Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 2

“Heitor”

Na hora de sempre eu estava do lado de fora da loja esperando a Samantha sair para irmos tomar um café. Ela estava deslumbrante em uma calça lilás alfaiataria, uma blusa de seda branca e sapatos de salto. Tinha feito um coque baixo no cabelo e deixou duas mechas caindo ao redor do rosto.

- Ê, Heitor! Bancando o espertão de novo? Sua mãe parou de orar por você? – Samantha falou logo que saiu da loja.

- Do que você está falando, minha deusa? – Eu sabia muito bem que era sobre o ataque coletivo das flores, mas achei melhor me fazer de bobo.

Samantha me cumprimentou com um beijo no rosto e saímos andando rumo a cafeteria.

- É claro que você sabe do que eu estou falando. Os super amigos agora só fazem as coisas juntos? Se um não fizer o outro também não faz?

- Sam, você não gostou das flores?

- Eu adorei as flores, Heitor, mas parece que elas foram enviadas com um duplo sentido. A Mel tem razão, parece que vocês querem nos manipular.

- Não é nada disso, minha deusa. – Parei ficando de frente pra ela. – Nós queremos chegar ao coração de vocês e fazê-las sorrir. Só isso.

- Sei. Vamos ver, espertão, vamos ver!

Quando chegamos a cafeteria o Enzo já estava sentado lá e ficou de pé para cumprimentar a Samantha.

- Tiiaaa! Como você está? – Enzo cumprimentou a Samantha com muita intimidade e fiquei desconfiado.

- Estou bem, Enzo. E você? E a Luna? – Samantha perguntou pela namoradinha do meu sobrinho.

- Espera! O que está havendo aqui? – Perguntei sério, eu não tinha apresentado os dois e nem contado a Samantha que eu era o admirador que mandava os cartõezinhos pra ela. Os dois caíram na gargalhada. – Nãaooo! Garoto, você não aprontou comigo?

- Ah, tio, desculpa, mas a sua idéia era ridícula. Eu já tinha o número da tia Sam no primeiro dia que entreguei os cartõezinhos, você tentou a semana inteira. – Enzo tentou justificar.

- E só conseguiu o meu número porque queria que o Enzo continuasse a entregar seus cartõezinhos na semana de provas. – Samantha emendou.

- Quer dizer que esse tempo todo você sabia que era eu? – Perguntei e ela confirmou com a cabeça. – E você, esse tempo todo tinha o número dela e não me passou? – Perguntei ao Enzo que confirmou.

- Ih, tio, tá atrasado. Nós já almoçamos juntos algumas vezes, ela me ajudou a comprar um presentinho pra Luna e a Luna já até a conhece. – Enzo falou voltando a se sentar e chamando o garçom como se fosse o adulto ali.

- Moleque, passou pela sua cabeça em algum momento me contar? – Eu estava puto com ele.

- Até passou, mas estava tão divertido te ver sofrer pelo número dela. – Enzo olhou pra mim divertido.

- E quem está manipulando quem, hein, dona Samantha?! – Olhei pra ela que se acabava de rir.

- Tudo bem, estamos quites. – Ela falou levantando a mão. – Você tem que ver o tamanho do arranjo de rosas que seu tio me mandou hoje. Aqui. – Samantha falou e pegou o celular pra mostrar a foto ao Enzo.

Ela o fez rir e debochar de mim mais do que eu imaginei que fosse possível contando sobre as flores.

- Tem mais alguma coisa que eu precise saber? – Perguntei depois que fizemos os pedidos.

- Ah, só que o Enzo me contou tudo quando me entregou o primeiro cartão e me mostrou uma foto sua. – Samantha falou naturalmente.

- Porra, moleque e eu achei que podia confiar em você. – Reclamei com ele.

- E você pode, tio. Ela só te deu o número do telefone porque eu pedi pra ela dar. Se fosse depender dos seus bilhetinhos ridículos, esse mulherão já ia estar saindo com outro. – Enzo falou todo metido. – Aliás, tia Sam, o que você viu nele? – Enzo apontou o polegar pra mim e estreitou os olhos pra Sam.

- Ah, sobrinho, ele tem seu charme. – Samantha estava se divertindo muito com a situação e pelo que vi os dois estavam muito próximos. Eu gostei disso.

- Charme? Vai entender as mulheres. Eu achei que você só estava com dó dele mesmo. – Enzo falou mordendo o sanduíche que foi colocado em sua frente.

- Moleque, você está muito atrevido, não acha não? – Reclamei, mas ali eu era minoria.

Quando deu a hora da Samantha voltar pra loja a acompanhamos até lá e eu disse que iria levar o Enzo em casa e visitar minha irmã. Samantha deu uma olhada para o Enzo e eu senti que eles me escondiam mais alguma coisa, mas nenhum dos dois falou mais nada.

- Ora, ora, que milagre aconteceu para que o rei de Roma tenha vindo visitar os seus humildes súditos? – Minha irmã Hebe era adepta a ironia.

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