Casada por acidente com o CEO romance Capítulo 127

Louis Davis

Abracei a Islanne antes de ir, ela estava paralisada.

— Eu sei onde eles estão! Vamos buscá-lo!

— Eu estou com medo, Louis!

— Não fique, vamos dar um jeito! — ela assentiu, e então entramos no carro.

Igor veio no carro dele, mas estava nos acompanhando, e eu segui aonde o meu instinto me levava, eu não tinha absoluta certeza, mas algo me dizia que eu estava no caminho certo.

Ao chegar na parte tranquila da rodovia, reparei no penhasco logo adiante na mata, o trem fazia todo aquele percurso.

De longe vi a parte de trás do carro preto que elas usaram pouco tempo atrás, estava escondido numa casa de frente para a rua, mas eu conseguia vê-lo, então parei o carro mais longe, do outro lado daquela avenida parada, o lado oposto da movimentação do trem, e o Igor parou logo atrás.

— Louis, eu estou armado! Carrego uma arma pequena no porta-luvas, vou invadir aqui em baixo, talvez tenha uma delas, aí dentro. — Igor comentou.

— Eu vou subir o morro, pelo barulho que ouvi, elas podem estar lá em cima! — comentei.

— Certo!

— Eu vou com você! — Islanne disse e me acompanhou em silêncio.

Já no alto, eu corri em direção ao cativeiro, o meu coração batendo descontroladamente no peito. Cada passo que eu dava parecia pesar uma tonelada, enquanto a imagem do meu bebê indefeso me impulsionava a andar mais rápido. O sol poente lançava uma luz dourada sobre a cena, destacando o trilho do trem à minha direita e o precipício assustador à minha esquerda, a não muitos passos de onde nós estávamos.

Meu olhar se fixou na figura da babá, segurando o meu bebê nos braços como se fosse um pacote de arroz, estava perto de uma árvore. Ao lado dela estava a bailarina, uma expressão fria de desafio no rosto enquanto apontava uma faca em nossa direção... só então eu caí em si, ela já nos esperava!

— Louis, você finalmente apareceu! Agora entendo porque a minha prima quase colocou tudo a perder, você é um gato! — a Elisa disse, sua voz cortante como uma lâmina.

— Vadia, eu acreditei em você! Acreditei nas duas! — Islanne reclamou.

— Mas veja só o que temos aqui. Se você der mais um passo, eu jogo o bebê desse precipício!

Meus olhos se encheram de lágrimas e minha voz tremeu quando respondi:

— Por favor, não machuque o meu filho. Faça o que quiser comigo, mas deixe-o em paz! — olhei para cada uma delas, e senti os dedos da Islanne me arranharem ao segurar a minha camisa.

— Por mais gato que seja, ainda fico com o dinheiro! Onde está o meu dinheiro?

— No carro! Ficou lá na estrada, agora me entregue o Andrew! — falei firme, mentindo.

— Não mesmo! Você que vá buscar! Nunca gostei de crianças... — me espantei com o que ela disse, e estranhei a babá.

— Elisa, não foi isso que combinamos! As coisas saíram demais dos eixos! — Jennifer questionou, segurando melhor o Andrew.

Tentei dar mais um passo, mas a bailarina apontou a faca, e chegou mais perto do meu filho.

— Larga de reclamar, prima! Eu que arrumei tudo, não conseguiu o bonitão porque é lerda, aquela ali não é mais bonita que você, eu não tenho culpa! — Elisa disse, completamente fria.

A babá segurou o bebê mais perto, os seus olhos também úmidos de lágrimas.

— Por favor, não deixe que ela faça isso, Louis! Nós vamos conseguir superar isso, juntos! Eu nunca quis prejudicar o bebê! — A Elisa sorriu cruelmente e balançou a cabeça.

— Parece que vocês estão dispostos a fazer qualquer coisa por esse bebê, não é? Bem, eu também estou disposta a fazer qualquer coisa para escapar com o dinheiro! — ela tomou o bebê dos braços da Jennifer, o Andrew nos viu e começou a chorar alto, esticando os bracinhos. Então, Elisa empurrou a Jennifer.

— Você amarelou, não serve mais pra mim! — empurrou a Jennifer lá de cima.

— Socorro! — ela mal falou e caiu lá de cima, a gente mal conseguiu ver para onde o corpo dela foi parar.

Para piorar a situação, Elisa se aproximou da beira do precipício, segurando o bebê com firmeza, a faca brilhando perigosamente à luz do sol, e o meu coração saindo pela boca.

— Um passo a mais e ele se foi!

— Louis... — Islanne sussurrou, engoli seco.

A minha mente girava em pânico enquanto lutava para encontrar uma solução. Foi quando a Islanne, com olhos cheios de determinação, deu um passo à frente.

— Não! — ela gritou. — Você não vai tirar o nosso filho de nós! — Ela avançou com coragem, ignorando a faca e investindo contra a bailarina.

As duas lutaram em uma dança frenética de mãos e punhos, enquanto eu tentava me aproximar delas, desesperado para resgatar o meu bebê.

Ouvindo o choro do nosso filho, o meu instinto se intensificou. Com um último esforço, consegui me aproximar o suficiente para agarrar o braço da Elisa e puxar o Andrew para longe dela. A Islanne aproveitou a oportunidade para intensificar a luta, segurou a mão com a faca e a garganta da bailarina ao mesmo tempo.

Elisa soltou a faca e eu chutei para longe, olhando se o Andrew estava bem, mas ele ainda chorava, e encostou em mim.

Fui ajudar a Islanne, mas tive pena da Elisa, ela estava toda acabada. Islanne deu tantas na cara dela que inchou, ficou em cima do tronco da bailarina e meteu porrada na cabeça e no rosto dela.

— MALDITA! EU VOU TE MATAR! EU TE MATO, SUA DESGRAÇADA! — Islanne gritava.

O Igor chegou e entreguei o Andrew a ele, fui tirar a Islanne de lá, senão ela mataria aquela infeliz.

Ela parecia ter desmaiado, então eu fui acalmando a Islanne e trazendo-a para tocar no filho, estava muito alterada, e a bailarina ficou lá.

Vimos a polícia subindo o morro, e ficamos esperando que eles chegassem para explicar tudo o que aconteceu e dar o depoimento, mas de repente a Elisa já estava em pé, completamente machucada, mas a faca apontada para a Islanne e o Andrew, e me apavorei quando vi que não daria tempo de fazer nada, ela iria atacar a faca... tentei puxar os dois para perto de mim, colocando o meu corpo na frente deles, mas o Igor agiu mais rápido, atirando na perna dela.

— Já chega, Elisa! — o barulho foi silencioso, mas eu vi nos olhos do Igor que ele além de nos defender, estava fazendo justiça pelo filho que aquela mulher tirou dele.

Ela caiu, mas estranhamente gritou pela dor, e saiu pulando com um pé só.

— Maldito, Igor! — o problema foi que ela bateu o braço num vespeiro e foi atacada pelos insetos revoltados.

— ME AJUDEM! ME AJUDEM! ELES VÃO ME MATAR! — ela caiu e rolou a alguns metros, parando no trilho do trem.

O som distante de um trem se aproximando nos alertou para o perigo iminente do trilho. Com pressa, nos afastamos da beira do precipício e nos abraçamos, com o nosso bebê seguro entre nós, e também puxamos o Igor, que estava tão diferente, depois do ocorrido.

A polícia chegou, e deixamos para que eles salvassem ou não a Elisa, que ainda gritava com as vespas em cima dela.

— Eu não vou levá-la de volta! Já fugiu uma vez, e não aprendeu nada! Por mim já está morta! — o policial nos disse, nos empurrando para sair dali.

— NÃO!!! — ouvimos o último grito daquela mulher ruim, e ainda bem que já não tínhamos mais vista de nada.

— Vocês não viram nada, e eu também não vi que o senhor Smith tirou uma arma de casa sem autorização! — o policial falou, e todos nos calamos.

Ficamos em baixo, resolvendo algumas coisas, e nos assustamos quando a babá veio acompanhada de um dos policiais, estava algemada. Mas, como ela teria sobrevivido?

— Essa mulher é a que estava envolvida? A encontrei parcialmente desacordada lá em cima. — o policial perguntou.

— Essa vadia não morre? Por acaso tem sete vidas? — Islanne reclamou.

— É ela, senhora?

— Sim!

— Então a levarei detida! Não se preocupem, que será colocada num presídio de segurança máxima, e quando as detentas souberem que sequestrou um bebê, ela será muito bem tratada, lá dentro! — Piscou pra mim, e vi o desespero nos olhos da maldita.

— Louis, me ajude! Eu me arrependi, cuidei bem do Andrew... não deixe que me levem! — tentou esticar o braço, mas o policial a segurou firme, a puxando, e a Islanne colocou o pé na frente, ela tropeçou e continuou arrastada pelos pulsos, o policial praticamente a enfiou dentro daquele carro.

As coisas se desenrolaram em uma mistura de medo, coragem e determinação, deixando cicatrizes em nossos corações, mas também uma lição sobre o poder do amor e da família.

Coloquei a minha família no carro, e os beijei muito. O Andrew se acalmou no colo da mãe, e ela o segurou bem perto, entrando com ele no colo.

Ainda no carro, vimos quando os policiais desciam o morro com o saco preto do corpo da Elisa, a jornada dela, havia acabado ali.

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