Namoro de Aluguel romance Capítulo 50

- Eu fui noivo sabia? – Disse baixinho. – Eu.... Durante quase quatro anos convivi com uma mulher que achei que seria minha esposa e a mãe dos meus filhos. Eu a conheci assim que me formei, ela trabalhava na filial de Londres e depois veio para cá, então quando a vi foi a amor à primeira vista. Imediatamente a convidei para jantar e em seguida a pedi em namoro. Eu queria aquela mulher na minha vida para sempre. Eu simplesmente estava entregue aos seus encantos e tudo que ela me pedia eu dava, não existia nada que eu não fizesse por Eshyla. – Disse Jason proferindo o nome dela pela primeira vez.

Lana sentia o ar cada vez mais pesado, mas não conseguia deixar de querer ouvir a história que ninguém ousava mencionar e ele estava ali contando para ela. Jason não ousava virar, mas ela sabia que seu peito subia e descia em agonia, era como se ele estivesse removendo pedras de dentro de dele, então ela resolveu não fala nada até que ele terminasse de desabafar.

- Nós já estávamos morando juntos. Erámos o casal que sempre íamos a alguma viagem ou a festas, ela sempre queria está em evidência, em bailes, boates, concertos, não importava o evento, Eshyla precisava está presente, precisava ser o centro das atenções com os melhores, vestidos, os melhores sapatos e é claro as melhores joias. O problema era que a cada festa ela vinha bebendo cada vez mais e não só nesses eventos como no trabalho e em casa. Ela não conseguia controlar mais o desejo, eu tentava faze-la parar ou ao menos amenizar, mas ela dizia que eu estava tentando controlar seu espírito livre. Às vezes ela saia sem mim e os gerentes dos bares que me conheciam ligavam pedindo para que eu fosse busca-la por que ela estava bêbada. Minha família começou a ficar preocupada tanto pela reputação da empresa quanto pelo nosso relacionamento. Mas, eu amava a Eshyla, então depois de uma conversa séria, ela decidiu parar, caiu em si voltando a razão e por um tempo isso até funcionou. Nesse período, ela descobriu que estava grávida e eu fiquei tão feliz, eu seria pai. – Disse ele não percebendo suas lágrimas encherem seus olhos. – Eu finalmente realizaria meu sonho de ser pai. Ela resolveu fazer um tratamento para se libertar do vício do álcool, mas pediu que não a levassem para uma clínica para que ninguém da mídia ficasse sabendo, então eu contratei os melhores médicos e terapeutas para ficarem em nossa casa e ajudar com tudo, afinal ela estava grávida. Todos ficamos felizes. Mas, a bebida foi mais forte. Quando ninguém estava por perto ela bebia escondido garrafas de vodca que ela deixava guardado em seu closet de joias. E quando eu descobri fiquei tão bravo, foi então que ela disse que a culpa era minha por não dá atenção a ela a prendendo em casa enquanto eu trabalhava. O meu pai e o Brian tomaram conta da empresa, afinal eu ainda não era vice-presidente, eu deixei tudo de lado para tomar conta da minha mulher e mais uma vez por um tempo ela voltou a ser a Eshyla que sempre amei, doce, gentil, alegre. Fiz uma linda surpresa, preparei um jantar e a pedi em casamento na comemoração do segundo mês de gestação. A família inteira compareceu. Ela parecia tão feliz, ninguém desconfiou, eu não desconfiei. Então, naquela mesma noite acordei e ela não estava na cama, quando a procurei a vi na sala bebendo e percebi na hora que ela já estava bêbada. Nós discutimos, eu disse que aquilo faria mal ao nosso filho, mas ela não ligou, pelo contrário, cuspiu na minha cara que não queria a criança porque iria ficar feia e eu não amaria mais.

- Jesus! – Sussurrou Lana para si mesma.

- Eu fiquei furioso, brigamos e disse que a internaria no dia seguinte em uma clínica de reabilitação para o seu bem e o do nosso filho. Ela ficou furiosa, disse que não iria, mas eu disse que devido às circunstâncias ela não respondia mais por si mesma, então fui ligar para meus pais e providenciar tudo. Eu só tirei os olhos dela por um minuto, foi quando ela fugiu. Pegou as chaves do carro e saiu, eu peguei minha moto e fui atrás, eu encostava perto do carro gritando para Eyshila parar, mas ela já não me escutava, por mais que eu insistisse ela acelerava cada vez mais e então... Em uma curva fechada veio um carro em nossa direção, eu derrapei na pista, mas a Eshyla perdeu o controle. O carro voou para fora da pista caindo no penhasco. – Falou virando para Lana e a encarando com os olhos inchados. – A última coisa que ouvi foi a minha mulher gritando por mim eu não pude fazer nada porque já era tarde demais. O carro explodiu lá embaixo levando para sempre minha mulher e meu filho.

- Oh! Jason... – Disse Lana arrodeando a mesa e em um impulso o abraçou deixando-o chorar incontrolavelmente.

Ela o apertou forte tentando consola-lo, seu choro estava tão alto que da cozinha Rebeca o ouvia com lágrimas descendo pelos seus olhos.

- Ele vai ficar bem. – Disse Henry tocando no ombro da mulher.

- Eu sei meu querido amigo. Eu sei. – Disse Rebeca preparando o bolo.

- Eu nem pude dizer adeus. – Falava em meio aos soluços. – Eu enterrei dois caixões vazios. – Completou em meio a dor.

Eles não souberam por quanto tempo ficaram ali, mas Lana percebeu quando ele aos poucos parou de chorar. Seus braços relaxaram ao redor da sua cintura, mas, não a soltaram.

- Foi por isso que eu decidi criar a coleção Lana. – Disse a olhando pela primeira vez. – Quando me contou sua história com seu amigo, eu percebi que nunca tinha feito nada para ajudar alguém, pelo contrário, quando Eshyla morreu eu fiquei tão devastado que larguei tudo, fui embora e sumi por um ano. Eu viajei para vários lugares tentando esquecer minha dor. Nem o Brian ou qualquer pessoa sabia do meu paradeiro até que um dia eu estava na França, jogado em um beco sujo, bêbado, sem dinheiro, apenas com uma garrafa vazia nas mãos. – Falou fechando os olhos como se revivesse a cena. – Pensei que ali era meu fim, então num ato de desespero peguei a garrafa e a quebrei e então, quando pensei em tirar minha própria vida eu conheci Leviêr. Eu não sabia, mas estava no beco do pequeno bistrô daquele velho desgraçado que me impediu de cometer o pior erro da minha vida e sem pensar duas vezes me tirou dali me levou para sua casa sem ao menos perguntar meu nome. Deu-me um banho e um prato de comida além de uma cama para dormir.

- Por isso aquele carinho todo quando vocês se viram no restaurante. – Falou Lana que começara a passar as mãos em seu cabelo sem notar.

- No outro dia ele me ofereceu um emprego de lavador de pratos como alternativa para mudar de vida. Eu aceitei e por quase um ano morei nos fundos da sua casa e criamos uma amizade forte.

- Ninguém da sua família soube onde você estava nesse período? – Indagou curiosa.

- Eu só contei a Rebeca. – Falou saudoso.

- E quando decidiu voltar para cá?

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