Murilo, o CEO sedutor. romance Capítulo 12

Já estou deitada lendo alguns e-mails que terei que responder amanhã cedo, quando vejo Elias aparecer na porta, puxo a coberta para ele, que se aproxima com carinha de cachorro, deitando na minha cama, seu olhar encontra o meu e um suspiro longo lhe escapa.

- Agora vai me contar o que aconteceu?

Virando-se de frente para mim aperta os olhos, quando os abre vejo que estão marejados, já sei que tem haver com sua família, toda vez é a mesma coisa, ele tenta ser aceito mas não dá, os pais de Elias são muito preconceituosos, não enxergam a pessoa maravilhosa que o filho é, um ser humano fantástico, que faz de tudo para ser aceito e só tem de volta desamor.

- Você me conhece tão bem.

- Foi seu pai?

- Não, mamãe.

- Ah meu amigo isso vai passar.

Os pais de Elias nunca o aceitaram como ele é, me lembro de vários episódios em que o pai dele o chamava de "mariquinha", "afeminado", "bichinha", o que mais me marcou foi uma vez que chegamos na casa do Elias para estudar para uma prova de geografia, tínhamos treze anos, o pai dele disse em alto e bom som para a esposa, "seu filho vive com essa garota para cima e para baixo se não tá comendo é ela, é viado!". Aquilo mexeu muito comigo, mal tínhamos idade para fazermos tais coisas, quem dirá ouvir algo parecido de nossos pais.

Elias riu e disse que estava tudo bem , era só uma brincadeira, mas dentro de mim eu sabia que meu amigo estava arrasado. Cheguei em casa e contei ao meu pai, que sorriu e me disse: "minha bonequinha, existem pessoas que não evoluíram mentalmente, diga ao seu amigo que aqui na nossa casa, ele sempre será bem vindo." aquele dia eu chorei abraçada ao meu pai, não consegui entender como alguém que deveria amar seu filho podia ser tão cruel.

- Não vai Manu, minha mãe nunca vai me aceitar, eles acham que escolhi ser assim, um viado que gosta de dar o rabo.

Sinto meu peito doer, sei que essas palavras tão ofensivas vieram de seu pai, mesmo meu amigo ajudando nas despesas de casa, ele não é respeitado. Sua voz está embargada, sei que está prendendo o choro, algo que meu melhor amigo está acostumado a fazer, não chorar porque é coisa de mulherzinha, Deus como pode alguém ser tão ruim?

- Mas eu te aceito e te amo do jeito que você é.

- Por isso estou aqui.

- Elias?

- Hum.

Mudo o rumo da nossa conversa para algo mais leve, chega de angustias, conheço meu best, ele precisa desabafar e depois rir.

- Você sabe que eu te amo muito, mas por favor não peida aqui.

Dando uma gargalhada gostosa me puxa para o seu peito, alisa meus cabelos.

- Porquê não me apaixono por você e nos casamos? Nós poderíamos ser felizes, sabia?

Se sei! Ele é amoroso, gentil, um cavalheiro perfeito, mas não é esse o tipo de amor que nos une, nunca foi.

- Eu sei, mas esse não é você! Elias - Olho em seus olhos - Você precisa entender que é perfeito do seu jeito, não tem que mudar por ninguém.

- Obrigada meu amor não sei o que seria de mim sem você.

- Te amo. Dou um beijo em seu rosto.

- Também te amo, minha Manuzita.

Conversamos mais um pouco até pegarmos no sono.

A semana passou rápido e tumultuada, Elias ficou aqui a semana toda, na empresa meu dias foram entre reuniões e muitas conferencias, o que facilitou muito evitar ficar sozinha com Murilo afinal todos queriam rodear o novo chefe, eu não estava pronta pra encará-lo de frente e resistir, o que eu precisava no momento era ficar o mais longe possível, só assim conseguiria manter minha mente e meu corpo longe.

Fecho o registro do chuveiro cantarolando alguma musica da Izza, pego minha roupa sobre a cama, uma camiseta de seda bege com uma calça social de cintura alta risca de giz e meu scarpin preto, sigo para a cozinha na intenção de tomar meu café.

- Uau! Vai matar o deuso do sexo!

Sorrindo dou uma voltinha, depois da briga com a mulher que se diz mãe dele, que não teve a decência de ligar pra saber onde ele estava, se estava bem, Elias tem pensado em sair de casa super apoiei. Sento servindo um pouco de café que ele fez.

- Vou pra casa hoje.

Olho confusa em sua direção, achei que isso já estava decidido, sair de casa era a solução!

- Tem certeza?

- Não, mas preciso né.

Seguro uma de suas mãos enquanto falo olhando em seus olhos.

- Elias, esse apartamento é pequeno, mas tem dois quartos e um lugar especial para você, vem morar comigo.

Vejo seus olhos marejarem, já disse a ele que aqui sempre foi seu lugar, mas desconfio que meu amigo ainda não entendeu.

- Obrigada.

Seu bom humor volta e ele sorri.

- Mas ... eu teria que dormir em outro quarto porque exatamente? Um certo cara com olhos de gato e um belo sotaque espanhol vai aparecer por aqui?

- Bobo né!

- Vou pensar com carinho pode deixar.

- Okay.

Deixo Elias em um ponto de ônibus para ir pro hospital onde ele trabalha, chegando na empresa dez minutos antes do horário. Subo os elevadores, ainda cantarolando, os dias tem sido bons, não perdi meu emprego, meu melhor amigo provavelmente irá morar comigo, combinamos de ir domingo a praia, é bons ventos estão soprando. Entro no andar da presidência vejo Juliana sorrindo.

- Bom dia Manu.

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