O Vício de Amor romance Capítulo 241

A caixa continha uma boneca de imitação. A boneca tinha as meninas dos olhos arrancadas, deixando apenas o branco da córnea. Na barriga, um buraco costurado com barbante, e ela estava coberta de sangue. Nos dedos, unhas bem pontiagudas.

Era realista demais. Por mais inteligente e esperto que fosse, Matheus era apenas uma criança. Ele ficou espantado ao ver aquele objeto.

- O que houve?

Ouvindo o choro do filho, Natália saiu correndo. Seus olhos recaíram diretamente no que estava sobre a cama. Ela também ficou chocada. Na mesma hora, puxou o filho para os seus braços, cobrindo-lhe os olhos e dizendo-lhe com calma:

- Não precisa ter medo. A mamãe está aqui.

- O que foi isso, mãe?

Mariana tinha acabado de sair do banho. De cabelo já seco e vestindo roupas limpas, estava curiosa para saber o que fazia seu irmão gritar.

A reação de Natália foi igualmente rápida: antes que a filha visse o objeto, puxou-a para seus braços e cobriu-lhe os olhos.

Matheus estava acanhado, e Mariana também era de se assustar. Se ela visse aquilo, com certeza ficaria amedrontada.

Natália nem quis pensar em quem poderia ter mandado aquela coisa; tudo o que queria era se livrar dela o mais rápido possível

para não assustar as crianças.

Ela deu um tapinha no filho:

- Não tenha medo. A mamãe está aqui. Abrace a sua irmã. A mamãe vai esconder essa coisa.

Matheus ainda não tinha se acalmado. Seu corpo tremia, e ele se aninhou nos braços de Natália, abraçando-a com força:

- Mamãe, estou com medo.

Não teve coragem de sair dos braços da mãe.

Natália também não ousava mais olhar diretamente para a boneca. Além do impacto visual, havia o impacto psicológico da criança que ela deu à luz, também uma boneca maltratada que a impactou psicologicamente.

- Mamãe.

Tremendo, Matheus se agarrava às roupas da mãe, sem ousar se mexer.

Natália abraçou os dois filhos, e tudo o que conseguiu foi caminhar lentamente em direção à porta enquanto pressionava as cabeças das duas crianças.

Jorge pareceu ter ouvido o movimento ao lado. Ele se aproximou antes de terminar de vestir a roupa, parou no umbral da porta enquanto abotoava as mangas da camisa, entrou rapidamente, pegou o filho e a filha e saiu do quarto no mesmo instante.

Vanderlei entrou e já ia convidá-los para almoçar. Jorge lhe entregou as duas crianças, bradando:

- Cuide deles pessoalmente. Vigie-os você mesmo.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntou Vanderlei, preocupado. A cara de Jorge não era das melhores.

Jorge não tinha certeza de quem teria feito aquilo. Deu um tapinha no ombro de Vanderlei e voltou para o quarto.

Natália ainda estava lá, olhando para o horror sobre a cama.

Jorge a tomou nos braços e envolveu o seu rosto:

- Não olhe.

Ela fechou os olhos; tremia ligeiramente:

- Quem fez isso?

Isso é gente que está com medo e, ao mesmo tempo, quer infligir o pânico. É claro que o oponente sabia que ela tinha dois filhos, e usou desse expediente para assustá-los.

- Vou descobrir.

Olhando para a sujeira na cama, ele se manteve em grave silêncio.

Aproveitando que tinha os braços longos e podia tocar a roupa de cama apenas se inclinando ligeiramente, ele se esticou todo e cobriu a caixa com a colcha.

Com as mãos largas e quentes, passou a mão no ombro de Natália, acalmando-a:

- É tudo falso. Não precisa ter medo.

Ela grunhiu, mas não voltou a olhar para a cama.

Pela expressão na boca de Matheus, Vanderlei sabia que alguma coisa havia acontecido naquele quarto. Em tom tão solene quanto a de Jorge, ele conjeturou:

- Será que é Anderson?

Essa pessoa desapareceu da face da Terra. Ninguém que foi atrás dele conseguiu achar o seu paradeiro, e não havia a menor pista.

Ele se escondia às sombras, e sabe-se lá quando apareceria de um salto.

É fácil se esconder de uma flecha que brilha, e difícil se defender de uma seta apagada.

- Chame o responsável pelas entregas no hotel. Além disso, o hotel tem um sistema de vigilância. Sempre dá para encontrar uma pista.

- Mamãe.

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