A Escrava Odiada do Rei Alfa romance Capítulo 3

Horas depois, o sol se pôs. A lua está bem alta no céu, brilhando lindamente com as estrelas ao seu redor. Anarieveta desceu da carruagem, deu ao cocheiro algumas moedas e o observou indo embora.

Então, ela entrou na enorme propriedade dos Raskins. Ela fitava aquela grande casa elegantemente decorada, contemplava bater naquela imensa porta várias vezes antes mesmo de estar perto dela.

Agora nao tinha como voltar atras. Sua querida Merrily precisa dela.

Com isso em mente, ela chegou até a porta e deu três batidas, seu coração foi parar na boca. A porta se abriu.

Gedony Raskin foi quem a abriu. O olhar sonolento sumiu de seus olhos assim que ele viu Anarieveta parada desconfortável na sua porta.

Quando ele enviou aquela mensagem maluca sobre Merrily estar doente e precisando dela, ele não esperava que ela viria correndo em plena noite até sua casa. Seu coração se encheu de alegria naquele momento.

“Peço perdão por aparecer tão tarde, é que eu recebi a sua mensagem—"

Ela foi interrompida por ele a puxando para dentro em um movimento rápido. Logo em seguida ele já estava com ela nos braços e cobrindo os lábios dela com seus beijos.

Ele estava a beijando com vontade, suas mãos passando por todo o corpo dela. Os sentidos dela foram bombardeados pelo toque dele, ela o beijou de volta.

Então, ela tirou seus lábios dos dele e deu um passo para trás, “Não, não, Gedony, isso não é certo...!” Ela reclamou.

“Ana...” Ele foi até ela novamente, mas ela deu outro passo para trás, lutando contra si mesma.

“Eu não gosto de como você faz eu me sentir! Eu não gosto que você me faça sentir assim!” Ela passou as mãos tremulas pelos cabelos, seus olhos suplicavam a ele, “Não faça isso comigo, Gedony.”

Ele a beijou de novo. Dessa vez por mais tempo e com mais desejo do que a primeira vez. Ela correspondeu indefesa, beijando-o com todo o desejo que ele invocava nela.

No que parecia ter sido uma eternidade depois, eles pararam, respiram com dificuldade. Com as testas coladas, eles tentaram recuperar o folego. Os braços dela estavam em volta dele e Anarieveta não tinha ideia de como isso aconteceu.

“Cadê as crianças?” Ela perguntou sussurrando.

“Estão dormindo em seus quartos.”

Respirando fundo. “Merrily não estava doente, não é?”

“Não significa que ela precisa menos de você, Ana. Eu sei, foi muito manipulativo da minha parte tentar te trazer aqui usando essa desculpa, mas eu precisava muito te ver. Você tem me evitado.”

“É porque eu estou com medo disso,” as mãos delas varreram o ar, “disso, entre a gente. Eu planejei o resto da minha vida, mas aqui está você tentando acabar com meus planos e levar por água abaixo tudo que eu construí. Você saiu entrando na minha vida de repente e agora eu não consigo parar de pensar em você.”

Lagrimas encheram os olhos dela, “Eu me apaixonei por você. De novo. Isso não é algo que eu queira, Gedony.”

“Por quê? Por que você não quer ficar comigo?” Ele colocou suas mãos nos ombros dela e a balançou, “Eu te amo também, Ana. Eu nunca gostei de te amar.”

“Eu parei de te amar e me apaixonei por outra. Foi um desastre. Eu cometi tantos erros naquela época, eu caí num poço escuro por causa disso. Eu não quero que isso aconteça novamente.” Ela enxugou as lagrimas de seus olhos, “Não diga que me ama, Gedony. Você não sabe do que eu sou capaz. Você não conhece o meu passado.”

“O que quer que tenha feito no passado está tudo no passado. Tudo no passado, Ana. Eu não me importo com isso não importa o quão tenebroso você acha que tenha sido. Porque não importa o quão ruim foi seu passado, está no passado. Agora é o presente. Tudo que eu quero—tudo que eu peço—é um futuro com você.” Ele pegou as mãos dela e deu um aperto suave, “Por favor, Ana.”

“Oh, Gedony…” Ela estava despedaçada. Anarieveta quer muito passar a vida com ela, o desejo faz o corpo dela tremer.

“Eu preciso de você. Meus filhos também.”

“Eu não posso te dar mais filhos.” Ela confessou rapidamente. Com lagrimas. “Eu tive muitos abortos espontâneos, meu útero foi muito danificado, tive que removê-lo ou eu poderia morrer. Eu não posso te dar mais filhos, Gedony, é com uma mulher assim que você quer passar o resto da sua vida?”

Ele balançou a cabeça vigorosamente, “Eu não quero mais filhos, Ana, você não tem que se preocupar comigo. Eu não quero mais crianças.”

“Ve-verdade?” chora, chora, “O que aconteceu?”

“Após a morte de Yeaha, eu fiquei de luto por muito tempo. Nosso casamento foi arranjado, ainda assim a morte dela foi algo doloroso. Seis anos após sua morte eu conheci Karadona, a filha mais nova da família Reeze. Nós gostamos um do outro, então, ela virou minha amante. Eu não estava pronto para casar-se de novo naquela época. Ela deu à luz à Aiden e Merrily.”

Seus olhos ficaram com expressão de dor. “Ela morreu dando à luz à Merrily. Eu estava lá, mas eu não podia fazer nada enquanto a vida escapava dela. Ela estava com muita dor. Ela perdeu muito sangue...”

O coração dela se compadeceu dele, “Eu sinto muito.”

Ele piscava sem parar, tentando se livrar daquela dor, “Eu também. Então, eu não quero passar por aquilo de novo. Ver uma mulher que gosto sentir aquela dor novamente...? Sabendo que existe uma grande chance de ela morrer? Eu não suportaria isso outra vez, então, você não precisa duvidar do meu amor por você porque você não pode me dar mais filhos. Dê a mim e aos meus filhos uma chance de fazer parte da sua vida, Ana.”

Antes que ela pudesse responder, Merrily, ainda sonolenta, saiu de pijamas de seu quarto, esfregando seus olhos.

“Papai?... Quem é…?” Mas assim que ela perguntou, ela viu claramente quem era. Os olhos dela se abriram, “Senhorita Ana!” ela saiu correndo abraçá-la.

Anarieveta se abaixou e pegou a menina em seus braços, dando um abraço apertado. Ela permitiu seu amor por essa menina tomar conta dela enquanto a segurava, “Sim, sou eu, Merrily.”

“Oh, Senhorita Ana, não vá embora de novo. Eu senti tanto a sua falta!” Ela balbuciou.

O coração de Vetta inchou com amor.

E daí que ela não pode ter filhos? Ela tem duas crianças que ela ama com todo seu coração bem aqui. Duas crianças que amam e precisam dela tanto quanto ela precisa deles.

O vazio em sua barriga onde estava seu útero deveria estar sempre será uma lembrança da mulher amarga que ela foi um dia.

Uma mulher que ela nunca deverá ser de novo.

“Merrily, querida?”

“Sim, senhorita Ana?” Ela suspirou em seu pescoço.

“Você gostaria que eu me casasse com seu pai e virasse sua mãe?” Os olhos cheios de lagrimas dela focavam em Gedony quando ela fez a pergunta.

“Sim! Ah, sim, sim, sim, sim!” Merrily estava balançando a cabeça vigorosamente para enfatizar sua resposta, seu cabelo voava para todos os lados. A menina soava como se estivesse chorando e soltou do fundo do seu coração. “Sim, por favor! Por favor, seja minha mamãe, senhorita Ana! Eu prometo ser uma boa menina, eu prometo fazer tudo que você pedir! Por favor, não me deixe...”

Anarieveta começou a lacrimejar, “Eu sempre vou estar ao seu lado, meu bebê.”

Ela é minha. A felicidade de Gedony não conhece limites. Ele não perdeu um segundo e foi logo ficando de joelho e pedindo ela em casamento só para garantir que o momento tenha sido perfeito.

“Sim, eu vou me casar com você.” Ela respondeu e um sorriso choroso, mas feliz, apareceu em seu rosto.

Então, ele a abraçou e sua filha. A vida não poderia ficar melhor.

**********

Eles se casaram três semanas depois. Foi uma grande cerimonia cheia de convidados.

O rei Lucien e sua família estavam lá. A rainha Danika foi sua dama de honra, um papel que ela cumpriu com orgulho e felicidade... especialmente ao ver a cara de imensa felicidade no rosto de Anarieveta.

A família de Declan também estava presente. Kamara e Anarieveta fizeram as pazes no decorrer dos anos. Kamara não parava de agradecê-la por ter salvado a vida de Declan mesmo após todos esses anos. A família de Baski estava presente, assim como a de Corna e a de Sally.

Os alunos de Anarieveta e seus pais também estavam lá. Diversas famílias privilegiadas e até mesmo famílias reais de outros reinos que eram amigas da família de Raskin compareceram.

Havia tanta gente, embora Anarieveta quisesse um casamento simples com poucas pessoas, ela não poderia estar mais feliz ao ver tamanha multidão. Isso a deixou em lagrimas também, ver todas essas pessoas ali para ela.

Era o dia mais feliz da vida dela.

E assim que ela beijou seu marido após a troca de votos, ela acreditou fortemente que o resto de sua vida com sua nova família seria tão feliz e lindo quanto naquele dia.

E de fato, sua convicção se tornou realidade.

Esse é o Fim.

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