Quando a Nicole foi pro hotel que ela estava hospedada, contra a minha vontade, eu senti muita raiva, mas depois eu tentei entender o lado dela, e ela tinha razão, era cedo demais pra falar em morarmos juntos, sendo que ela sempre quis ter o canto dela, morar sozinha e ser independente.
- Eu preciso apoiá-la, ou eu vou perdê-la. Falei pra mim mesmo.
Eu peguei o meu celular e liguei pra Marina, afinal a Nicole deixou bem claro que eu precisava organizar a minha vida.
Marina: Oi Felipe.
Confesso que fiquei surpreso, pois além dela não ter recusado a minha ligação, ela estava tranquila, mesmo depois de tudo o que a Nicole disse na entrevista.
- Marina, eu sei que já está tarde, mas preciso que você concorde em assinar o divórcio.
Marina: Por mim, tá tudo certo Felipe, quanto mais rápido eu me livrar desse casamento fracassado, melhor.
- Não fala assim Marina, houve um momento que fomos felizes.
Marina: É, até o momento de eu estragar tudo, mas enfim, eu assisti a entrevista da Nicole, agora entendo o motivo de você ter se interessado por ela, mas vamos direto ao assunto, eu vou falar com o que quero de você, e se você aceitar, amanhã mesmo eu me divórcio de você.
- Tudo bem, pode falar.
Marina: Eu quero essa casa que estou morando, quero o carro que ficou na nossa casa, e uma pensão pro nosso filho de 30% de tudo o que você recebe.
- Eu aceito.
Marina: Durante o primeiro ano, você pode vim vê-lo aqui, e passar um tempo com ele, mas eu só vou deixar ele ir passar os finais de semana, feriados na sua casa, após o primeiro ano de vida dele.
- É justo e compreensível.
Marina: Eu quero que você abra mão da Ruthe, pois só ela sabe fazer a comida do jeito que gosto.
- Por mim tudo bem Marina, mas eu não sei se ela vai querer se mudar pro Rio Grande do Sul.
Marina: Isso eu resolvo com ela.
- Combinado.
Marina: Então amanhã o advogado leva os papéis até você pra você assinar.
- É só isso?
Marina: Sim Felipe, só os 30% que o bebê vai receber, dá pra comprar uma casa todo mês, até mais.
Ela desligou, e foi uma conversa tão rápida, e direta que eu fiquei pensando no quanto ela estava machucada.
No dia seguinte eu recebi a excelente notícia sobre a determinação do juiz referente a Renata, e parecia que tudo estava se encaixando.
Quando eu recebi a ligação da Nicole, e falei pra ela o que tinha acontecido, ela também se sentiu aliviada.
No meio da minha conversa com ela, o advogado da Marina apareceu, e eu tive que desligar e resolver a questão do divórcio, pois pra quem tem dinheiro, tudo é absurdamente rápido.
Parecia que eu estava vivendo uma realidade paralela, no dia anterior era só caus, depois foi só alegria.
A Nicole disse que voltaria pro Rio, então depois de resolver tudo sobre o divórcio, eu tomei uma grande decisão, e resolvi falar com um grande amigo meu, que era corretor pra comprar um apartamento pra Nicole, eu passei o resto da tarde encolhendo o melhor local pra que ela pudesse recomeçar, até que finalmente encontrei.
Ela havia me mandando o endereço de onde ela estava e eu fui buscá-la pra ver o apartamentos que eu havia comprado pra ela.
Confesso que tive medo dela pensar que eu estava querendo comprá-la, mas eu a abracei e fui o mais sincero possível com ela.
Ela ficou tão emocionada que não dá nem pra definir o quanto eu me senti aliviado por ela ter entendido cada palavra que eu disse.
Durante muito tempo, eu trabalhei, e fiz tudo o que eu podia pra ser um homem correto, tanto pra mim mesmo, quanto nos meus negócios, quanto pras mulheres que eu trazia pra minha vida, e eu reconheço o quanto eu errei nessa última parte.
Eu já me apaixonei antes, e a Marina foi muito importante pra mim, e soube fazer o papel dela de esposa por algum tempo, mas em algum momento nos perdemos um do outro, talvez até fomos apressados demais.
Mas com a Nicole, eu queria fazer o que era certo, ela me impulsionava a ser melhor, ela me fazia ser forte, e menos covarde, a Nicole era tudo o que eu precisa pra equilibrar a minha vida.
Não importava o que ela fazia da vida até eu chegar na vida dela, não importava o passado dela, não importava como tudo isso começou, eu só me importava em ser e fazer ela Feliz, ao ponto dela nunca esquecer do dia que eu a vi pela primeira vez.
Eu queria a intensidade daquele olhar pelo resto das nossas vidas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um amor de cabaré
Teria como vcs adicionarem uma história aqui? O nome da história é "Tentação do padre" da autora Sol Rodrigues...