não parei para pedir detalhes.

Como poderia ser? Sabendo que ele iria morrer, Odilon não seria tão estúpido.

Tudo o que eu sabia era que a família Aguiar nunca mais seria assombrada pelo azar.

——

Dois meses mais tarde.

No casamento.

Casimiro estava ajoelhado no palco, chorando como uma criança:

- Eu, Casimiro, pelo resto de minha vida, quero me comprometer só contigo, Raquel. Casa comigo, casa comigo!

Mesmo que Raquel estivesse acostumada a ver a tristeza da separação, ela ainda estava de olhos vermelhos, acenando com a cabeça como se estivesse apaixonada pela primeira vez, com medo de perder a calma. Mesmo assim, teve que tapar os lábios ao estender a mão para aceitar o anel.

Eles se beijaram apaixonadamente no palco, declarando seu amor eterno. No final da cerimônia, Casimiro pegou o microfone do mestre de cerimônias e levou Raquel até a câmera, declarando em voz alta:

- Eu encontrei a mulher da minha vida! Abençoem-nos! Eu serei feliz, farei a minha garota feliz! Eu juro!

Guilherme assistiu à cerimônia até o final, e só fomos embora depois que todos começaram a sair.

Em vez de ir direto para casa, ele dirigiu o carro até a melhor clínica de tratamento com internação da capital.

O diretor nos conduziu educadamente ao seu escritório e depois ligou o projetor.

Assim que as luzes foram desligadas, três imagens apareceram no telão.

A primeira, era de Isaura alimentando um Marcos paralisado em uma sala limpa e quente.

A segunda, era de Cássia e seu namorado fazendo exercícios de recuperação física na sala de equipamentos.

A última, era a Lúcia.

Ela estava usando uma bata de hospital com os braços presos, sem nenhuma maquiagem. Estava apenas de coque, perseguindo a enfermeira como uma criancinha, fazendo-a chorar de tanto trabalho.

- Como eles... - pensei que estas pessoas já tinham falecido há muito tempo, ou que foram deixadas implorando por comida nas ruas, envoltas em miséria, como a cena que Guilherme tinha passado na rua naquele dia em que foi abandonado.

Guilherme olhou para as pessoas na foto, suas sobrancelhas ligeiramente levantadas, toda sua aura muito mais gentil:

- Talvez eu também não tenha certeza do que realmente quero. Queria que eles sofressem pelo resto de suas vidas, mas no fim percebi que eu não era capaz de fazer isso, então resolvi cuidar deles, para que vivam como pessoas comuns e morram de doença ou velhice. Somos todos apenas pessoas comuns, vivendo vidas comuns, e não há nada de errado com isso.

Pois é, o que há de errado com as pessoas comuns, vivendo suas vidas comuns?

De que adiantaria distinguir entre o melhor e o pior? No final, seremos apenas uma pilha de ossos.

Abracei Guilherme com força e pressionei meu rosto contra seu peito, sentindo o seu batimento cardíaco mais real:

- Sabe de uma coisa? Sempre acreditei que você não mudaria, porque você é diferente deles no coração. Você não é um animal de sangue frio, e sim um coração mole e muito teimoso, apenas não diz para fora, mas eu entendo tudo isso.

- Então eu realmente gostaria de te agradecer por isso -. Guilherme riu para si mesmo. - Eu queria dar uns murros na minha cara quando estava disfarçado, e você foi a única que não se importou.

Eu ri dele e lhe dei alguns soquinhos de leve no peito:

- Isso mesmo, você tinha que sofrer um pouco, senão vai continuar fazendo por conta própria o que te vier à cabeça sempre.

Guilherme riu baixo e não resistiu. Depois de alguns socos, ele tirou um medalhão de seu bolso repentinamente.

Este medalhão havia sido trazido por Clemente, em nome do Estado, para recompensar Guilherme por ter arriscado sua vida em contribuição à causa da repressão às drogas.

Embora não pudesse ser tornado público, foi registrado nos arquivos e Guilherme era agora um soldado oficial.

E Casimiro prometeu que enquanto a família Viturino permanecer no exército, se houver qualquer perigo que a família Aguiar enfrente no futuro, poderá usar este medalhão para buscar ajuda da brigada militar onde ele trabalha.

- O que foi? - eu pensei que ele estava tentando se exibir, então fingi não me importar muito.

Em vez disso, Guilherme pegou minha mão direita, abriu a minha palma cuidadosamente e colocou o medalhão nela, dizendo em voz grave:

- Kaira, o primeiro e único medalhão da minha vida, estou dando para você.

O pequeno medalhão parecia extraordinariamente pesado em minha mão, porque eu sabia de toda a história e sacrifício por trás dele.

- Está me dando? Você está disposto a se separar dele? - Guilherme o valorizava tanto que o mantinha no lugar mais visível de seu escritório.

- Não tenho motivos para não estar disposto, eu te daria até a minha vida se pudesse. - Guilherme disse, rindo.

- Ora! - eu revirei os olhos. - Seu puxa saco de boca doce.

Guilherme, no entanto, não se importou e me puxou de volta para seus braços.

- Aos doze anos, eu queria ser um soldado, teimava com a ideia de que um homem devia ser um soldado uma vez na vida, para sentir os limites de seu corpo, para proteger sua família, para fazer a sua parte pelo país. Mais tarde, quando meus pais morreram, a única coisa que me importava era a vingança, e gradualmente até eu mesmo não tinha mais certeza do que realmente queria. E então, te conheci, me apaixonei por você, e você ficou comigo, trazendo de volta o meu verdadeiro eu. É um pouco tarde, mas queria que você soubesse que você é o medalhão mais precioso que a vida me deu. Eu te amo.

- Eu também te amo.

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