Vendida para o Don romance Capítulo 15

CAPÍTULO 15

Aquela ragazza está mesmo provando a minha paciência, me chamar de senhor, usar uniforme da área de serviço, cozinhar...

— Caramba, onde aprendeu a cozinhar assim? — me surpreendeu a sua comida.

— No Brasil. Sei fazer muitas coisas, se eu puder continuar...

— Realmente é ótima, mas não precisa cozinhar, a cozinheira pode voltar quando eu pedir.

— Mas, eu posso? — insistiu.

— Tudo bem, mas não quero te ver o dia todo na cozinha! — decidi.

— Claro... já posso vestir a camisa? — terminei a refeição e a olhei provocativo.

— Pra quê? Está bem melhor assim!

— Então posso ir ao jardim de sutiã? — levantou da cadeira, e fiquei louco, levantando no mesmo instante. Peguei a sua camisa e joguei em cima dela.

— Não ouse me desafiar, ragazza! Se algum soldado te olhar assim, morre! Quer matar homens de bem? — estávamos frente a frente, e ela me encarou parecendo chateada.

— Você é louco! — comecei a vestir a camisa nela e não parei até fechar o último botão, mas o leve contato com os seios me deixou com vontade de possuí-la, então achei melhor deixá-la.

— Pronto, pode ir! Eu vou ter que sair, mas está segura aqui...

— Sair? E pensa em ir onde? — a olhei estranhando as perguntas.

— Não quer ficar longe de mim, ou é do tipo ciumenta? — segurei na sua cintura e ela paralisou.

— Eu... só acho que vão comentar se sair sozinho, e se for eu quero ir junto! — senti o seu perfume bem perto.

— Não faz sentido você ir junto! — falei, já pensando que eu não gostaria de vê-la na boate.

— Então vamos comigo até o jardim?

— Ué, o que deu em você? O que quer com isso? — a estudei totalmente.

— Nada, só quero tornar esse casamento em algo menos insuportável! — olhei desconfiado, mas me lembrei que foi lá que ela me encheu de beijos, quem sabe eu não consigo alguma coisa, lá?

— Tudo bem...

— Ótimo! — suspirou satisfeita, mas eu precisava tirar algum proveito disso.

— Mas, terá que me dar um beijo lá no banco dos beija-flores! — passei o nariz no pescoço dela que ficou parada.

— Um beijo? Só um beijo? — a sua voz falhou ao perguntar, e me aproveitei descendo o nariz até o vale dos seios.

— Quantos você quiser, ragazza!

— Um será o suficiente?

— Por enquanto, sim... depois disso é só esperar para que eu não perca o controle e não consiga te soltar! — me empurrou apavorada.

— Que história é essa?

— Calma ragazza! É só uma brincadeira... — amenizei para não assustar a minha esposa, mas não é nenhuma mentira, posso facilmente perder o controle.

— Certo, posso sobreviver ao seu beijo... — falou fazendo desaforo, então provoquei. A puxei com determinação, enfiei os dedos entre os seus cabelos puxando parcialmente e a deixei bem perto de mim.

— Quando eu te beijar de verdade, não sobreviverá mais sem os meus beijos! — passei a língua sobre a sua boca e ela abriu. — Mas, não vou te beijar aqui, combinamos no banco, então precisará esperar, principessa! (Princesa em italiano). — ela fechou os lábios e engoliu seco, e eu precisei me controlar demais para não atacá-la com fúria. Até a imaginei aqui nessa mesa da cozinha e sem roupas!

Ela demorou um pouco para se recuperar do meu puxão, e pareceu meio zonza, então demorei para soltá-la totalmente. Quando se equilibrou, logo voltou ao temperamento normal, que agora começou a me divertir.

— Você é um folgado! Ainda bem que se lembra que o combinado era lá no banco! — se virou indo abrir a porta.

— Espere! Não abra ainda... — ela parou onde estava e obedeceu.

Peguei o celular e liguei para o chefe de segurança.

— Fala, Don...

— Eu vou andar pelo jardim com a senhora Strondda, e espero que se lembrem das regras!

— Claro, senhor!

— Se olharem, morrem! — ela se virou para mim, incrédula.

— Fique tranquilo, Don!

— Espero... — desliguei o celular e ela parecia irritada.

— Que espécie de homem é você? — colocou a mão na cintura e eu sorri.

— Sou o seu pesadelo, ragazza! Mas, também posso ser o seu delírio... você que escolhe, se tem em casa o jardineiro, ou o Don! Agora vamos! — a virei e ouvi resmungos, mas não questionou mais nada.

Segurei na sua mão, mesmo ela levemente empurrando, não deixei se desprender-se.

Eu não sei o que acontece comigo, mas foi só chegar lá que eu me senti bem. Fui sentindo o meu corpo se acalmar, e quando vi as flores, logo comecei a mexer nelas, e parece que o contato com a terra me traz paz.

— Plantei todas essas flores! — comentei.

— São lindas! Mas, precisa cuidar com os dedos, essa noite se machucou...

— Como sabe? — me aproximei e estranhei que ela puxou a minha mão.

— Vi durante a noite! Tome cuidado... — segurou os meus dedos sujos de terra preta, parecia sincera a sua preocupação.

— Gostou da rosa?

— Sim, é linda... — a encarei firme e vi que não aguentaria esperar pelo beijo, então na mesma conexão fui puxando-a para o banco e ela me seguiu como antes.

Percebi que ela não estava como naquele dia, não parecia mais aquele pássaro solto em busca de se ver livre das amarras em mim, dava para ver nos seus olhos o receio, a preocupação em que eu a beijasse.

Eu a segurei no colo com cuidado e ela estava assustada, então assim que me sentei no banco, a coloquei no meu colo como naquele dia, e não entendo o motivo, mas para mim já pareceu o suficiente.

— Calma, uccellino... (tradução: passarinho) só fica aqui comigo, está tudo bem! — ela me olhou e aos poucos foi mudando a sua expressão, e se soltando no meu corpo.

Olhei para o gramado, e com ela nos meus braços, me perdi no tempo. O cheiro das flores se mesclaram com o seu aroma, não sei se foi o fato dos cabelos dela se encostarem em mim, mas estava maravilhoso.

Encontrei a sua mão e a toquei com carinho. Ela se assustou, mas não me impediu, apenas ao me ouvir, relaxou.

— Shiii, calma!

O tempo passou e ela foi relaxando cada vez mais. Aos poucos toquei o seu rosto, mas não a toquei intimamente, e quando menos imaginei, ela mesma se aproximou de mim e procurou a minha boca, me surpreendendo com um beijo.

Foi como voltar no tempo, como se estivéssemos de volta àquele dia, e tudo fosse tão perfeito.

Ela me beijou como beijou pensando que eu era o jardineiro, e me deixou louco para aprofundar. O que essa mulher tem que me deixa tão dependente dela a cada minuto? O que está fazendo com a minha cabeça, me beijando assim?

— Vem pra cama, comigo? Me deixe ter você por inteira? Prometo ser cuidadoso... — falei no seu ouvido e na mesma hora levantou.

— Não quero! Eu apenas cumpri com o prometido, combinado é combinado. — se levantou do meu colo me deixando vazio.

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