Apaixonada Pelo Meu Pior Inimigo romance Capítulo 52

Christopher

Fico olhando pra Charlotte deitada ao meu lado, seu rosto corado e iluminado demonstra um certo constrangimento pela situação. É inacreditável o que aconteceu, se há alguns anos alguém viesse do futuro e me contasse que isso iria acontecer eu não teria acreditado.

- Você está bem? - pergunto cauteloso, também estou um pouco sem jeito.

Eu estava acostumado a chegar, beijar, amassar, apertar e depois cair fora, e agora depois de tudo o que aconteceu aqui eu me sinto uma nova pessoa, não sei o que fazer.

- Estou bem, e você? - sorri, tímida.

- Que bom, - sorrio de canto e aperto a sua bochecha — estou bem também, ótimo, na verdade.

Eu me levanto e visto o meu shorts de moletom que estava caído do lado da cama.

- E agora, Christopher? - ela também começa a se vestir.

O que é uma pena, por mim passaríamos a vida toda aqui só nós dois.

- E agora o quê? - sentei-me na cama, sem camisa mesmo e estendo as mãos para que ela venha até o meu colo.

- Eu vim até aqui pra te deixar tranquilo em relação à mim e ao meu problema, e agora fizemos isso, eu não quero que você pense que tem alguma obrigação comigo, - ela não quer vim perto de mim, está chorando.

- Obrigação? - levanto e vou pra perto dela, fico em pé em sua frente e passo a mão no canto dos seus olhos pra enxugar as suas lágrimas, - que obrigação?

- Estou falando de mim e da minha situação, do meu problema.

- Ei, não vamos regredir, tá? - seguro seu queixo e a forço a me olhar - não estou vendo nenhum problema aqui, quem está vendo é você, já falamos para os nossos pais que eu engravidei você, não tem como voltar atrás.

- É isso que eu vim te avisar, eu não quero que você pense que eu vou me aproveitar de você assim, eu sei que você foi o maior idiota de todos me enganando naquele jeito, mas não foi o suficiente para te forçar a ser o pai de uma criança que você fez.

- Dane-se se não foi eu que fiz, sabe o que acabamos de fazer? Contato físico! nós nos relacionamos fisicamente, eu posso muito bem sair por aí e engravidar uma mulher por dia durante vinte anos, e nunca mais ver nenhuma delas, isso me faria pai de sete mil e trezentos bebês?

- O quê? Sete mil e trezentos bebês?

- Sim, quero dizer, vinte vezes trezentos e sessenta e cinco são sete mil e trezentos, né?

- Eu realmente não sei.

- O que eu estou querendo dizer é que não, eu não seria pai desses sete mil e trezentos bebês.

— Christopher, tá vendo só? Você já está surtando com essa história toda... — leva as mãos à cabeça, visivelmente preocupada, se afastando de mim.

— Fique tranquila, vamos vivendo um dia após o outro, vem aqui, eu quero um beijo dessa boca gostosa sua, — puxo-a pelo pulso e ela vem impactando em meu peito.

Nos beijamos por longos segundos.

— Eu acho que... — diz com o rosto próximo do meu, — eu não quero fazer isso com você.

— Isso o que?

— Em alguns momentos eu acho que você merece esse castigo, mas em outros eu tenho a certeza de que não merece nada disso.

— Ainda está falando da sua gravidez?

— Sim, eu culpei todo mundo, mas a verdade é que ninguém enfiou as bebidas e as drogas pra dentro de mim, eu podia estar arrasada pra caramba por causa do que você fez, mas nada justifica eu ter aceitado cometer aquelas insanidades, e agora nada justifica eu culpar todo mundo menos eu mesma, — desabafa virando de costas pra mim — entende? Eu não quero que você seja responsável por esse meu problema, não importa o quão babaca você tenha sido.

— Charlotte, não viaja, vai, cara foi você que me pediu pra dizer pra todo mundo que eu sou o pai e agora você está querendo tomar esse papel de mim? Eu quero fazer isso com você, pensei bastante antes tomar uma decisão, e pare de chamar o bebê de problema cara?

— Não, precisamos nos afastar como sempre foi e dizer para os nossos pais toda a verdade, eu não vou fazer isso com a sua vida.

— Você acha que eu vou conseguir me afastar de você depois disso que acabamos de fazer?

— Como assim?

— Você conseguiria? Você fala que não se lembra da sua primeira vez, então isso que fizemos torna a sua primeira vez, né? Você disse que se guardava para alguém especial, será que eu sou alguém especial pra você?

— Acho que sim, a gente se conhece há tantos anos, né? Por mais que éramos implicantes um com o outro éramos conhecidos, então, sim, você é especial.

— Não é isso que eu quero ouvir, Charlotte, — suspiro e deixo os meus ombros caírem desanimados.

— Não complica as coisas pra mim, eu já me sinto perdida demais pra ter que lidar com mais uma responsabilidade na minha vida, não, eu não vou levar adiante essa palhaçada que nós dois inventamos.

— É isso? Vai mesmo usar essa desculpa? Vai ter coragem de fingir que está desistindo do nosso plano pelo meu bem? Está fazendo isso por você mesma!

— S-sim, é por você, eu não quero que você estrague a sua vida...

— Mentira, você só quer se livrar de mim, não, melhor, você quer se vingar de mim, não é isso?

— Me vingar de você?

— Sim, — passo as mãos no rosto para aliviar o calor que está pressionando a minha cabeça, — é a vingança perfeita, parabéns, Charlotte.

— Pare de ser idiota.

— Faça eu me sentir culpado, faça com que eu queira me envolver, me faça desejar com todas as forças ser o pai do seu bebê e estar com você em todos os momentos, me faça... Merda... — respiro fundo antes de confessar — me faça me apaixonar por você e pela ideia de termos um vínculo para sempre.

— Não é isso, Christopher, não é uma vingança! E eu não planejei fazer com que se apaixonasse por mim! Foi você que me seduziu, depois já estava feito, ficou em mim toda a confusão que o nosso contato causou, mas de todo modo você sabe lá no fundo que eu sempre gostei de você.

— Sei, imagina se não gostasse.

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