Parte 2...
— Eu sinto que meu próprio filho me odeia - ela sentou em uma poltrona perto da janela — Ele nunca vai me perdoar pelo que fiz no passado.
— Quanto a isso, eu não posso fazer muito - mexeu o gelo com o dedo — Cada pessoa tem seu ponto de tolerância - bebeu um pouco do suco — Faça o mesmo que ele, dê tempo ao tempo. Ele está passando por um momento muito pesado - balançou o copo olhando o gelo — Alguns deles por minha causa.
— É, eu sei - suspirou — Mas a grande causadora de tudo fui eu. E Mathias tem o gênio forte.
— E sua filha também, não esqueça.
Uma coisa que Anelise tinha aprendido era que cada um deveria assumir sua parte no problema e arcar com as consequências disso. Não era certo assumir a culpa do outro, nem transferir a responsabilidade.
— Você também está com problemas, não é? - ela se ajeitou na poltrona — Seu cunhado parece que está armando para tomar seu lugar.
— Sim, mas isso não vai acontecer - disse segura — Eu estou de olho nele.
— Você me surpreende muito.
— Que bom. Antes vocês achavam que eu era uma pobretona sem cérebro - disse de propósito.
— Você também não é fácil - Luiza fechou o cenho.
— Graças à você e sua filha - respondeu — Tive que aprender do modo mais difícil, que as pessoas podem ser muito cruéis - estalou a língua — Mas é claro que isso tem o lado bom, também me ajudou a crescer. Então você tem crédito guardado.
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O fisioterapeuta guardava os acessórios que usaram na sessão. Por pouco mais de uma hora, Mathias tinha feito tudo o que o homem mandara, inclusive aceitando ajuda de Felipe.
Mathias suspirou cansado, sentindo o suor na testa. Queria estar em outro lugar, fazendo outra coisa. Sentia a decepção e a ansiedade.
— Se quiser, pode xingar - Felipe disse — Sua cara fechada não nega o que está pensando. E eu faria o mesmo no seu lugar.
— Que inferno - o encarou feio — Não precisa ficar aqui, sei que só faz isso por causa de Anelise. Não quero sua ajuda.
— Verdade, não quero te ajudar - ele rebateu — Mas faço isso por causa de minha amizade com Anelise e mais pelo Alan, afinal você é pai dele.
— Amizade? - ergueu a sobrancelha de modo irônico.
— Não seja desagradável - Felipe fechou a cara — Tenha respeito por ela.
— Porque não a leva de volta para a vida de antes?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....