A Escolhida Do Alfa Ilha do Corvo Capítulo 31

Eu cai para trás diante do comandante, que cada vez mais perdia sua aparência humana, se assemelhando muito mais com um lobo gigante do que com um homem, então o grito de Henry se sobressaiu mais alto do que todas aquelas vozes nervosas.
— JOHN NÃO É THOMAS! — Afirmou Henry ajoelhado diante do corpo.
— É um Cambiante. — acrescentou Derick.
Todos os olhares agitados se viraram para o corpo inerte no chão, diante de nossos olhos "Thomas" foi se metamorfoseando para um homem completamente diferente, sua pele tinha uma coloração cinza, seu corpo era de um jovem, ele estava com boca aberta revelando dentes pontudos, seus olhos eram negros, e ele possuía longos cabelos pretos que iam até suas costas, quando ele caiu no chão, uma adaga prateada caiu junto dele, brilhando.
Eu olhei para o comandante que aos poucos continha sua transformação, ele olhou para mim, e pude ver dor em seus olhos.
Eu ainda estava sentada no chão, paralisada com tudo aquilo, então senti mãos me levantarem, e quando olhei para trás vi Lina com seu olhar tranquilizador.
— Tire-a daqui. AGORA! — exclamou o comandante.
Lina me puxou me levando para longe, quando olhei para trás pude ver John e Henry mandando todos saírem do salão, poucos segundos depois apareceu James Turner, que ficou chocado com toda a cena, seus olhos me fitaram antes que Lina me levasse por uma porta no salão, então mergulhamos em um corredor silencioso, apenas o som dos nossos passos eram ouvidos.
Lina colocava as mãos ao redor dos meus ombros protetoramente enquanto caminhavámos, mas nem sua presença marcante de Oriska conseguiu desviar meu olhar da minhas mãos trêmulas e sangrentas, então senti meu rosto molhado e percebi que eu estava chorando, e alto ainda por cima, com direito a soluços e tremores.
— Vai ficar tudo bem minha senhora. — Lina murmurava para mim enquanto virávamos a esquerda, chegamos a um espaço amplo, com mesas redondas de madeira e livros dispostos na parede, parecia uma sala de estudos.
Eu me sentei em uma cadeira, tremendo terrivelmente.
Lina fechou a porta atrás de si, e se sentou ao meu lado, puxou uma bacia com agua e mergulhou minhas mãos nela, esfregando-as enquanto eu murmurava coisas que nem mesmo eu entendia.
Eu devia estar em choque.
Só quando Lina me sacudiu pelos ombros é que eu me concentrei nela e percebi que ela estava falando comigo, e parecia urgente.
— Senhora como sabia que ele era um Cambiante?
— O que é um Cambiante Lina? — perguntei fazendo um grande esforço para controlar os tremores em minha própria voz.
— Seres que mudam de forma, desde que sua vitima seja do mesmo tamanho, Senhora como sabia que ele era um Cambiante?
Eu coloquei minhas mãos no vestido brilhante que agora continha manchas de sangue, e pensei sobre aquilo.
A verdade era que eu não sabia.
— Eu não sabia que ele era um Cambiante. — murmurei.
— Então porque o atacou?
— Eu simplesmente senti aquela sensação dentro de mim... e de repente foi como se algo tivesse explodido aqui... — eu levei as mãos ao meu coração, Lina me olhou seus olhos arregalados.
— A senhora sentiu que ele mataria o comandante...— ela afirmou o rosto empalidecendo, eu assenti, porque era exatamente isso que havia acontecido, uma certeza da morte iminente dele se apoderou do meu corpo, e me tornou capaz de matar.
Então de repente ela segurou forte minhas mãos, e fitou, seu olhar alarmado.
— Não pode contar isso a ninguém! entendeu? ninguém! — avisou.
— Por que?— perguntei.
Não pode contar isso aos anciões também, ouça-me senhora, nenhum homem nessa ilha pode saber o que motivou a senhora entende?
— Por que Lina?
— Porque senhora, as mulheres nesta ilha que revelam esses talentos são executadas pelos anciões, com o apoio da Alcateia.
Era muito para digerir.
Minha cabeça estava extremamente pesada, eu coloquei as mãos nela, tentando de alguma maneira diminuir a dor que estava começando a me envolver, era como se tivessem ligado alguma coisa muito alta em meu cérebro e agora eu não sabia como desligar, como martelos, batendo sem pausa.
Eu gemi com as mãos na cabeça.
— Minha cabeça, parece que vai explodir. — arfei.
Eu perdi a consciência segundos depois disso.
O cheiro das ervas eduas vozes que pareciam discutir me despertaram, a mais alta dela era a do comandante, que se sobrepunha a do curandeiro, o Sr. Carter.
" Você me disse para ir para longe, procurar alguém o oposto de mim Isaac, disse que desse modo eu correria menos risco de ativar essa coisa" John parecia culpa-lo de alguma coisa.
" John não seja tão negativo, não aconteceu nada" a voz suave de Isaac tentava
continuei de olhos fechados, mas apurei os ouvidos, tentando acompanhar aquela
Não aconteceu nada?" Repetiu em tom incrédulo e indiganado o
estava a um passo de mata-la seu maldito! E você vem me dizer que não aconteceu nada? Está acontec..." John parou no meio da
coração começou a acelerar, ao perceber que era de mim que os dois homens falavam, e John pespicaz como era, notou o aumento dos meus
— sua voz me chamou
os olhos lentamente, então com uma voz sonolenta
— Onde estou?
estava a alguns metros da cama onde eu me encontrava, eu olhei ao redor, ainda com a visão um pouco turva, estava em um quarto bastante confortável, em tons escuros, com várias prateleiras de vidros com inúmeras líquidos, plantas, ervas, e o símbolo de Asclépio esculpido
quarto muito amplo, porque havia outras camas alinhadas umas do lado das
provavelmente na sala de cura do castelo, onde
rapidamente veio para perto de mim, sua mão repousou em minha testa e me fez algumas perguntas, se estava enjoada, se minha cabeça ainda doía, eu fui respondendo todas as suas perguntas de curandeiro, e no final ele me deu algo amargo para beber, e assegurou que eu me sentiria
deixar que vocês conversem. — disse o curandeiro e