Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 3

“Flávio”

Respirei fundo e tentei colocar minhas idéias em ordem mais uma vez. Olhei ao redor da sala.

- PH, você conhece a garota que falou com aquele homem? – Foi a primeira coisa que eu quis saber.

- Sim, ela é novata, está um semestre atrás da Manu, veio transferida de outra faculdade, o nome dela é Karen, sala 313. – PH informou.

- Coordenador, eu quero falar com essa garota agora e também quero falar com o seu segurança da entrada, porque eu tive que me identificar quando cheguei, mas para o homem que levou a minha namorada ele fez vista grossa. – Eu não estava para brincadeira e o coordenador percebeu.

- Sua namorada, delegado? – Ele engoliu em seco.

- Pois é, minha namorada. E se alguma coisa acontecer com ela, você e essa faculdade estarão com sérios problemas e eu nem preciso te dizer que corre o risco do seu segurança sair daqui preso hoje, não é mesmo. Então é bom que aquele merda daquele segurança fale tudo o que eu quiser saber. – O coordenador mandou chamar o segurança e a aluna e nos levou para a sua sala.

- Aqui o senhor ficará mais confortável. – O coordenador falou ao chegar em sua sala e eu olhei para ele irritado.

- Eu não estou nem aí para o conforto. – Falei e fui caminhando em sua direção. – Eu quero respostas e quero rápido. – O homem se encolheu contra a parede.

- Coordenador, mandou me chamar? – A aluna do vídeo entrou na sala e eu me virei para observá-la.

A garota abriu um sorrisinho oferecido pra mim e se sentou. O coordenador tratou das apresentações e ela estendeu a mão para me cumprimentar, ainda com aquele sorriso no rosto. Eu olhei para ela sem esboçar nenhuma reação e cruzei os braços a deixando com a mão estendida.

- Em que posso ajudar delegado? – Ela perguntou e cruzou as pernas, deixando a saia, que já era curta, subir mais do que o necessário. Ela achava mesmo que ia me seduzir? Ah, mas estava enganada!

- Senhorita, quero saber quem é o homem que conversou com você no intervalo, o que ele queria e o que ele te entregou. – Perguntei encarando aquela garota.

- Que homem? – Ela teve a pachorra de tentar dissimular.

- Nem adianta! Está no vídeo de segurança. Comece a falar se não quiser ser presa por formação de quadrilha e sequestro. – Ameacei.

- Presa? Quê isso? Coordenador! – Ela olhou para o coordenador como quem pede ajuda.

- Karen, a situação é gravíssima! Com o vídeo de segurança o delegado pode sim te prender. Acho melhor você começar a falar e falar tudo. – O coordenador a aconselhou e eu apenas arqueei a sobrancelha.

- E nem tente mentir pra mim. – Avisei.

A garota finalmente parou de sorrir e pareceu meio nervosa.

- Olha aqui, eu não sei de nada. – Ela falou estressadinha. – Aquele homem me pediu para chamar a Manuela e foi só. Me deu uma nota de cem só pra fazer isso e se ela perguntasse quem era eu deveria dizer que era o Flávio. Eu nem sei quem é Flávio e a Manuela é uma esquisita, quase não sai da sala e quando sai é só com o Paulo Henrique e o homem disse que era pra eu fazer ela sair da sala antes do Paulo voltar.

- Deixa eu te dizer uma coisa – apoiei as mãos na mesa e me curvei –, eu sou o Flávio, o namorado dela. – A garota arregalou os olhos. – E ela não é esquisita, ela só não é oferecida como você. Agora me diga o que você falou pra ela, as exatas palavras.

- Eu disse apenas que tinha um homem do lado de fora da sala que pediu para chamá-la, disse que era um cara grande e de cara fechada. – A garota respondeu.

- Flávio, a Manu deve ter pensado que era você, grande e de cara fechada. – A Lisa falou do canto da sala e eu concordei com a possibilidade.

- E você achou normal um sujeito como aquele procurar por uma aluna aqui? – Olhei nos olhos da garota. Minha voz soava firme e carregada de raiva.

- Olha, delegado, eu achei o homem muito esquisito, ele com certeza não era um aluno, nem um professor e nem mesmo um outro funcionário qualquer da faculdade. Era um tipo meio assutador. – A tal Karen falou sem me encarar.

- E você não pensou em avisar isso para a Manu? Você não pensou em chamar a segurança? – Eu falei mais alto e a garota se encolheu.

- O cara me deu uma nota de cem só pra chamar a garota, eu não podia imaginar o que ele ia fazer. – A Karen tentou se justificar.

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