O Labirinto de Amor romance Capítulo 133

Eu ia abrir a boca para perguntar se ele tinha ou não se machucado, mas com seus olhos negros me encarando, eu não consegui deixar a voz sair.

- Por que voltou? - disse Guilherme com a cara fria.

Eu abaixei a cabeça. Essa bagunça toda foi mesmo por impulso meu, não resolvi direito as coisas, então dei uma pausada e disse:

- Guilherme, me desculpa. Eu não podia deixar ele lá, se você ainda estiver bravo, pode me bater ou xingar!

- Bater em você? Ou te xingar? - ele riu friamente ao dizer.

- Isso! - eu falava seriamente olhando para ele. - Se estiver bravo, pode bater em mim!

- Bater em você? Kaira, quando você aprendeu a dar um tapa e depois um beijo? Parece que aprendeu a resolver as coisas dessa maneira no Nexia.

- Que tal tomar primeiro a sopa para dar uma esquentada no estômago? Se não comer nada, faz mal! - eu tinha que abaixar a cabeça para ele. Se eu tivesse uma atitude forte agora, temo que...

Nessa hora o seu rosto estava muito sombrio, como o céu nublado antes da tempestade.

- Não pretende explicar a respeito do Nathan?

Eu franzi o cenho, e senti estresse só de tocar nesse assunto. Eram coisas do passado, e eu odiava deixar os outros saberem dos detalhes daqueles tempos.

Vendo sua cara feia, eu massageei as têmporas e disse:

- Nathan e eu fomos ambos acolhidos pela vovó. Ele é alguns anos mais velho que eu, e crescemos juntos. Por alguns problemas, ele foi embora e nos deixou, só reaparecendo ultimamente.

Eu não queria falar demais dos detalhes, me recusava a relembrar dos pesadelos.

- Ele estreitou os olhos e perguntou:

- Se gostam desde crianças? Ou é apenas amor fraternal? Ou ambos?

- Ele é meu irmão! E só pode ser meu irmão! - eu falei, um pouco nervosa.

- Essa irmão é meio especial para a irmã, hein? Ficam se agarrando aí toda hora? Já que é seu irmão, por que não me disse antes?

- Não tinha necessidade. - eu senti raiva. - Já é tarde, descanse logo depois de tomar a sopa, eu vou voltar para o quarto.

Eu não queria brigar com ele, e nem achava isso necessário, mas muitas vezes eu não conseguia controlar os meus nervos, então eu escolho me retirar.

Entrei no quarto, mas não estava com sono, então fui para a varanda e me sentei na cadeira pendente, olhando para a paisagem noturna.

Guilherme entrou no quarto e seu olhar se fixou em mim por um instante. Eu sabia que ele estava segurando a raiva, também não queria brigar comigo.

Vendo-o entrar no banheiro, eu suspirei de alívio. Gestantes tinham mesmo emoções descontroladas.

O banho dele foi rápido, e estava apenas com a toalha envolta na parte de baixo do seu corpo quando saiu. As gotas transparentes de água seguiam as curvas de seu peitoral e tanquinho, descendo pelo corpo escultural.

Ele secava o cabelo com outro toalha, e eu reparei que tinha um grande pedaço de hematoma em suas costas, deve ter sido a minha vassourada. Levantei-me e fui para a sala procurar a caixa de primeiros socorros.

Voltei para o quarto e o encontrei deitado na cama lendo livro. Vendo a caixa na minha mão, ele franziu o cenho e perguntou:

- O que foi?

- Vim passar o remédio em você! - eu falei indo até ele. Procurei uma pomada dentro da caixa e olhei para ele. - Você está com um hematoma nas costas, se vire, eu vou passar uma pomada.

Ele deu uma olhada na pomada e se sentou, virando as costas para mim.

Eu espremi um pouco de pomada na palma da mão e pressionei levemente sobre o hematoma, massageando. Estava com medo dele sentir dor, então não usei força.A poma tinha um cheiro muito forte e fedido para mim.

Ele inclinou a cabeça e me disse:

- Pode usar mais força!

Eu pasmei e perguntei:

- Você não tem medo de doer?

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