O Amor Perdido romance Capítulo 22

O hospital municipal pertencia a Jonathan.

Quando chegou ao hospital, após ouvir a notícia, Credence parou no corredor. Franzia a testa e tinha uma expressão indescritível no rosto. Jonathan não suportava vê-lo agindo como vítima depois de se aproveitar de Dorothy. Apertou os olhos e disse de forma significativa: "Credence, você parece estar agindo de forma imprudente, nos últimos tempos. Diga-me, com sinceridade, você se apaixonou por Dorothy, nem que seja só um pouco?"

Credence ficou um pouco surpreso, mas ele exalou com frieza. "Nunca vou me apaixonar por ela, mesmo que seja a última mulher do mundo."

"Se você não a ama, por que não se divorcia dela? Por que você a prendeu por quase quatro anos? Só para torturar a ela e a si mesmo?" Jonathan suspirou.

Mesmo que não tivesse visto Dorothy com seus próprios olhos, ele poderia adivinhar o que havia acontecido com ela.

"Chega de conversa fiada!"

Credence levantou a perna para dar um chute em Jonathan, com um ar impaciente. "Ela está no seu hospital agora. Quando saberemos como ela está?"

Dorothy havia sido levada para a sala de cirurgia há mais de três horas e a luz indicadora vermelha ainda estava acesa. Credence franziu a testa sem perceber e ficou em silêncio por um longo tempo.

Jonathan não conseguia decifrar que emoção Credence estava escondendo por trás daqueles olhos profundos.

Jonathan se esquivou do chute de Credence. De repente, disse, sério: "Mesmo que Dorothy tenha feito algo errado, ainda é sua esposa. Ela acabou de sofrer um aborto e apesar disso você está arruinando o corpo dela. Sem dúvida, haveria sequelas".

Jonathan conhecia Dorothy há muitos anos. Ela não parecia ser uma pessoa cruel.

No entanto, ele não ousou dizer a verdade a Credence.

Como diz o ditado, quem vê de fora, enxerga bem melhor as coisas.

Credence apagou o cigarro, com um ar de indiferença. "Eu sei o que estou fazendo."

Dorothy tinha deixado Rosalie em um estado deplorável. Ele sentiu que tinha sido gentil o suficiente para mantê-la viva. Quanto a outros assuntos, ele não os levaria em consideração.

Embora aquele fosse o seu pensamento, ele não pôde deixar de franzir as sobrancelhas.

.....

Por volta das cinco horas da tarde, Dorothy finalmente deixou a sala de cirurgia e foi levada para uma ala VIP.

Deitada na enorme cama de hospital, ela não conseguia dormir bem. Seus pensamentos estavam tão confusos que ela não queria nem abrir os olhos.

Seu corpo doía muito, como se todos os seus ossos tivessem sido quebrados e colados novamente. A dor era tão intensa que ela começou a suar frio.

Além disso, sua garganta estava muito seca e ela se sentia muito desconfortável. Com os olhos fechados, soltou um gemido. "Água... preciso de água."

Não demorou muito e ela pôde ouvir passos familiares e constantes vindo em sua direção.

Credence sentia que devia estar louco. Ele se sentou na beirada da cama, levantou com cuidado o corpo suado de Dorothy com uma das mãos e, com a outra, levou um copo aos lábios dela.

Sentindo os lábios úmidos, Dorothy abriu a boca, por reflexo, e bebeu a água de um só gole.

Quem além de Juelz a trataria com tanta gentileza?

Depois de terminar de beber, arrotou satisfeita e disse baixinho: "Obrigada, Juelz."

Enquanto se deitava na cama, entorpecida, as lágrimas rolavam pelo canto de seus olhos. Em pouquíssimo tempo, a fronha branca ficou encharcada.

Juelz outra vez. Será que pelo menos em seu coração ele era seu marido?

A primeira vez na vida em que ele se mostrava bondoso para com Dorothy e ela o confundia com Juelz. Como Credence não ficaria com raiva?

Se estivesse em seu estado normal, já a teria rejeitado sem nenhuma piedade.

Mas naquele momento...

Queimando de raiva, Credence olhou com frieza para Dorothy, cujo rosto estava muito pálido. Seu olhar profundo então mudou para outra parte de seu corpo.

Seus olhos expressavam emoções confusas diante do pulso fino e as pernas machucadas, que não podiam ser escondidas sob o vestido.

.....

Credence então saiu da enfermaria. Naquele momento, Maria se aproximou dele com um sorriso. Ela segurava duas garrafas térmicas cheias de uma sopa nutritiva.

Credence, sem pensar, ergueu a mão para esfregar as têmporas. Disse com a voz embotada: "Não faça barulho. Ela está dormindo. Alimente-a quando ela estiver acordada."

"Sim, Sr. Scott."

Maria trabalhava para Credence havia cinco anos. Aquela era a primeira vez que ele se mostrava preocupado com Dorothy. Portanto, no fundo ela estava um pouco animada.

Ela era grata pela gentileza e pelo carinho de Dorothy. Por isso, ela esperava que Credence pudesse mesmo ter uma vida feliz e pacífica com Dorothy.

Como Maria estava muito feliz, estava mais falante do que de costume.

"Sr. Scott, o senhor ainda não comeu, não é? Trouxe uma sopa para aliviar o estômago. O senhor pode tomá-la junto com a Sra. Scott."

Sopa para o estômago?

Credence ficou atônito por um momento. Pegou a garrafa térmica de Maria e perguntou de forma direta: "Como sabe que estou com dor de estômago?"

Vendo que Credence não estava tão indiferente em relação a ela, Maria teve mais coragem. Disse: "Sr. Scott, todos esses anos, independentemente de o senhor vir jantar em casa, a Sra. Scott me pedia para preparar sopa para você todos os dias. Embora nunca tomasse muito, ela ficava muito feliz sempre que você terminava o prato. "

Ao pensar em Dorothy, que por vezes mostrava seu lado infantil, Maria não conteve um sorriso.

Aquela era a primeira vez que Credence ouvia Maria mencionar ações de Dorothy. Por um momento, ficou fascinado com o que ela dizia e não a interrompeu.

"Sr. Scott, vou entrar para cuidar dela."

Maria abriu a porta e ia entrando na enfermaria quando a voz dele a interrompeu.

"Rosalie visitava com frequência quando eu não estava em casa?"

O coração de Maria batia descompassado. Ela se virou para Credence e respondeu hesitante: "A Srta. Rosalie só veio uma vez. Ela e a Sra. Scott estavam conversando no quarto de hóspedes. Eu não prestei muita atenção nelas, mas... No final, a Srta. Rosalie saiu em prantos. Ela também disse que a Sra. Scott era cruel, e que o carma vingaria dela mais cedo ou mais tarde."

"Sr. Scott, na verdade... eu não acho... que a Sra. Scott é uma pessoa cruel."

Por outro lado, Maria nunca gostou de Rosalie, que parecia inocente por fora, mas no fundo não fazia nada de bom. Maria sentia que Credence tinha sido enganado por ela por pouco tempo.

Credence assentiu para Maria com brandura antes de se virar e entrar no elevador.

Havia um assunto urgente a ser resolvido na empresa, que exigia sua presença.

Enquanto Credence dirigia seu Maybach preto em direção à sua empresa, seu telefone tocou.

Ele viu que era a mãe de Dorothy e Rosalie, Linda Arnold.

Ele parou no acostamento na hora. Então, atendeu com uma voz séria: "Olá. Aconteceu alguma coisa?"

Do outro lado da linha, os gritos estridentes de Linda. "Credence, tenho más notícias para você. Rosalie... não vai sobreviver. Ela vai morrer logo! Minha filha..."

Ele ficou em completo silêncio dentro do carro.

Credence segurava o telefone, taciturno e imóvel. O cigarro entre seus dedos já havia se reduzido a cinzas.

Cerca de dois minutos depois, o carro deu uma guinada e acelerou em direção ao hospital municipal. O atrito entre as rodas e o asfalto produzia um som agudo.

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