Vendida para o Don romance Capítulo 31

CAPÍTULO 31

Don Antony Strondda

De manhã ela acordou nos meus braços. A sua mão repousava no meu peito, o seu rosto, no meu ombro, e uma das pernas estava em cima de mim. Estranhamente eu gostei...

Nunca me senti tão próximo de uma mulher, e posso dizer que estou gostando de estar assim com ela, que é tão delicada e, ao mesmo tempo, saem faíscas se estiver chateada com alguma coisa.

Acariciei os cabelos dela e beijei a sua testa, então ela acordou. Tentou levantar assim que percebeu onde estava, mas eu a segurei.

— Fica aqui um pouco! Não estou fazendo nada de mais... — deslizei a mão no seu braço e ela não levantou.

Fabiana ficou em silêncio por um tempo, enquanto eu a acariciava, embora nem tenha me olhado, os seus olhos estavam sob o meu peito.

— Estou com fome... — Contou.

— Então vamos levantar! Não vou trabalhar essa manhã, nós vamos buscar informações com o seu tio.

— Nossa! Estou ansiosa com isso. — ela levantou rapidamente e foi estranho, me senti um pouco vazio sem ela, ali.

— Eu prometo que vamos encontrá-los e faremos uma viagem para o Brasil!

— Você faria isso por mim? — parou com uma lingerie na mão, que iria vestir.

— Claro. Você é a minha esposa, eu já disse que cuidarei de você, e agora será responsabilidade minha! — ela olhou para baixo, estava pensando.

— É que você me comprou, não entendo essas coisas... — cheguei perto dela e ergui o seu rosto.

— Não importam as circunstâncias que nos casamos, os fatos não irão mudar, ragazza! — Fabiana assentiu, então eu a ajudei com o sutiã, hoje ela parecia mais calma, talvez pensativa. — Você só não pode me deixar, tentar fugir, se separar... isso eu não permitirei.

— Eu entendi. — ficamos em silêncio enquanto nos vestíamos, e logo fomos tomar o café.

Na casa do tio estava tudo fechado, haviam bagunças de reciclagens do lado de fora, pelo visto ele voltou a deixar tudo jogado.

Fabiana abriu a porta com uma chave escondida num vaso de flores, e o encontramos caído no sofá.

— Tio? — ela o chamou, se aproximando.

— Ele está bêbado? — questionei.

— Sim, ele faz isso por vezes. — Fabiana o sacudiu até ele acordar.

— O quê? Eu não fiz nada, não me aproximei dela, eu juro! — se encolheu no sofá, se explicando.

— Vejo que a nossa última conversa, valeu a pena! — comentei. — Mas, hoje vim resolver outro assusto... — ele passou a mão na cabeça, ainda estava embriagado, tinha dificuldades em se manter sentado.

— Tio, eu preciso de informações sobre os meus pais, e os meus irmãos! O que sabe sobre isso?

— Eu não sei de nada, não sei de nada! — eu o grudei pelo colarinho, o arrancando do sofá.

— Eu já disse que não gosto de perguntar duas vezes sobre as coisas! Então evite futuras confusões e diga de uma vez... onde estão os números de celulares, endereços, como fazemos para ter contato com a família da Fabiana? — o homem estava meio sufocado, então o soltei no sofá e a Fabiana parecia assustada, mas comigo funciona assim, não tenho paciência em esperar nada.

— Eles perderam o número por não colocarem crédito, eu só falo com o meu sobrinho, o Maicon, ele tem um número...

— Eu não acredito que está tentando trazer o meu irmão para este inferno! É isso, não é? Cadê o número dele? — Fabiana o interrompeu.

O velho apontou para uma gaveta, então eu dei espaço para que ele passasse, e o figlio de puttana voltou com um número num papel borrado, mas dava para entender.

— Só tem esse? Quais as últimas informações que teve de lá? Como eles estão? — questionei.

— São pobres, a vida como catadores lá, paga muito pouco. É preciso sair cedo, na verdade, de madrugada, e a minha irmã está doente...

— O que a minha mãe, tem? SEU MALDITO! VOCÊ NUNCA ME DISSE NADA, FALOU QUE PERDEU O CONTATO, SEU MISERÁVEL! — Fabiana voou no velho o sacudindo com raiva, e precisei tirá-la de lá.

— Pneumonia... por isso o Maicon está vindo pra cá, pra mandar dinheiro pra ela... — se apoiou com dificuldades no sofá.

— Meu Deus! Me deixe ligar para esse número! — Fabiana pediu e lhe entreguei. Então ela ligou e colocou no viva-voz.

— Alô...

— É o Maicon?

— Fabiana, é você?

— Sim, sou eu. Como estão?

— Agora se lembra de nós? Nunca mais mandou dinheiro, nem ligou! A mamãe está doente e você se casando com rico por aí sem se importar com gente!

— Maicon, eu perdi o celular, e nunca mais recebi dinheiro nenhum. O nosso tio mentiu, a vida aqui é difícil e eu passei fome, estava pior do que aí.

— Ele falou que você só se preocupava com o casamento com o tal rico, quem é esse cara?

— Ele... — fiz sinal para que não falasse muito. — Ele se chama Antony, mas não vamos falar sobre isso, agora, onde estão morando? Me mande a localização, o endereço, e o número da conta, eu vou ver o que posso fazer.

— Está bem, eu vou mandar.

— Eu quero falar com a mamãe ou o papai...

— Não estou em casa, te ligo depois e você fala com eles. Esse é o seu número?

— Sim...

— Me liga depois, eu estou quase sem bateria, esse celular é horrível, está com a bateria viciada, a tela quebrada, sem créditos... tá difícil! — Fabiana me olhou por baixo.

— Tudo bem, Maicon...

Ela encerrou a ligação e ficou aérea, peguei o celular e verifiquei a localização que foi enviada, era mesmo do Brasil, estado de São Paulo.

— Vamos, ragazza! A gente conversa em casa! — ela assentiu em silêncio.

Voltamos para o carro, ela estava nervosa.

— O que quer fazer? Quer enviar dinheiro? Posso fazer isso. Ou se quiser, visitá-los, podemos ir no final de semana, hoje é terça, podemos na sexta-feira.

— Eu quero muito vê-los!

— Você jura que manterá segredo sobre esse casamento ter sido de interesses? Não posso correr o risco de arrumar problemas ao te ajudar. Posso confiar em você?

— Claro. Eu prometo não dizer nada comprometedor.

— Então você pega o número da conta, vou fazer uma transferência!

— Não tenho como te pagar, agora!

— Não precisa, você é a minha esposa, já é o suficiente. — assentiu.

O meu celular tocou, mas não atendi, era a Susany. Comecei a dirigir e voltou a tocar.

— Não vai atender? — Fabiana questionou.

— Não. É a Susany, quer que eu atenda?

— Posso atender? — ela perguntou.

— É melhor, não. — peguei o celular e desliguei a chamada, em seguida liguei para o Enzo:

— Fala, primo!

— Quero que demita a Susany! Ela não respeita as minhas ordens, quero ela fora da boate, ainda hoje!

— Sério? Está decidido?

— Sim, primo. Faça isso por mim, não quero mais problemas com ela.

— Está bem, considere feito.

— Ótimo! Obrigado, primo.

— De nada, até mais.

Desliguei o celular e a Fabiana ficou me olhando.

— Vai mesmo fazer isso?

— Já está feito. Quero viver em paz, só isso!

— Bom, eu acho bom, não gosto dela, não é segredo para ninguém.

— Eu sei.

Ela estava séria, parecia preocupada. Não falou muito, e para ser sincero, pensei que ficaria mais feliz em saber que a Susany iria embora, mas não estava tanto.

Ela se recolheu para o quarto e eu fui ao escritório resolver algumas coisas. Precisei ligar o celular, e infelizmente a Susany voltou a ligar, então para não me irritar e ter o celular o tempo todo, tocando, eu atendi.

— O que quer, Susany?

— Você é um crápula, insensível! Como ousa me demitir?

— Susany, você tem me causado problemas, e como quero evitá-los, você vai embora. Se quiser eu te arrumo um emprego em outra boate, mas não nas minhas, quero paz! — ela parecia chorar.

— Antony... acontece que não é bem assim que as coisas funcionam! Você precisa vir até aqui. Eu passei mal com a notícia da demissão e vim parar no hospital.

— Eu pago as custas médicas. Pode me enviar o valor e o número da conta...

— Estou grávida, Antony! Você é o pai!

— Está louca, Susany? Faz tempo que não temos nada, isso é impossível! — me sentei.

— Não, não é! Acho bom você vir até aqui para a gente conversar, ou eu vou contar para a sua esposa idiota que ela foi traída na sua despedida de solteiro!

— Não ouse me ameaçar, Susany! Eu te mato, se falar besteira para a Fabiana! Eu não tive nada com você na minha despedida, eu nem te vi, apenas de manhã!

— Vai querer resolver? Ou quer que eu resolva do meu jeito?

— Eu estou indo aí! — saí as pressas, a Fabiana não pôde sonhar com uma coisa dessas.

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