Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 35

Assim que o elevador abriu a recepcionista engoliu um gritinho de surpresa ao ver os dois jovens saindo para o saguão. O grande e forte usava apenas uma cueca box preta, o menor usava as roupas do grandão, roupas que ficaram enormes nele. Ela sentiu o rosto formigar de reprovação.

O carro deixou o hotel como uma águia veloz, cortando pelas ruas nobres da cidade, em menos de dez minutos deixando tudo para trás, substituindo a paisagem urbana pelo verde dos campos e o cinza e marrom das montanhas. Christian olhava para Simon a cada estante. Estava torcendo para o Conselho não querer ver lo também.

A mansão surgiu a frente, protegida pelos muros altos com guaritas, Christian se identificou na primeira e entrou pelo caminho que cortava os imensos jardins, estacionou na guarita de entrada da garagem, sinalizou para Simon sair e entregou as chave a um dos seguranças que olhou impassível para a cena a sua frente.

Christian segurou a mão de Simon, ambos cortaram caminho pelo gramado do jardim. Christian viu fileiras de carros parados em frente a entrada, alguns motoristas conversavam curiosos em uma roda. Ao verem Simon e Christian se calaram e desviaram o olhar.

—O que diabos é isso?!— Elliot indagou assim que viu o filho só de cueca.

—Christian suas roupas— James olhou desapontado para o filho.

—Esta com Simon— Simon deu um oi envergonhado para os sogros— Rasguei as roupas dele noite passa— Disse em um meio sorriso.

—Rasgou?— James franziu a testa— Porque?

—Querido, melhor não saber— Elliot disse captando o olhar de Christian. Eles haviam transado, pensou Elliot. O que o Conselho vai dizer disso.— James leve Simon para cima e providencie roupas, por favor. Christian suba e vista algo e me encontre no meu escritório.

Matthew estacionou na garagem subterrânea da sua casa. O local mais parecia uma caverna fria. Subiu pelo elevador até o escritório do pai. Oto estava com uma pasta em mãos e vários papéis.

—Onde esteve?— Perguntou sem levantar a cabeça.

—Estavam com Thomas. Pai, precisamos conversar.

Dessa vez o pai olhou para o filho. Matthew sabia que o pai entendia o que estava prestes a acontecer.

—Não posso deixar Thomas de lado por causa de um ritual que pessoas do passado criaram. Eu nem queria isso. Não vou abrir mão da pessoa que gosto porque vocês querem— Disse calmamente, as mãos nos bolsos.

Oto fechou a pasta e a pôs sobre a mesa. Cruzou os braços e olhou para para o filho novamente.

—A decisão é sua. Sua parte nas empresas será de Thomas. Você viverá a custa dele. É isso que quer?

—Não vejo problema nisso— Deu De ombros— De certa forma a empresa também será minha quando nos casarmos. Eu confio nele, pai.

—As coisas não são simples assim. Esse menino aceitou ser Submisso em troca de dinheiro.

—Verdade. E ele tem os motivos dele. Eu o entendo. Porém, minha decisão foi tomada, não irei voltar atrás.

Oto assentiu com a cabeça e pegou a pasta e entregou a Matthew.

—Faça-o assinar isto. Depois não haverá volta. Ele também terá de ser apresentado perante o Conselho. Darei o comunicado ainda hoje— E suspirou— Já posso imaginar até o alarde.

Matthew assentiu segurando a pasta com força.

—Eu estou fazendo a coisa certa— Foi o que disse antes de abrir a porta do escritório e sair.

—Você vai para onde?— Matthew olhou para Mark. Caminhavam pelo jardim banhado pela luz do pôr do sol, deixando os canteiros de rosas com cores vivas e brilhantes.

— Paris. Depois Inglaterra.

—E depois?— Matthew sentiu a voz falhar. Ele já sabia o que iria acontecer. Mark não voltaria nunca mais.

—Não sei. Mais irei escrevê-lo, da forma que o povo antigo fazia. Papel e tinta— E riu— Sinto muito não ficar aqui. Mas eu preciso ir embora, preciso sair da sombra dos meus pais. Eles sempre diziam "após o ritual de seu primo você poderá ir embora". Sempre sonhei com esse momento, me sinto livre. Quero conhecer o mundo sem a opressão deles. Sem o olhar do Conselho.

Matthew entendia bem o que o primo queria dizer. O corredor de seu quarto agora era vigiado por um segurança, que repassava todos os seus movimentos ao Conselho. Havia até pensado em fugir com Thomas por alguns anos. Precisavam combinar isso.

—Devia ao menos aparecer.

—Irei. Quando me chamar, e se eu julgar a chamada realmente séria.

Matthew assentiu.

—Eu e Thomas poderemos vê-lo algum dia desses? Aonde estiver?

—Já estão planejando viajar?

—Assim que acabar com esse assunto do Conselho, sim. Por pouco tempo, ele não quer ficar longe da mãe e do irmão.

—Quando seu pai se for, a casa será sua. Devia vendê-la.

Matthew e Mark pararam diante da imensa estrutura de pedra. As janelas reluziam com o brilho rosado das nuvens.

—Quem sabe. Não quero pensar nisso agora.

—Verdade. Bom, chegou a hora de ir.

Mark o puxou para um abraço apertado.

Thomas passou a mão pelos seus cabelos e fechou os olhos. Toda vez que Thomas o tocava uma onda de sensações passava pelo seu corpo. Estavam sentados no sofá na sala de Thomas, o irmão havia ido para o hospital. A mãe de Thomas estava pior.

—Desculpe, sua mãe piorou e eu estou falando dos meus problemas.

Thomas sentou nas suas pernas e ele o abraçou.

—Não tem problema. Ele é seu primo, é natural que esteja triste. E ele o ajudou muito na época— Toda vez que queriam falar de algo sobre o ritual falavam "na época". Não fora uma experiência agradável para nenhum dos dois.

—Ele diz ir para Paris. Eu duvido. Ele não vai mais aparecer. Mas enfim, como está sua mãe?

—Bem doente. Ela teve uma piora significativa, segundo os médicos. Estou com medo.

Aconchegou a cabeça no peito de Matthew, que o abraçou mais forte.

—Não precisa ter medo, estou aqui com você. Irei ficar aqui com você para sempre. Eu te amo.

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