Noiva por Contrato - Bella Mia romance Capítulo 32

As apresentações no palco começaram, mas eu prestava atenção unicamente na festa da família do Dante, que sorriam e se lembravam de verões em que passaram todos juntos nas praias da Itália.

Dante vez ou outra, beijava as minhas mãos ou meu ombro e sorria, envergonhado. Era quase cômico ver o decidido ambicioso homem de negócios tão sem graça assim. Eu senti uma felicidade enorme me invadindo. Mas, infelizmente, ela durou pouco quando Vivian se aproximou da nossa mesa.

— Tia Ana, que saudade de vocês! Me diga que você trouxe uma daquelas geleias de morango que você faz, elas são deliciosas.

Ela disse enquanto abraçou e beijou a tia do Dante, que lhe oferecia um sorriso simpático.

— Oi, Vivian, querida. Não, desta vez viemos apressados para encontrar a Liah e o Dante, quem sabe uma próxima vez.

Vivian beijou Dante em sua bochecha. Desejando boa noite e boa sorte. Apertou a minha mão, muito a contragosto, e seguiu sorrindo e falando com todos na mesa, os cumprimentando um por um. Esfregando assim na minha cara o quanto ela era íntima deles. A única que colocou ela em seu lugar foi a Liah que ao ver ela se aproximar, foi bem direta em suas palavras:

— Vivian, você deveria ir dar atenção ao seu noivo, que aparentemente está te procurando perto do palco.

— Sim, Claro, já vou encontrá-lo. Te desejo boa noite e uma boa festa, querida...

Vivian se aproximou de Liah para beijar o seu rosto, mas Liah se afastou dizendo:

— Evitemos a hipocrisia. Eu não sinto necessidade alguma em cumprimentar você e sabemos muito bem os motivos.

Um silêncio tomou conta da mesa enquanto Vivian, aparentemente cheia de ódio, mantinha o seu sorriso frio.

— Nossa, quanto hostilidade Liah. Mas eu entendo, tenho que ir. Dante, precisamos conversar sobre a fusão depois da apresentação. Bom jantar para vocês...

Ela se afastou rebolando em seu salto chique que realçava as suas curvas perfeitas em seu vestido de grife. Dante continuou em silêncio ao meu lado. Eu estava sem saber o que dizer e até mesmo que fazer, diante do jeito em que todos estavam calados. Até que Liah quebrou o silêncio.

— Eu não vou manter uma boa educação sendo hipócrita. Ela sempre foi arrogante, egoísta, extremamente mimada e tudo para ela, gira em torno do dinheiro. Nunca se importou com a família. Nem com você, Dante. Ela não se importa com ninguém, nem mesmo com a própria família dela. E vocês sabem do que eu estou falando. Ela é uma péssima influência para o seu lado mesquinho, Dante, e você sabe disto. Você saiu daquele poço sem fundo e não pode voltar para lá, você precisa viver. Você precisa ser feliz e descobrir que nem tudo é sobre dinheiro. Você está passando mais tempo em reuniões de negócios, trabalhando excessivamente, do que usufruindo de suas próprias conquistas.

Ele ficou calado por um momento. Na verdade, todos ficaram. O anfitrião da noite, que estava no palco, naquele exato momento chamou Dante para o discurso de abertura da festa.

Ele soltou a minha mão e caminhou entre os aplausos do público. Ele caminhou seguro de si, emanando todo o seu poder pelo caminho, como sempre fazia. Ele sorriu para o anfitrião, se aproximou do microfone e começou o seu discurso. E todos nós continuamos em silêncio.

— “Obrigado. Boa noite a todos. Eu quero agradecer imensamente a presença de cada um que aqui está, em especial aos meus tios Ana e Arthur. Minha querida prima Liah e o seu marido, Alberto. E, em especial, a minha futura esposa, Karen...”

— “... Nas duas vezes em que fui o vencedor deste prêmio nos anos anteriores, eu estava com o discurso pronto sobre como a ambição é um combustível essencial para o sucesso. Hoje, com este prêmio nas mãos, vencendo pela terceira vez consecutiva, confesso que eu também tinha um discurso pronto até dois dias atrás, me baseando no que eu sempre tinha acreditado ser importante. Mas, eu mudei! eu comecei a rever as minhas conquistas, as minhas lutas e posso dizer que hoje, pela primeira vez, eu estou vendo tudo por um ponto de vista totalmente diferente. Não serei um hipócrita e dizer que o dinheiro não é importante. Óbvio que tudo com dinheiro se torna mais fácil, mas confortável. Mas a minha reflexão e pergunta aqui é: lutar para ter um Império, mas com quem e para quem você o faz? se amanhã este mesmo Império desmoronar, restará amor? Eu não estou dizendo para jogarmos tudo o que conquistamos fora, mas sim de impulsionar nossas empresas com paixão, com amor! eu tenho certeza de que, pensando desta forma, teremos mais forças e prazer em cada uma de nossas conquistas. Teremos mais felicidade a cada obstáculo superado. Pensem nisto. Sucesso para todos nós!”