Casada por acidente com o CEO romance Capítulo 130

Edineide Santos da Rosa

Ulisses veio e trouxe o carro. As crianças ficaram fazendo muitas perguntas, e quando ele me carregou, eles ficaram eufóricos.

Fui no colo dele, mas eu ainda estava sem graça, ele me olhava diferente.

— Eu ainda não acredito que veio mesmo, atrás de mim... — comentou com um sorriso, enquanto começava a dirigir.

— Você me viu, né?

— Vi, sim! Sabia que esse não é o meu único segredo? Se você for investigar cada um deles, terá que ser mais cuidadosa! — zombou.

— E, se não me contar, agora e eu descobrir depois, você está lascado! Já te adianto que não é uma boa ideia brincar comigo...

— Não estou brincando... — seguiu dirigindo.

— E, então me conte... quem é a vaca que você está de rolo? Porque se não vem todos os dias ver as crianças... — ele gargalhou.

— Ai, Edineide! Depois que voltarmos do médico, eu te levo no outro lugar que costumo ir e você não sabe! — o encarei com cara feia, o meu estômago chegou a revirar.

— Eu só queria saber porque não sei... — resmunguei, batendo um dos pés no chão.

— Oi? — tentou entender, mas abanei a mão, ignorando e não respondi.

Fiquei olhando para fora, não dei moral. Não era para ele a essa altura não me contar sobre tudo, quero só ver o que anda me escondendo... quantos segredos esse homem tem?

No caminho peguei o meu celular. Eu estava navegando na internet, completamente distraída com vídeos engraçados de gatos fazendo coisas malucas, quando percebi que meu estômago estava um pouco estranho. "Ah, deve ser só alguma coisa que comi", pensei comigo mesma, tentando ignorar a sensação.

Mas, um pouco depois, o meu estômago parecia fazer uma coreografia estranha, como se estivesse treinando para um concurso de dança. Comecei a ficar preocupada, então liguei para o meu médico para marcar uma consulta, e por coincidência ele estava no hospital, trabalhando no plantão.

— Então eu vou fazer o curativo no pé e logo irei até o seu consultório, doutor! — falei ao telefone, e o Ulisses quieto, ele é meio desconfiado em relação às minhas atitudes, não sei por que, se sou uma pessoa tão boa.

— Combinado, Edineide! — o doutor falou. Ele me atende há um bom tempo, vai saber o que eu posso ter.

Lá estava eu na sala de espera do consultório, já havia feito um curativo no pé, e o Ulisses cheio de risinhos pra mim, enquanto eu só olhava de canto de olho.

— Que cara feia, amorzinho! Se continuar assim, terei que me esforçar mais essa noite! — brincou, mas não gostei, virei brava pra ele.

— Pode ir tirando o cavalinho da chuva que vai molhar! — se encostou em mim, tentando me chamar a atenção, mas eu não estava para conversa, sinto os meus hormônios à flor da pele, não sei o que anda acontecendo.

Voltei a me virar mais para a esquerda, folheando uma revista sobre jardins que provavelmente tinha mais fotos do que texto. Finalmente, o meu nome foi chamado, e eu entrei na sala do médico. Vi que o Ulisses veio atrás, mas bati a porta, o deixando pra fora.

Ele entrou logo em seguida, não adiantou nada, e me contive.

O Dr. Menezes, um homem de meia-idade com óculos pequenos no nariz, sorriu para mim.

— Edineide, como você está se sentindo?

— Na verdade, Dr. Menezes, eu tenho me sentido um pouco estranha ultimamente. Meu estômago anda meio agitado, e agora mesmo estava revirando no carro.

Ele fez algumas anotações e então disse:

— Bem, vamos fazer alguns exames para descobrir o que está acontecendo. — Assenti, nervosa.

Fui levada para uma sala de exames e me deitei na maca, olhando para o teto enquanto esperava. Coletaram o meu sangue, o médico apertou a minha barriga, e depois, todos sumiram. Eu voltei para a área de espera, aonde o Ulisses veio me paparicar... fiz um charme, mas acabei deixando ele me abraçar.

Minutos depois, o médico voltou com um sorriso intrigante.

— Edineide, você vai rir disso. A razão para o seu estômago agitado é porque você está grávida! — Enquanto ele sorria, eu pretendia matá-lo... ou eu mataria o Ulisses? Que história era aquela?

Os meus olhos se arregalaram e minha boca caiu. — Grávida? Isso não é possível! — Ele riu.

— Bem, parece que é mais do que possível. Parabéns, você será mãe! — me entregou um papel com o resultado que saiu em tempo recorde.

Eu estava atônita. Grávida? Isso não estava nos meus planos no momento. Minha mente começou a correr a mil por hora.

— Mas como isso aconteceu? Quero dizer, eu sei como, mas... — O médico riu novamente.

— Edineide, você sabe como isso acontece, e... bem, você entende! — Eu corei até as orelhas.

— Sim, eu entendo, é só que... É uma surpresa tão grande! — olhei para o Ulisses que estava branco como papel. Fiquei pensando se ele não iria falar nada.

— O senhor está, bem? — o doutor questionou o Ulisses.

— O senhor tem certeza?

— Podemos fazer uma ecografia e daí a gente já vê como está, mas o exame de sangue é muito seguro. — Ulisses permanecia branco, me olhando.

— Eu estou surpreso..., mas teremos que fazer alguns ajustes... — ele ficou estranho, parecia aéreo.

— A gente pode agendar a ecografia para outro dia, doutor? Eu preciso respirar melhor, e conversar com o Ulisses.

— Claro! Vou te passar uma receita, e não precisa ter pressa. Já tenho grande parte dos exames aqui, então pedirei o que faltou.

O médico falava, e a gente estava aéreo. Provavelmente precisaria de outra consulta para entender as coisas, eu precisava entender o que o Ulisses pensava. Não era para eu ter engravidado, pensei que a prevenção estivesse segura.

Ele colocou a mão no meu ombro de maneira reconfortante.

— Eu sei que pode ser assustador no começo, mas tenho certeza de que você se adaptará. E olha só, você já tem uma história divertida para contar sobre como descobriu. — doutor Menezes sorriu.

— É verdade! — respondi, começando a rir. — Quem imaginaria que eu descobriria que estava grávida, enquanto tentava descobrir por que o meu estômago estava agitado? — O médico riu comigo.

— A vida tem um jeito engraçado de nos surpreender, não é? — Concordei, saindo do consultório com uma mistura de choque e alegria. Afinal, aquela consulta inesperada não só resolveu o mistério do meu estômago, mas também trouxe uma notícia que mudaria a minha vida de uma forma que eu nunca poderia ter imaginado. Ulisses me apoiou a andar com o pé dolorido.

Foi estranho como fiquei insegura com a notícia. Em muitos sentidos me senti perdida, mas dentro do carro me assustei quando senti a mão dele na minha barriga. Aquilo era real? Havia um bebê, dentro de mim?

Olhei para o Ulisses, e percebi o meu coração mais agitado.

— Obrigado por me dar essa alegria! — falou.

— Hein? — não entendi direito.

— Estou muito feliz em ser pai. Acho que sempre sonhei quando esse dia chegaria!

— Não está assustado? — ele deslizou a mão suavemente.

— Um pouco..., mas também muito feliz! A minha mãe vai ficar louca quando souber.

— Por quê? Aliás, você nunca me apresentou a sua mãe!

— É na casa dela que eu vou quando fujo!

— Por quê? Acha que ela não iria gostar de mim? — ele sorriu.

— Não é essa a questão... Bom, vou te levar lá, e você vai entender! Eu disse que te levaria, não disse?

— Ulisses, Ulisses... O que está aprontando? — ele começou a dirigir e vi que pegou o caminho da casa do Louis.

Pelo visto, a mãe dele mora bem perto. É bem provável que ele vá mesmo na casa dela com frequência.

Quando cheguei, ela me olhou bem de perto. É uma senhora, deve ter mais de sessenta, cabelos grisalhos, um óculos de grau, uma casa bonita e confortável.

— Vai me dizer que desistiu de enrolar a sua mãe? — falou, se apoiando na bengala.

— Não exagera, mãe! Essa é a Edineide, pronto... agora a senhora não vai mais reclamar! — olhou pra mim. — Amor, essa é a minha mãe! — estiquei a mão a cumprimentando.

— Aleluia! Minha filha, eu já estava achando que era mentira que o Ulisses tinha uma Edineide, já estava perdendo as esperanças!

— Sério? — brinquei.

— Mãe...

— Sim, querida! Ele só vem aqui para jogar videogame! Vem ver a coleção que ele tem! Fico me perguntando quando ele teria uma família e deixaria de ser tão infantil! — segui a senhora, e me espantei com a quantidade de jogos numa prateleira, e vários modelos de videogame, ele tinha uma coleção.

— Uau... então é isso que vem fazer?

— Sim. Me desculpe se decepcionei..., mas sou viciado nisso, e também coleciono.

— Querida, vem! Senta aqui, temos muito o que conversar! — a mãe dele me chamou outra vez, e gostei dela, com certeza eu ouviria todas as verdades sobre o homem que tem me tirado o juízo.

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