Uma Noite, Uma Esposa romance Capítulo 562

Casen continuou a compartilhar histórias interessantes sobre Lea como se tivesse se aberto e se tornado particularmente falante.

Quando chegou na história de Lea levando-o para subir em árvores, um sorriso raro apareceu no rosto normalmente frio dele.

"Ela era muito boa em montaria. Ela tinha um cavalo castanho com linhagem nobre. Toda vez que ela andava de cavalo com uma roupa de montaria branca, galopando na pista de corrida, era como se uma ameixa vermelha tivesse brilhando na neve branca. O rosto dela era cheio de sorrisos... Eu tinha só seis anos de idade na época e fiquei completamente maravilhado com aquilo, ela parecia uma heroína em cima do cavalo. Quando ela desceu, acariciou minha cabeça e me falou que, quando eu crescesse um pouco mais, ela ia me dar um cavalinho e me ensinar a montar."

"Eu ficava sonhando em crescer rápido, ficar mais alto, e ser tão despreocupado quanto a senhorita Lea montando na pista de corrida."

Falando nisso, os olhos dele subitamente escureceram. "Mas não deu tempo de ela me ensinar a montar. Tudo porque ela conheceu aquele homem."

Percebendo que o tom dele havia mudado repentinamente, Briley não pôde deixar de sentir o coração acelerar.

Aquele homem...

Ele estava falando do pai biológico dela?

Ela apertou os lábios e olhou para Casen.

Casen olhou para os olhos dela e balançou a cabeça afirmativamente.

A resposta parecia ser afirmativa.

A mão de Briley apertou os hashis e ela não pôde deixar de franzir o cenho.

Quem exatamente era seu pai, para ser uma pessoa tão detestável? Toda vez que alguém o mencionava, parecia que desejavam que ele estivesse morto.

Vendo a expressão calma de Casen e sua relutância em falar mais, Briley reuniu coragem e perguntou baixinho, "Você sabe sobre o relacionamento entre a minha mãe e o meu pai?"

Seria mentira dizer que ela não era curiosa.

Qual criança não gostaria de saber como eram seus pais, e qual era a história entre eles?

Casen lançou um olhar profundo para ela e o rosto dele estava um pouco conflituoso.

Ele não queria falar muito.

Vendo a expectativa no rosto dela e olhando para o rosto que tanto se assemelhava à senhorita Lea, ele não conseguia se manter em silêncio.

"Seu pai era um pintor despojado com uma queda pela pobreza, ele tinha o dom artístico e sentimentos românticos. Por acaso, ele conheceu sua mãe na galeria de arte... Depois disso, não sei como ele conseguiu enganar a senhorita, fazendo ela girar em círculos, e ela insistia com todas as forças pra ficar com ele, como se tivesse enlouquecido... O mestre e a madame obviamente não concordaram, porque, no fim das contas, seu pai não conseguia nem se sustentar, vivia com uma mão na frente e outra atrás. Como ele poderia se dar ao luxo de cuidar da senhorita, que foi criada com todo o conforto do mundo desde pequena?"

"Eles eram de mundos totalmente diferentes, e mesmo que tivessem profundamente apaixonados, o que isso importaria? Uma hora ou outra, aquela paixão fervorosa ia desaparecer com os problemas do dia a dia."

"Mas, naquela época, ela amava tanto o seu pai que não ouviu seus avós. Não importava o que, o velho mestre Owen não ia permitir que sua adorada filha casasse com um homem tão inútil... O velho mestre Owen trancou ela em casa. Mas, ela escapou... foi encontrar aquele homem... e então, ela engravidou."

Nesse ponto, Casen não pôde deixar de olhar para Briley.

Briley só sentiu que havia um espinho em suas costas. Ela tinha a sensação de que ela era um erro e que não deveria ter sobrevivido.

Este sentimento era bastante terrível.

Felizmente, Casen não olhou para ela novamente. Ele continuou, "O mestre ficou furioso. A madame queria que a senhorita Lea abortasse. A senhorita Lea disse que ia se matar, então a velha madame Owen concordou em deixar ela ficar com a criança... Eles até prometeram pra ela que, desde que o homem concordasse em mudar pra casa da família Owen, eles deixariam os dois ficarem juntos. Eles não suportavam ver a filha tão triste, então eles finalmente cederam. Mas nesse momento, o homem desapareceu..."

A pálpebra de Briley contraiu.

"Desapareceu?"

Parecia ser um enredo típico de "moça rica se apaixona por um rapaz pobre, depois o rapaz pobre se torna um canalha, provocando o caos e, por fim, abandonando-a".

Casen continuou, "A senhorita não conseguia aceitar a notícia de que aquele homem tinha ido embora. Ela sempre acreditou que ele ia voltar pra encontrar com ela. Mas no final, ela não esperou que ele voltasse... Quando ela deu à luz, ela teve uma hemorragia muito grave... Usaram várias bolsas de sangue pra tentar salvar ela, mas no final, não conseguiram..."

A voz dele estava muito baixa, e ele fez uma longa pausa antes de dizer, "Dois dias depois que ela morreu, aquele homem te sequestrou no hospital e te levou embora, enquanto o mestre e a madame estavam de luto..."

Havia um toque de amargura na boca dela. "Ele... me deixou no portão do orfanato e pulou no rio."

Ela sabia deste final.

Casen Cross puxou o canto da boca. "Vai sabe o que ele tava pensando... Talvez a polícia tivesse perseguindo ele pela cidade, e ele tava tão assustado, sem nenhum jeito de escapar. Pular no rio foi a única opção. Pelo menos na morte, ele podia deixar pra trás uma imagem trágica de amante, né?"

Briley ficou sem palavras.

As palavras dele eram de fato um pouco maldosas.

No entanto, Briley não o refutou. Se ela se colocasse no lugar de Casen, teria desprezado o homem que de repente invadiu suas vidas.

Se ao menos Lea não tivesse conhecido o pintor, a vida dela teria sido muito diferente. Ela teria encontrado um filho de uma família nobre importante para se casar, eles teriam se respeitado, tido filhos, e continuado vivendo uma vida luxuosa, como uma senhora rica e um nobre elegante.

Assim como Olivia, a Sra. Baxter, e Katrina, ela teria vivido de forma elegante e livre.

Em vez de morrer tão nova, aos vinte e poucos anos...

Nessa idade, deveria haver uma maravilhosa vida pela frente.

Briley suspirou profundamente. "Então, foi isso que aconteceu ..."

Casen pegou o chá frio e deu um gole. O sabor amargo e frio fez as sobrancelhas dele franzirem.

Briley não conseguiu comer mais do que pequenas porções do perfumado arroz de enguia.

Ela olhou para o arroz branco na tigela negra e os cantos de sua boca se contraíram. "Agora eu finalmente entendo por que os meus avós, meu tio e a minha tia sempre mantêm os assuntos do meu pai em segredo..."

Após uma pausa, ela olhou para Casen e disse, "Obrigada por me contar essas coisas. Fazia muita tempo que eu tinha essas dúvidas no meu coração, e hoje, elas finalmente foram esclarecidas."

Casen assentiu e olhou para baixo.

A comida dele já devia ter esfriado, mas ele não parecia se importar. Ele pegou o arroz e comeu.

Parecia que ele estava morrendo de fome, mas Briley não conseguia deixar de sentir que a forma voraz com que ele comia era mais para preencher a raiva em seu coração.

Ela apertou os lábios e não disse mais nada.

Depois da refeição, Casen pagou a conta.

Briley estava andando lentamente atrás dele, mas Casen deliberadamente desacelerou e permitiu que ela caminhasse à frente.

No final, ainda havia algum respeito, ele entendia que era ela quem dava as ordens. Ela era a patroa.

Briley olhou para o céu por um tempo e disse a Casen, "Ainda é cedo. Como eu só vou ficar mexendo no celular se a gente voltar pro hotel, eu quero dar uma volta, você pode ser meu guia turístico?"

Ela não precisava perguntar. Casen naturalmente a acompanharia.

Afinal de contas, a missão dele desta vez era cuidar de todos os aspectos da viagem dela.

Casen naturalmente concordou e sugeriu, "O que acha da gente visitar o Templo famoso de Werpolis? Eu fiquei sabendo que eles leem a sorte lá, e falam que é bem precisa, e também é uma atração turística popular."

Ele deu uma olhada no relógio e descobriu que, se pegassem o trem agora, as portas ainda deveriam estar abertas.

Briley arqueou as sobrancelhas levemente e disse, "Ok, você que manda."

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Uma Noite, Uma Esposa