“A morte, o inevitável para o qual nunca estamos preparados.”
DEDICATÓRIA
ÀQUELES QUE PERDERAM AS PESSOAS QUE ESCOLHERAM AMAR. SEJA FAMÍLIA, AMIGOS OU AMORES NÃO CORRESPONDIDOS.
O Senhor é meu pastor e nada me faltará. ele me faz descansar em verdes pastos e me conduz a águas tranquilas. Restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem. - Falava o pastor diante do caixão de July.
Na capela estavam todos que a amavam. Familiares, amigos íntimos, até os Campbells viajaram até a Irlanda para prestar seus pêsames ao Gael e a família Moriel. Sentados no banco da frente encontravam-se Catherine, Carolyne, Lana, Gael com seu filho mais velho e Jasmine com sua neta recém nascida dormindo serena em seus braços.
No banco atrás deles estavam todos da família Campbell, Martha, Alec, Jason e até Alice com seu noivo estavam presentes, além de Brian, Rebeca e Henry.
Amigos que haviam convivido com ela e Gael desde a juventude, se espalhavam sentados nos bancos da capela, emocionados com a perda tão repentina de July.
- Gael? - Chamou sua sogra a atenção dele quando notou que ele não ouvira o pastor chamá-lo. - Suas palavras querido. - Disse o vendo levantar e caminhar em direção ao púlpito.
- Tia Lana, onde o papai está indo? - Indagou seu sobrinho confuso sem entender ainda o que estava acontecendo.
- Seu pai vai falar algumas palavras para sua mãe meu amor. - Disse Lana emocionada.
- Mas, cadê a mamãe? - Perguntou esfregando os olhinhos azuis cansados.
- Com os anjos amor, ela está com os anjos. - Respondeu sem saber como falar ao seu sobrinho que sua mãe não estaria mais entre eles.
- E porque o papai está calado olhando para aquela caixa titia? - Indagou o menino quando viu seu pai encarar o caixão fechado com flores brancas por cima.
- Ele está se preparando meu amor. - Falou Carolyne com lágrimas caindo pela face ao sentir a dor do seu irmão como se fosse sua.
- Foi no início do ensino médio que vi a July pela primeira vez. - Começou Gael a falar com a voz cansada. - An... uma aluna nova na classe, todos estavam curiosos para conhecê-la e eu, bom eu só pensava que ela era um anjo que havia descido a terra e entrado naquela sala para... Desde o primeiro momento em que coloquei meus olhos em July, eu só pensava que nunca mais iria ter um pensamento sequer sobre outra mulher, eu sabia que ela dominaria minha mente, minha alma e meu coração para sempre. - Disse olhando para um papel amassado diante dele. Daquele dia em diante eu fiz de tudo para me aproximar dela, eu queria criar um vínculo, um laço inquebrável com …
- Papai, por que você está chorando? - Perguntou seu filho chamando a atenção do seu pai que deixou suas lágrimas caírem diante de todos encarando o vazio sob aquele púlpito.
- Vem aqui querido. - Chamou Catherine seu neto para que Gael continuasse a falar.
- July e eu, nós dizíamos algumas palavras secretas um ao outro toda manhã para lembrarmos o quanto nossa conexão permanecia desde que ela tinha dito sim quando a pedi em namoro. - Falou pegando o papel mais uma vez para ler. - Eu gostaria de compartilhar com vocês uma última vez.
- Óh Alec. Isso é tão doloroso. - Falou Martha emocionada recebendo o carinho do seu marido.
- Eu sei querida, eu sei.
- Amo quando você acorda e antes mesmo de abrir seus olhos, está sorrindo para mim. - Começou Gael a falar o que estava escrito no papel com a voz trêmula. - Amo acordar todos os dias ao seu lado, sabendo que … Sabendo que sempre estará aqui para mim e para nossos filhos. A July sempre dizia isso para mim antes mesmo de despertar totalmente do seu sono. - Falou Gael tentando esboçar um sorriso. - Amo poder tomar café da manhã com você. Amo fazer… Amo fazer amor com você. Principalmente amo saber que posso amar você e ser amado… Ser amada … - A gente dizia juntos essa parte. - Ser amado e amada… Obrigada por ser você. Por ter escolhido a mim, por ter escolhido a nós. - Falou abaixando o papel olhando em seguida, para o caixão onde sua amada se encontrava. - July, eu vou te amar para sempre, obrigado por ter escolhido a mim para amar você. - Disse Gael sentindo a mão da Carol e Lana tocar em seu ombro quando subiram ao altar sem que ele notasse.
- Estamos aqui meu irmão. Estamos bem aqui. - Falou Carolyne deixando as lágrimas caírem pela face.
- Vamos enfrentar isso juntos irmão. - Disse Lana segurando forte sua mão.
- Todos em pé para podermos rezar juntos e ouvirmos a última canção que July gostava, a pedido do seu marido. - Disse o pastor quando viu os irmãos deixarem o altar e sentarem em seus lugares.
Quando o violino e violoncelo começaram a tocar Because of you de Celine Dion, todos se comoveram. Seus amigos sabiam que além de ser a música do casamento de Gael e July, era a música que ele tocava para ela quando fazia alguma bobagem e queria pedir desculpas.
O Caixão começou a ser movido pelos funcionários contratados e ao passar pelo corredor, todos no recinto ergueram um ramo de flor de lís, a flor favorita dela. Uma mistura de sentimentos de dor, compaixão, tristeza e sofrimento pairavam no ar.
Assim que o caixão saiu da capela, amigos, familiares tanto da July, quanto os Campbells e a família Moriel saíram atrás em direção ao cemitério da família. A cidade de Cork não era grande e por eles viverem desde criança naquele lugar, todos saiam nas ruas e jogavam flores de diversos modelos por cima do caixão e dos enlutados.
Gael segurava a mão do seu filho enquanto ele caminhava ao seu lado brincando com a flor em sua mão sem entender o que estava acontecendo naquele instante.
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