Meu CEO Possessivo romance Capítulo 14

Maria Eduarda

Dois anos atrás

Eu não acredito que finalmente chegou o dia do meu aniversário. Hoje estou fazendo 18 anos, e graças a Deus alcancei a maioridade. E aqui estou, me arrumando para ir para a escola. Eu não vejo a hora de terminar o ensino médio.

Penteio meus longos cabelos ruivos e passo uma leve maquiagem em meu rosto. Sempre fui vaidosa e gosto do jeito como me visto. Gosto de chamar atenção como toda adolescente. Sei que sou bonita e vivo atraindo olhares.

— Nossa, Duda, como você está linda! — minha irmã diz, e olho para ela, que estava ali parada na porta.

— São seus olhos! — brinco.

— E aí, como você está se sentindo tendo 18 anos agora?

— Sinceramente, me sinto ótima, sei que parece estranho, mas parece que ganhei a minha liberdade.

— Você falando assim até parece que eu te deixava em uma cela! — Vane debocha, e eu rio.

— Não é isso, Vane.

— Eu sei o que você está tentando dizer.

— E você, passou por isso?

— Ah, sim! Mamãe e papai acharam graça também quando disse que agora estava livre para fazer o que quisesse — ela diz, com um sorriso triste, que acabou me contagiando.

Nossos pais morreram quando eu era criança, e a Vane tornou-se minha guardiã. A nossa sorte é que os nossos pais nos deixaram dinheiro e não precisávamos nos preocupar durante toda a nossa vida.

— Você ainda sente a falta deles, não?

— Sim. E você?

— Sempre — confesso.

— Bom, agora chega de tristeza — ela tira uma sacola que estava escondida. Eu não tinha nem percebido.

— Para mim? — pergunto, toda feliz.

— Sim, hoje é o seu aniversário, minha irmã! — ela me dá um abraço. — Nossos pais teriam ficado orgulhosos de ver como você cresceu linda e com muita saúde.

— Eu sinto a falta deles, Vane! — sinto as lágrimas caírem.

— Eu sei, minha irmã, eu sei! — ela faz carinho em meu rosto.

— Vane, eles morreram muito novos.

— Sim! — ela enxuga minhas lágrimas, e seco as dela também.

— Bom, vamos mudar de assunto!

— Sim, você não quer saber o que ganhou?

— É claro que sim! — ela me estende a sacola. Quando a abro, fico surpresa.

— Talvez você não soubesse, mas toda mulher da nossa família tem um diário. E a mamãe me pediu para te dar um quando fizesse 18 anos se ela não estivesse mais aqui.

— Ah, Vane, eu não acredito, ele é lindo! — falo, com sinceridade. Eu nunca soube que todas as mulheres da família tinham um diário.

— Ele é, sim! E agora ele é seu, Duda! — volto a abraçá-la.

— Hoje vou começar a escrever nele!

— Que bom! Agora, me conta o que vai fazer hoje, no dia do seu aniversário?

— Bom, como eu sou maior de idade, vou para a balada! E é claro que você vai comigo!

— Duda, só peço que tome cuidado, OK? — aceno com a cabeça, e ela continua: — Você agora é maior de idade e não é bom ter uma irmã sempre ao seu lado.

— Credo, Vane! — exclamo, olhando-a chocada. — Você é nova e tem que sair.

— Duda, menina, vamos fazer o seguinte: que tal a gente ir jantar no restaurante de sua escolha e depois disso você segue para sua balada e eu volto para cá, tomo um belo banho de banheira com um bom copo de vinho?

— Menina, você deve ir para a balada comigo! — insisto.

— Não, Duda, eu preciso descansar, e outra: meu trabalho anda me estressando um pouco.

— Já falei para você sair de lá!

— E você, mocinha, está na hora de ir para a escola!

— Mas, Vane, eu não aguento mais lá — resmungo.

— Duda, aproveita, que é o seu último ano!

— Eu sei disso.

— Então, o que está te incomodando?

— Sinceramente, eu não sei. Quero terminar logo esses estudos e dar um tempo para descansar.

— Duda, lembra que eu deixo você ficar alguns meses sem estudar e só depois você vai fazer a faculdade?

— Eu sei, Vane. Eu já decidi que vou fazer Administração de Empresas, e quem sabe um dia vamos montar um negócio — brinco.

— E você não quer trabalhar numa empresa, não?

— Deus me livre!

— Agora, vamos lá, que eu te levo para a escola e depois sigo para o trabalho.

— Tá bom! Vamos! — acabo cedendo. Coloco o meu presente em cima da minha mesinha, pego as minhas coisas e saio logo atrás da Vanessa.

Quando a Vane me deixa na escola, me despeço dela e sigo para a sala de aula; como sempre, já tinha gente idiota na sala. Os moleques eram tão idiotas e as meninas só pensavam em meninos.

— Ora, ora, se não é a gostosa da Maria Eduarda — ouço a voz irritante de ninguém mais e ninguém menos do que Pedro, o babaca. Desde que ele entrou na escola, vive me atormentando.

— Não enche, Pedro! — respondo, sem nem olhar para ele. Ele vive me aborrecendo, dizendo que eu sou gostosa. E de uma coisa eu tenho certeza: ele fala isso só para ficar me zoando. A única coisa que sinto por ele é nojo.

— Nossa, hoje eu estou metida! — ele diz, ironizando. Eu sinceramente não o entendo mesmo. O cara é um babaca completo que só sabe me infernizar.

— Pedro, você não bate bem da cabeça, não, né?

— Ah, sim, eu bato bem da cabeça, e, quero dizer, das duas! — ele pisca o olho, e olho para ele com nojo.

Deixo-o ali falando sozinho. Eu não vejo a hora de ir para a boate e comemorar meu aniversário. Logo vêm algumas colegas conversar comigo, me desejando feliz aniversário e perguntando onde eu iria comemorar.

— Estou querendo ir à boate nova que inaugurou, a Devassa.

— Obaaa, eu também vou, e já comemoramos o seu níver, o que acha? — pergunta a Adriana.

— Com certeza, está marcado! — fecho com as meninas o nosso encontro. Sinto que estou sendo observada, e quando me viro vejo que o Pedro está me olhando. Não gosto muito do seu olhar.

Algumas horas depois…

E aqui estamos, na boate Devassa. Está cheia e bem badalada. Eu estou gostando do que vejo. Encontrei as meninas ali mesmo na porta da boate, entramos logo e seguimos para a parte do bar.

Assim que chegamos ao bar, pedimos a nossa bebida. Brindamos à nossa saúde e ao meu aniversário.

— Como você está se sentindo agora, com 18 anos, Duda? — pergunta Lorena.

— Maravilhosamente bem! — grito, e rimos.

— Ah, menina, eu percebi que o Pedro está dando em cima de você — Adriana comenta.

Olho-a e reviro os olhos sabendo do que ela estava falando. Ele era um babaca completo, e era uma pena que o curso que eu estava querendo fazer ele também faria. Bom, era o que eu ouvia sempre dele.

— Eu não gosto dele! Ele se acha o maior gostosão, fica dando em cima de todas e ainda acha que eu vou querer alguma coisa com ele.

— Ele me perguntou sobre o seu aniversário.

— E o que você respondeu?

— Bem, ele queria vir aqui.

— Pelo amor de Deus, eu não quero esse moleque aqui! — protesto.

— Amiga, fica tranquila, eu mesma disse isso a ele! — fico mais tranquila e volto a beber, dançando muito.

Algumas horas depois…

Eu estava um pouco cansada, pedi licença para as meninas e avisei que iria pedir água para ajudar a controlar a bebida. Quando chego lá, ouço uma voz irritante.

— Ora, ora, se a Dona Maria Eduarda não está bêbada! — quando olho, vejo ninguém mais, ninguém menos do que o Pedro. Sinto que a minha noite já tinha se encerrado.

— O que você está fazendo aqui, Pedro?

— Ora, o mesmo que você! — fico de costas para ele, pego o copo com água e tomo, para ver se me ajudava a melhorar para pedir um carro e irmos embora. — O que você está bebendo?

— Agora água — ele me estende o copo e diz:

— Quer tomar? — me mostra o seu copo. Ele se senta do meu lado, eu termino a minha água e peço uma Coca-Cola bem gelada. Sou distraída com um cara que chega ao meu lado e me oferece uma bebida.

— Não, obrigada! — respondo, e termino de beber o refrigerante.

— A gatinha me dá seu número?

— Não dou o meu número para nenhum estranho — respondo, e olho para o Pedro, e por incrível que pareça ele me deixou sozinha ali com o idiota.

Saio dali, sentindo que estou com muito sono, e resolvo procurar um banheiro e ligar para um táxi, ou mesmo um Uber.

— Droga, bebi demais! — resmungo, cada vez com mais sono, se isso era possível, e tonta. Não encontro o bendito do banheiro, e quando finalmente acho que é e empurro a porta, do nada sou empurrada para fora. Não era um banheiro, mas uma saída de emergência. — Puta que pariu, o que estou fazendo aqui? Quem foi que me empurrou? — pergunto a mim mesma, e quando vou entrar ouço uma voz abafada:

— Aonde você pensa que vai, sua putinha? — naquele momento, sinto que algo horrível poderia me acontecer.

— Quem é você? — sussurro, e começo a dar passos para trás. Quando sinto que esbarrei na pessoa, eu gelo de medo.

— Eu sou aquele que vai cuidar com muito carinho de você!

Quando tento correr, ele me puxa, e começo a chorar de dor e grito:

— Socorroooooo…

Levo um tapa no rosto e sinto o gosto do sangue em minha boca, e sei que estou machucada. Nessa hora desejei nunca ter vindo para essa maldita boate.

— Agora seja uma boa menina e deixa que eu vou te cuidar.

Eu tento enxergar o seu rosto, e não consigo. Tento descobrir a sua voz, e também não consigo. Estou morrendo de medo.

— Me deixa em paz, seu idiota! — grito, rezando para que alguém aparecesse, e nada.

— Então quer dizer que você é valente, não? — ele diz, em tom ameaçador, e sinto suas mãos em meu pescoço apertando com tanto gosto, que sinto que estou ficando sem ar.

— Por favor, não me machuque… — peço, chorando, e o aperto se intensifica e começo a tossir, percebendo que logo estaria perdendo a consciência.

— Ah, não vou te machucar, não! — ele diz, com convicção, e não tenho tanta certeza. Quando estou a ponto de desmaiar, o homem me joga no chão, e desejo do fundo do coração que ele tenha se arrependido e peço novamente:

— Por favor, me deixa ir embora?

Ouço o barulho de cinto de calça e sei que não teria volta.

— Não, hoje você vai ser a minha putinha! — logo as suas mãos estão em meu corpo. Sinto-me suja.

— Me larga, por favor! — peço, mais uma vez.

— Não! Eu tenho uma coisinha muito especial para você! — ele diz, e enfia uma coisa em minha boca. Percebo que é o seu pênis e sinto ânsia de vômito, engasgando. Ele ri. — Está gostando, né? — ele pergunta, com voz abafada. Quando ele finalmente tira o pau da minha boca, eu vomito, e ele bate em meu rosto novamente.

— Por favor, me deixa ir embora.

— Ah, eu vou, sim, depois que eu tiver o meu prêmio — ele passa as mãos pelas minhas pernas, já que estava usando vestido, e rasga a minha calcinha. Não era dessa forma que eu queria perder a minha virgindade.

— Nãoooooooooooooo… — grito, ao sentir sua mão em meu sexo.

— Simmmmmmmmm… — ele diz, triunfante, e enfia o pau dele com tudo, me fazendo gritar e chorar de dor. Eu sabia que tinha sido violada. — Ora, ora, não é que essa bucetinha aqui era virgem? Eu vou amar esfolar ela com meu pau, e você vai amar cada momento.

— Me larga… — sussurro de dor.

— Não, eu vou comer você bem gostoso, e pode ter certeza de que nunca vai me esquecer — consigo levar o meu braço ao seu rosto e arranhá-lo. Ele diz, nervoso: — Sua puta rameira, você vai me pagar — e me bate novamente. Eu acabo desmaiando, e quando acordo começo a chorar.

— Meu Deus, por favor, que tenha sido um pesadelo — peço, chorando e sentindo dor pelo corpo. Consigo achar a minha bolsa depois de ficar tateando pelo chão.

Minha boca está amarga e eu sinto vontade de vomitar. Então jogo fora tudo o que tinha no meu estômago. Quando me sinto melhor, consigo chamar um Uber.

— Menina, o que houve com você? — o motorista pergunta.

— Me leva para a minha casa — apenas respondo isso, e quando chegamos eu lhe pago.

— A senhorita quer ajuda? — ele parece preocupado.

— Não, obrigada — saio bem lentamente do carro e não olho para trás. Não sei como consegui chegar até a porta de casa, e quando entro a minha vontade é de ficar ali contra a porta, sentada ali.

Mas isso eu não podia fazer, e assim vou lentamente até o meu quarto e pego o diário. Sinto-me suja, imunda, não quero viver, e decido me matar, deixando apenas um recado no diário para explicar exatamente o que aconteceu comigo.

“Querido diário, hoje foi o meu aniversário de 18 anos!”

“Eu não mereço viver.”

“Fui estuprada e drogada e decidi que devo morrer hoje!”

E foi assim que meu pesadelo começou, e a minha única paz seria a morte. Então decidi que era melhor para todos. Eu não queria sofrer mais.

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