O Amor Perdido romance Capítulo 21

"Não, Credence! Deixe-me ir!"

Sentindo seu corpo tremer, Dorothy lembrou-se da cena humilhante do outro dia.

Com os olhos marejados, ela olhou para o homem familiar, porém estranho à sua frente. "O que eu preciso fazer para você me deixar ir?"

Ele ainda era o cavalheiro maduro e reservado por quem ela tinha se apaixonado?

"Não, a menos que você pague pelo que fez à Rosalie!!"

Dorothy ergueu os olhos em direção ao belo rosto de Credence, perplexa.

Tentando segurar as lágrimas, ela esboçou um sorriso gentil.

Aquela era uma simples frase, mas a havia lançado no abismo sem piedade.

A distância entre eles era curta, e seus seios macios estavam sendo fortemente pressionados contra o peito dele. No entanto, Dorothy sentia um frio de congelar a espinha.

Desistindo de lutar, ela abaixou a cabeça para esconder seu desespero.

Credence não sabia se ela estava chorando ou não. Mas, quando ele a viu com a cabeça baixa, tremendo incontrolavelmente sem emitir um único som, de repente sentiu pena dela.

Os olhos afiados e perigosos dele varreram seu corpo esguio e curvilíneo...

O vestido bege de Dorothy estava rasgado, e por baixo havia uma calcinha branca. Era possível ver vagamente suas partes íntimas...

Pensando nela de forma luxuriosa, seu pomo de adão balançou.

No entanto, quando ele olhou pela janela de vidro transparente e viu Rosalie, que estava deitada imóvel na mesa de operação na sala ao lado, seu sentimento desapareceu novamente.

Segurando-a pelo queixo, não pôde conter sua raiva. "Está vendo? Rosalie ainda está deitada lá, lutando pela vida. Você quase a matou e ainda assim está se relacionando com Juelz. Gostou de vê-lo lutar comigo por sua causa?"

"Não me relacionei com Juelz, nem fiz nada à Rosalie. Por que não acredita? Você nunca confia em mim!"

Suportando a dor excruciante que irradiava de seu queixo, Dorothy ergueu a cabeça e furiosamente encontrou seu olhar.

Ela podia aceitar o fato de que ele não a amava, mas não podia tolerar que ele a acusasse repetidamente.

Escarnecendo-a, sua voz mais uma vez ecoou nos ouvidos de Dorothy.

"Como posso confiar em você? Desde que se casou comigo, você não cortou os laços com Juelz Sherman. Eu não disse nada antes porque nunca a amei. Mas você sabe que me importo com Rosalie e ainda assim contratou aqueles idiotas para estuprá-la no estacionamento... Dorothy Fisher, você realmente merece morrer!"

Credence afrouxou o aperto no queixo de Dorothy e agarrou seus cabelos. Com um sorriso malicioso, disse: "Eu me considero um cavalheiro, nunca havia batido em uma mulher. Mas você passou dos limites e ainda tem a coragem de machucar sua irmã, que cresceu com você. O que mais teria coragem de fazer?"

"Para tudo há um limite e você irá colher tudo o que plantou!"

Sua voz estava tão atraente e charmosa como sempre de modo que poderia fazer todas as mulheres se apaixonarem por ele instantaneamente.

No entanto, Dorothy não a achou nada agradável aos seus ouvidos. Ela apenas a assustou.

"Não, não! Me solta! Por favor... eu imploro..."

No momento seguinte, Credence arrancou sua calcinha e uma expressão de dor surgiu no rosto de Dorothy.

Ela poderia suportar tudo: gritos, humilhações e agressões físicas. Mas seus comentários cruéis eram inadmissíveis. Suas palavras eram como uma adaga perfurando seu coração, fazendo-o sangrar.

Dorothy não entendia a quem Rosalie poderia ter ofendido para acabar assim, mas Credence a estava culpando.

Rosalie fora estuprada. Portanto, ele faria o mesmo com ela...

Hah!

Tudo indicava que ele realmente amava Rosalie!

No fundo, Dorothy tentava se convencer de que ele não a amava. Repetia para si que não era grande coisa perdê-lo, que deveria ser forte, não chorar e amar a si mesma.

Entretanto, não podia evitar chorar por sua situação.

Suas lágrimas eram escaldantes, porém seu coração estava frio como gelo.

Enquanto ela estava em transe, pôde sentir a mão de Credence deslizando de sua clavícula até o sutiã rendado...

Ela tinha plena consciência de que ele estava tentando humilhá-la e que seu corpo não deveria reagir de forma alguma.

Apesar disso, não conseguia conter a paixão que sentia por ele!

Ele acariciou seu mamilo casualmente. Reagindo ao seu toque, sua pele clara se transformou em um charmoso rosa pálido.

Quando ela voltou a si, Credence já havia recolhido seus dedos. Não havia emoção em seus olhos, seu toque havia sido apenas uma gélida e penetrante zombaria.

Afastando-se lentamente, olhou seu rosto corado com indulgência e, com frieza nos olhos, disse: "Não acredito que tenha se excitado com apenas um toque. Que absurdo! Juelz não conseguiu satisfazê-la?"

Ele ainda não conseguia aceitar o fato de ela ter passado três noites com Juelz!

"Você realmente acha que sou esse tipo de mulher?"

Dorothy levantou a cabeça para olhar para Credence. Sentindo-se atordoada ao perceber que ele a aterrorizava mais do que um demônio, começou a chorar.

Mesmo não tendo se dirigido a ela, suas duras palavras lhe causavam mais dor e humilhação.

Talvez, aos olhos dele, ela fosse apenas uma mulher vulgar...

Naquele instante, era difícil acreditar que se tratava do mesmo homem pelo qual ela havia se apaixonado há dez anos.

Ela estava totalmente cega de amor!

Nesse momento, seu ódio quase chegou ao limite.

Com os olhos lacrimejantes e um sorriso fraco, olhou calmamente para Credence e disse: "Vamos nos divorciar. Amar você só me causa dor e sofrimento!"

De agora em diante, ela pararia de amá-lo.

Deixá-lo livre a libertaria também.

Neste momento, eles pareciam estar em mundos diferentes.

Credence fixou os olhos nela maliciosamente. "Não cabe a você decidir se me ama ou não!"

"E depende de quem então? De você? De Rosalie?"

Lagrimas escorreram dos olhos de Dorothy. Então, ela os fechou lentamente e disse: "Posso trocar a minha vida pelo nosso divórcio?"

Ela havia perdido seu filho e nada mais lhe restara.

Não havia mais ninguém por quem se importar e nem alguém que se importasse com ela.

Por que continuar viva?

Credence não conseguia olhar para ela e não queria ouvir o que dizia.

"Acha mesmo que mostrar sua fraqueza me fará sentir pena de você?"

Dorothy sentiu um aperto no peito ao ouvir estas palavras.

Sentiu um enorme pavor ao perceber as intenções dele e começou a gritar desesperadamente: "Não! Não me toque! Por que faz isto comigo se não me ama?"

"Você nunca terá o direito de me dizer não!"

E em meio a gritos, ele se inclinou e a penetrou.

Devido ao aborto espontâneo, seu corpo estava fraco e começou a convulsionar tamanha era a dor que sentia. Seu olhar estava vago enquanto submetia-se à tortura sem fim.

Ela já deveria saber que, quando se tratava de Credence, não tinha o direito de falar, muito menos de rejeitá-lo.

O mesmo aconteceu em sua noite de núpcias. Em vez de Dorothy, foi Rosalie quem o acompanhou para brindar com os convidados. Após todos irem embora, embriagado, ele a arrastou até o banheiro e a fez ficar ajoelhada no chão frio, de costas para ele, onde a possuiu pela primeira vez nesta posição humilhante.

Quando Dorothy não aguentou mais e desmaiou, o desejo de Credence foi finalmente satisfeito. Na mesma hora, sua raiva e desejo ardentes cessaram.

Ele a odiava pelo que havia acontecido à Rosalie e desejava vê-la morta. No entanto, ele estava obcecado por seu corpo.

Seu ódio e repulsa somente eram controlados após ele invadi-la desesperadamente.

Credence levantou-se e vestiu-se como se nada tivesse acontecido.

Ele jogou seu terno sobre o corpo de Dorothy dizendo: "Levante-se! Pare de se fingir de morta."

Dorothy tremia violentamente em posição fetal.

Credence franziu o cenho ao perceber que havia algo de errado com ela. Ao colocar a mão em sua testa, percebeu que estava ardendo em febre. Com isso, ele imediatamente a pegou e correu para fora.

Ele mal se reconhecia naquele momento de ansiedade.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Amor Perdido