Atílio
Chegamos em casa com Héctor, eu ainda teria que paga uma boa quantia para aqueles dois pais desnaturados, mas tudo valia a pena para ver o sorriso da minha filha. Gabriel entrou no quarto com o menino no colo e logo ela abriu um lindo sorriso.
– Eu sabia que você iria trazer ele de volta para mim! – Jamile falou emocionada para Gabriel, mas ele revelou a verdade.
– Agradeça ao seu pai meu amor, ele resolveu tudo e trouxe o pequeno de volta. Me desculpe pelo modo agressivo que falei com você, eu temi que você perdesse nosso filho, mas Héctor é nosso primeiro filho e sempre será independente de laços de sangue.
– Obrigada aos dois. – Jamile disse abrindo os braços para receber o abraço de seu pequeno filho.
– Não quero agradecimentos, apenas o seu sorriso e saber que vai ficar tudo bem. Eu só tenho motivos para agradecer a Deus por tudo o que tem acontecido nos últimos dias. – Atílio se emocionou ao dizer.
Leandro
Temos que ir ver o caso de Celina na delegacia.
– Sim, estive estudando o caso e realmente tudo o que posso fazer por ela é tentar reduzir a pena. – Edith disse para Leandro, enquanto esticava o lençol da cama em que dormiam.
– Minha irmã perdeu o juízo, assim como eu quase perdi.
– E posso saber por quem? – Edith perguntou curiosa.
– Claro que pode, não escondo nada de você. Contei sobre Luíza e o que fiz a ela antes de partir.
– Só não me recordava de que ela era daqui.
– Sim ela é! – Leandro confirmou percebeu que ela ficou séria e pensativa.
– Mas não tem por que ficar assim tão perdida em seus pensamentos, Luíza foi alguém que me fez mudar, mas mudar para você e para que hoje eu pudesse ser o homem que sou. – Leandro abraçou Edith ao dizer.
– Espero que não haja mais amor por ela em seu coração Leandro.
– Não há. – Leandro respondeu tocando o rosto dela suavemente.
– Isso você só vai saber quando a encontrar pessoalmente de novo.
– Não te quero insegura Edith, te amo e todos os dias tento mostrar isso a você.
– E eu também te amo Leandro. Esqueça o que eu disse e vamos até a delegacia.
Os dois foram, assim que chegaram perto de lá, viram uma aglomeração do lado de fora. Leandro ficou preocupado e logo conseguiu passar por aquela multidão.
– O que aconteceu e onde está minha irmã? – Leandro questionou preocupado.
– Eu nem como dizer isso ao senhor. – O carcereiro estava constrangido em ter que revelar aquela triste verdade para ele.
– Comece abrindo a boca! – Edith intimou e tentou acelerar as coisas para acabar com a angústia de uma vez por todas.
– O delegado e ela fugiram da vila. – O carcereiro respondeu envergonhado e Leandro ficou inconformado.
– O quê?
– E ela deixou dois bilhetes dentro da cela, um para os pais e outro para Atílio.
Edith amparou o marido que estava desconsolado, como Celina tinha sido capaz disso?
Foram direto para a casa de Raul, já previam a recepção horrível que haviam tido se repetindo naquela noite, mas precisavam dar aquela notícia.
– Filho, graças a Deus você voltou. Me diga que os dois vão ficar aqui e que perdoam todas as coisas horríveis que seu pai disse! – Mabel o abraçou feliz e sem saber da novidade que estava por vir.
– Viemos aqui por um motivo muito triste mamãe e é melhor que a senhora se sente.
– Celina? É sobre ela, não é Leandro? – Mabel perguntou e já sentia seu coração apertar dentro do peito.
– Minha irmã fugiu da prisão com o delegado, mamãe!
Mabel precisou se sentar para não cair, logo Raul desceu as escadas com aquela expressão autoritária de sempre.
– Pensei que tivesse dito que não voltaria mais. – Leandro disse demonstrando claramente que os dois não eram bem-vindos.
– E não voltei para ficar nesta casa, vim para entregar isso ao senhor e minha mãe. – Leandro revelou e entregou a carta para Raul, o velho leu e ficou escandalizado.
– Maldita seja, eu criei uma cobra como filha! Além de assassina, Celina ainda teve a coragem de me envergonhar fugindo com um homem desconhecido.
– Não diga isso, ela é nossa filha e não importa o que tenha feito. – Mabel o repreendeu.
– Ela diz na carta que não voltará mais mamãe, pois teme ser presa e não quer passar a juventude presa e que se uniu ao delegado, pois ele se apaixonou por ela de verdade.
– Nem sabemos quem é esse homem. – Mabel disse enquanto secava as próprias lágrimas.
– Ela fez sua escolha mãe, não podemos mais fazer nada. – Leandro falou abraçando a mãe.
– Ela não é mais minha filha! – Raul gritou.
Na volta para o hotel e depois de consolar a mãe, Leandro foi visitar Atílio e entregou a ele a carta que Celina deixou interessada a ele.
– Filho é bom te ver de novo. – Amélia disse para Leandro sorrindo e ele apresentou a esposa.
– Essa é minha esposa Edith.
– Muito prazer em conhecê-la entrem, já vou chamar Atílio para recebe-los!
Atílio logo foi para falar com ambos, cumprimentou educadamente ele e a esposa.
– As pessoas da vila comentam muito o que aconteceu entre Guadalupe e você. – Leandro indagou, sabia que apesar de triste a história dos dois havia tido um final feliz.
– Felizmente todos os enganos foram resolvidos e iremos nos casar de novo em breve. – Atílio revelou com um sorriso que estava nos lábios e no olhar.
– Fico feliz em saber e que você será avô em breve também, velho Atílio.
– Um avô jovem demais, você quis dizer Leandro. – Os dois sorriram.
– Verdade, você é muito jovem ainda primo.
– Não sabe o quanto me sinto aliviado de você estar aqui e não me culpar por Celina. Seu pai e eu temos tido muitos conflitos desde então!
– Minha irmã não é nenhuma incapaz e vim aqui justamente para falar sobre ela. ¬ Leandro apresentou a esposa para ele e logo começou a falar sobre aquela novidade, não muito agradável.
– O que houve? O delegado já disse algo sobre a pena que ela pode pegar?
– Ela fugiu com o delegado e deixou essa carta para você Atílio.
Atílio pegou a carta e leu...
“Perdoe-me por não saber amar da forma que você esperava, não posso permanecer mais neste lugar. As pessoas me julgam e ofendem o tempo todo, o delegado Silva me ofereceu proteção e amor, estou indo com ele e acreditando que posso ser feliz e sobre nosso suposto filho, não se preocupe. Amélia sempre trazia as ervas para mim e nunca deixei de tomar o chá para prevenir a gravidez, não espero filho algum. Está livre para ser feliz com a mulher que tanto odeio, mas que você escolheu amar. Ass: Celina Fontes.”
– Espero que esse delegado possa dar o amor que ela tanto sonha em ter. – Atílio falou devolvendo a carta para Leandro, esperava que ela encontrasse seu caminho longe dali.
– Eu também espero primo.
Edith ficou ali apenas ouvindo a conversa dos dois, Amélia preparou algo e eles comeram juntos e falaram sobre as muitas novidades que aconteceram durante a ausência dele. Jamile estava se recuperando bem enquanto Gabriel cuidava do pequeno Héctor na casa dos dois e as aulas estavam suspensas por aquele dia.
Guadalupe
Eu vou morar de novo com Atílio na casa dele e aqui meus pais ficarão com todo o conforto que merecem e os empregados que contratei para ajuda-los. Pedi as bordadeiras que fizessem um novo enxoval para mim, quero que esse novo começo aconteça por inteiro e dessa vez me casarei com um sorriso nos lábios e não com lágrimas nos olhos como da primeira vez.
Atílio vem aqui todos os dias para nos visitar, Benjamin já tenta dizer as primeiras palavras e aguardamos ansiosamente qual será a primeira delas.
Luíza e Sebastião também preparavam o batizado de Isabela, todos decidiram que seria logo depois do casamento de Atílio e Guadalupe e fariam uma grande festa em conjunto.
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