O SÓCIO DO MEU MARIDO romance Capítulo 18

Capítulo 18

Alicia Rogers narrando

Eu estou nua deitada de bruços olhando para Mateus enquanto ele me pintava. Se alguém descobrir sobre esse quadro, eu iria ser taxada como vagabunda e vadia, até porque eu era uma mulher casada.

Mas, eu não estava aqui para chamar atenção de ninguém. Em oito anos ao lado de Jonas ele nunca me elogiou ou me fez me sentir desejada, nunca me disse o quanto eu estava atraente, bonita e o quanto ele me desejava. Ele nunca me fez me sentir mulher e isso acabou com a minha autoestima. Ele fazia com que eu fosse atraente aos olhos de todos, desejada por todos ao seu redor, mas eu nunca tive dele isso, ele nunca se aproximou de mim com desejo em seu olhar e em seu beijo. 

Ele era sempre seco, grosso e rápido. Não existia romantismo, ele nunca me olhou com aquele olhar que deixa qualquer mulher maluca, ele sempre me fez como objeto de desejo dos outros mas nunca me desejou da mesma forma.

E quando eu vi que Mateus estava pintando o meu rosto naquela tela, eu senti algo diferente, pela primeira vez eu me vi em algo que era apenas o começo dos meus traços físicos e me senti bonita, senti que alguém reparava em mim de verdade ao ponto de pensar em me eternizar em uma pintura. Eu senti que aquela pintura me fez ficar mais leve e fez mudar algo dentro de mim, chegando ao ponto de eu querer me ver por inteira em um quadro para me redescobrir. Toda vez que Jonas sai e me deixa sozinha, eu me sinto mal, por que ele não se importava comigo? Porque ele não me desejava? Por que ele não me tratava como trata as outras mulheres? Porque comigo era tudo frio? A culpa era minha? Eu não era atraente suficiente para ele, não era bonita o suficiente, não era fogosa. 

E ele sempre afirmava que a culpa era minha.

- Porque o sorriso sumiu? – Mateus fala me tirando dos meus pensamentos – o sorriso sumiu e os olhos cheios de lagrimas ganhou espaço, e não é para isso que você está aqui.

Eu sorrio de leve para ele mas as lagrimas começam a descer pelo meu rosto e ele se levanta se aproximando e eu me sento no sofá , ainda nua.

- Desculpa – eu falo – meus pensamentos voaram para longe.

- Posso saber para onde eles foram? – ele pergunta.

- Para um lugar cheio de perguntas sem respostas, onde eu me sinto mal – eu falo.

- Então não deveria deixar que os seus pensamentos vão para esse lugar, se não te faz bem – ele diz se sentando ao meu lado .

- É difícil – eu falo .

- Você quer terminar outro dia? – ele questiona.

Eu olho para ele.

- Não – eu respondo – eu estou aqui, eu quero finalizar.

- Você tem certeza? – ele questiona.

- Mateus – eu olho para ele e ele me encara, percebo seu olhar em meu corpo.

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