Parte 1...
Os dias em que Anelise ficou na casa de Mathias, serviram para muita coisa. Ela continuava a trabalhar muito e conseguiu atrasar a reunião, o que lhe deu tempo para analisar sua vida após a morte do marido, em especial com relação à empresa.
O tanto de tempo que dedicava ao trabalho e à família. A presença sempre importante de Felipe e Ludimila. Mais do que empregados, eles eram os irmãos de coração que a vida lhe dera.
Hugo era um bom cunhado, mas a ganância, o orgulho e o machismo dele, não o permitiam entrar de vez em seu coração. Sempre teve um pé atrás com ela e agora queria lhe dar um golpe final. Triste.
Pensou muito em Mathias e no passado que tiveram, olhando por um novo ponto, com cuidado para não se deixar levar pelas emoções, boas ou ruins.
As crianças pareciam felizes e gostavam da casa. Bianca era muito falante e percebeu que ela conquistou o coração de Mathias também.
Quem ainda parecia preocupa era Luiza, mais até do que a filha. As duas tentavam agradá-la, mas já estava esperta para seu modo esguio de agir e nem com Felipe isso funcionava. Ela sabia bem que as duas costumavam mostrar uma coisa pela frente e por trás faziam outra. Não dava para confiar, nem se quisesse, pois já estava em sua mente o perigo que elas representavam.
Infelizmente Mathias ficou quase que insuportável com a parte de ficar preso dentro de casa, na cama a maior parte do tempo e com a fisioterapia, em uma cadeira de rodas para conseguir se locomover. Estava grosseiro, de mau humor, resmungão e até chato com todos, às vezes até com os pequenos.
Reclamava de mau humor porque achava que os exercícios não iriam ajudar em nada. Brigou com o médico e com o enfermeiro e até mandou que Ludimila saísse do quarto certa vez.
À tarde ele brigou com Alan quando passou correndo e rindo alto, atrás da irmã, que também gritava, tentando escapar da perseguição do irmão. Os dois estavam na varanda.
Felipe reclamou que as crianças eram assim mesmo e Mathias o xingou, impaciente. Por pouco Felipe não perdeu a paciência com seu mau humor. Saiu e o deixou falando sozinho.
— O que você está fazendo? - Anelise parou ao lado dele na cadeira de rodas — Qual o seu problema agora?
— O que acha? - olhou de cara feia para ela — Eu estou preso em uma maldita cadeira de rodas.
— Não grite comigo - ergueu o dedo — Você não está preso, isso é temporário. E não jogue sua frustração em cima dos outros.
Ele resmungou e praguejou.
— Os médicos afirmam que você vai ficar bom. Dê tempo ao tempo e se dedique mais - ele a olhou fazendo careta — E não faça essa cara, Mathias. Você não me domina mais.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....