Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 1

Quatro anos... Quatro longos e malditos anos que eu ralei muito na faculdade de administração. Bem, os números são a minha praia, mas eles são e foram a minha maior dor de cabeça nesses quatro anos. Mas agora eu estava me formando. Eu nem podia me conter, tamanha a felicidade; eu queria agora arrumar um emprego e sair do apartamento do meu irmão. Amo o meu irmão, e ele é a única família que eu tenho. Nós perdemos os nossos pais em um acidente de avião, isso já tem dez anos. Eu tinha apenas quatorze anos, e Diogo tinha apenas vinte e quatro anos.

Diogo foi o único responsável por mim, ele não abriu mão da minha guarda para ninguém. Mesmo que como pediatra em formação, ele não tinha muitas condições. Mas ele deu o jeito dele. Eu sempre apreciei isso e fiz valer cada moeda que ele investiu em mim. Nunca perdi um ano na escola, nunca dei despesas extras, pois sabia que ele se matava de tanto trabalhar para fazer tudo por mim… Por nós.

Era um sonho dos nossos pais nos ver formados. Diogo foi o primeiro e, infelizmente, nem a formatura do meu irmão eles chegaram a presenciar.

Soltei um longo suspiro e me olhei mais uma vez no espelho. Aquele vestido preto e justo realmente acentua tão bem nas minhas curvas. Aquele salto realmente não era muito a minha cara. Eu preferia um tênis, mas eu é que não iria destoar do look que Julia montou para mim, pois sei que ela ficaria realmente chateada. Depois de meses falando dessa boate, Passione, ela me mataria se eu a contrariasse justo hoje.

— Você está um arraso, Gabi! — Levantei os meus olhos para encontrar os dela através do espelho. Julia usava um vestido também justo, só que na cor verde escuro. Ele tinha alguns brilhos, e ela usava uma botinha. Eu senti inveja instantaneamente, pois aquilo parecia bem mais confortável. — Não haverá um homem que não vá ficar louco por você esta noite — ela falou, e eu inclinei a minha cabeça para trás e soltei uma gargalhada.

— Eu ainda estou seguindo as mesmas regras. — Falei, e ela revirou os olhos azuis. Julia sabia bem quais eram as regras: De não se envolver com ninguém até estar formada. Mas agora eu já estava formada. Então o que me impedia? Não sei, só sei que aquilo era também um jeito de me proteger. Eu nunca fui imprudente e não tinha a intenção de ser. — Agora falando bem sério. Nós poderíamos trocar os sapatos. — Falei com olhos suplicantes.

Julia e eu tínhamos o mesmo corpo torneado e com um bumbum empinado. Calçamos o mesmo número, trinta e seis, medimos 1,68. Talvez ela medisse 1,69. Só o que nos diferenciava eram os cabelos e os olhos. Enquanto os meus cabelos eram negros e olhos verdes, ela tinha cabelos castanhos bem claros e olhos azuis cristalinos. Nós éramos grudadas desde que eu passei a morar com o meu irmão. Fizemos o ensino médio juntas, moramos no mesmo prédio e fizemos a faculdade juntas. Só que ela optou por gastronomia, o que era de se esperar, tendo em vista que ela sempre amou a cozinha e fazia aquilo muito bem.

— Nem pensar. Esse salto combina com esse vestido; ele é delicado e marcante. — Ela falou, e eu arqueei a sobrancelha. — Combina com tudo. Deixou até o seu bumbum mais empinado. — Ela falou e me deu um tapa ali sem que eu esperasse.

— Eu tenho a impressão que vou cair se eu tiver que ficar muito tempo aqui em cima. — Falei, e ela gargalhou. Eu não via a menor graça — por outro lado.

— Você não vai! Não é a primeira vez que você o usa. — ela falou e tinha razão. Não era a primeira vez que eu usava. Eu tinha ganhado o salto de Diogo quando eu passei para a faculdade. Eu o usei para comemorar, agora o usava novamente, só que para comemorar a formatura. —Diogo vai? — Ela perguntou despreocupadamente. Meu irmão não era muito fã de boates. Ele mal foi na minha comemoração há quatro anos atrás, e agora eu duvidava que ele iria. Diogo preferia me levar para jantar depois, como havia me dito.

— Não. Ele tem muito trabalho, mas garantiu nos levar para jantar. — Ele sabia que não tinha chance de eu ir jantar sem o meu grude junto comigo. Julia abriu um largo sorriso e olhou no celular quando ele anunciou uma notificação.

— O nosso Uber chegou. — Ela cantarolou aquilo. Eu olhei mais uma vez no espelho. Ela havia feito baby liss no meu cabelo, deixando ele ainda mais volumoso e muito bonito. — Vamos lá, pois eu quero beber e dançar muito. — Ela cantarolou novamente, toda e completamente empolgada. Eu apenas balancei a cabeça, peguei a minha bolsa e a segui.

O céu do Rio de Janeiro estava limpo, era o esperado para o dia que fez. Foi um dia bastante quente, eu digo isso porque Julia me carregou de um lado a outro. Durante o dia eu pude sentir bem o calor na minha pele. Ela estava realmente empolgada. Iríamos encontrar os nossos amigos na Passione, então Julia queria estar deslumbrante.

Julia foi tagarelando o caminho inteiro, da Barra da Tijuca até o Leblon. Ela tinha coisas a falar, mais do que eu tinha disponibilidade de escutar, mas até o pobre do motorista teve que ouvir e dar a sua opinião. Eu quase tive pena do homem, ele não tinha culpa de ter a minha amiga como passageira.

Assim que o carro parou em frente à boate eu abri a minha boca; agora eu entendia o motivo de ela querer ir naquele lugar. Era realmente incrível, e eu nem gostava de boates ou coisas que envolvessem música alta e bebida, mas aquele lugar realmente me ganhou. Julia me disse que era uma boate, mas que também funcionava um restaurante no terraço. O meu queixo foi literalmente ao chão. O lugar era em um prédio de três andares, sendo o último o do restaurante.

— Vamos lá, gatinha. Se solte por favor, Gabi. — Ela falou assim que paramos na recepção. Até a fila que tinha no lugar era chique, ninguém ficava empurrando ninguém ou pendurados nas grades querendo entrar. Todo mundo que estava ali deveria saber que iria entrar, tendo em vista as suas caras de nojo. Me senti tão incomum ali no meio deles, mas Julia parecia estar em casa. Eu nem sabia que ela tinha costume com aquele lugar.

— Por que você parece tão à vontade aqui? — Perguntei baixinho, enquanto Julia falava com uma recepcionista loura que tinha o nariz em pé e olhava alguma coisa em seu tablet.

— Eu não estou... Mas ninguém precisa saber disso. — Ela falou para mim quase em um sussurro. Eu reprimi um riso.. Nesse momento a loura liberou a nossa entrada, dois postes que estavam na portaria deram-nos espaço.

Entramos por um corredor bem iluminado que dava diretamente a área principal da boate, onde encontraríamos os nossos amigos. Julia estava praticamente saltitando, e eu estava tentando me equilibrar, o que parecia bem mais fácil depois de um tempo. O lugar estava cheio, e as pessoas dançavam animadamente. Julia e eu fomos até o canto mais afastado em que nossos amigos da faculdade estavam, cumprimentamos e fomos cumprimentadas. Logo estávamos bebendo e nos divertindo.

Depois de algumas horas e de muitos drinques na veia, eu estava dançando como uma louca na pista. Aquela era a minha formatura, eu tinha que me divertir. Com Julia, com os nossos amigos. Depois de hoje começaremos, literalmente, a vida de adulto. Aquele era o dia de loucuras, de ser irresponsável e de não pensar em nada a não ser nos divertir.

O meu corpo estava tão leve, se movendo de uma lado a outro no ritmo exato da música. Meu coração batia tão desesperado, que eu podia sentir o meu sangue pulsar por todas as minhas veias. Aquilo só me deixava mais instigada a continuar dançando. Pouco me importavam as atenções que eram direcionadas a mim. Eu não me importava que alguém me acompanhasse na dança, desde que não passe disso.

Estava tão distraída em meus devaneios que não percebi que um corpo se movia junto ao meu. Senti duas mãos fortes segurarem a minha cintura. Tive vontade de me virar para ver de quem se tratava, mas as mãos que me seguravam impediam-me de virar. Apenas conseguia me mover sentindo a quentura do corpo do estranho contra o meu corpo.

Eu estava alterada demais para me importar com quem quer que fosse. De uma coisa eu tinha certeza: Ele não tentaria nada comigo — não com todos os meus amigos ao redor. Eu também não iria criar caso, pois estranhamente eu estava gostando daquele corpo se movendo junto ao meu. Me passava uma segurança, de que eu podia dançar como eu bem entendesse que nada iria me acontecer. E foi isso exatamente o que eu fiz pelos próximos minutos, enquanto a música soava no lugar.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Um bebê para o CEO italiano