O Amor Perdido romance Capítulo 28

Credence continuava bebendo. Sob a luz fraca, não dava para ver seu belo rosto com clareza, muito menos suas emoções.

Ele segurou a taça com força, parecendo indiferente.

O homem, Bob Walker, percebeu que Credence não tinha a menor intenção de ajudar Dorothy. Lambeu os lábios e continuou a flertar com ela. "Dorothy, você é perfeita. Eu gosto. Bem, se tirar o vestido e nos deixar apreciar a vista, atenderemos a qualquer pedido seu!"

Ela queria que Credence concordasse com o divórcio. Será que aqueles homens poderiam ajudá-la? Impossível.

Dorothy ignorou as risadas e fixou os olhos em Credence, que ainda estava bebendo.

Desde que entrou na sala, ele bebia, ignorando tudo o que estava acontecendo.

Dorothy deu uma risada fria. Desviou o olhar dele e disse com a voz ainda mais suave: "O prazer é meu, Sr. Walker."

Então, levou os dedos devagar até a bainha do vestido azul.

Olhou de relance para Credence. Quando percebeu que ele não pretendia impedi-la de tirar o vestido, irritou-se profundamente. Curvou os lábios em um sorriso de escárnio e, de repente, levantou o vestido...

Um belo par de pernas se revelaria a todos, sem qualquer impedimento...

Naquele momento, Dorothy viu um arco vermelho se formar diante de seus olhos, em um movimento rápido.

Aquilo chamou a atenção de todos.

Foi Credence que arremessou a taça de vinho à virilha de Bob.

Aquela era a parte mais importante do corpo para os homens. Bob fez uma careta de dor ao ser atingido pela taça afiada.

"Droga... Quem é que fez isso?"

Bob estava sentado do lado oposto de Credence. Com toda a atenção voltada para Dorothy, não viu de onde a taça de vinho tinha sido jogada.

"Fui eu."

Credence respondeu com frieza e se levantou com a expressão calma. Colocou uma mão no bolso da calça e com a outra, colocou um cigarro entre os lábios. Então, exalou um grande anel de fumaça lentamente, antes de dizer com uma voz grave e assustadora: "Você está pegando fogo, Sr. Walker. Eu quis ser gentil e apagá-lo para você."

"Droga, é assim que se faz?" Bob praguejou baixinho.

Contudo, ninguém em Talco City ousava brincar com Credence. Embora Bob estivesse furioso, não conseguia falar. Desculpou-se, com um sorriso: "Sim, claro. Você está certo, Sr. Scott. Muito obrigado pela ajuda. Muito obrigado!"

Enquanto falava, Bob baixou o olhar e tentou tirar a taça de sua virilha.

Ele nunca pensou que uma taça de vinho pudesse ser pesada. Mas, pressionada contra sua virilha, parecia mais pesada do que uma montanha. Se a deixasse lá por muito tempo, sua 'joia' seria destruída.

"Sr. Walker, é melhor ficar parado. Se tirá-la daí, o Grupo Walker pode ir à falência amanhã."

Credence inclinou um pouco a cabeça e olhou para aquele homem, que tinha acabado de pedir a Dorothy para tirar o vestido. Seus olhos transmitiam um brilho frio.

"Eu estava errado, Sr. Scott. Não deveria ter feito uma brincadeira obscena com a Srta. Dorothy."

Bob estava tão assustado que suava frio. Podia sentir que havia algo entre Credence e Dorothy. Com o rosto pálido, implorou: "Senhorita Dorothy, sinto muito. Por favor, me perdoe."

Dorothy não esperava que as coisas fossem acabar daquele jeito. Também não esperava que Credence, que pretendia humilhá-la, a ajudasse a punir Bob, que tinha falado de forma vulgar. Por um momento, ficou perdida.

Ele a estava defendendo?

Quando olhou o rosto frio de Credence e seu peito ligeiramente estufado de raiva, seu coração se alegrou um pouco.

Ela o amou durante dez anos e ficou casada com ele por quatro. Era a primeira vez que ele a defendia. Como poderia não se alegrar?

No entanto, não era suficiente para que ela o perdoasse.

Dorothy encarou Credence, confusa. Sentia seu coração se apertar e não sabia como sair daquela situação.

Então no instante seguinte, Credence ergueu o pé e chutou Bob, arremessando-o contra a parede.

O jeito com que Credence tratava o dono de uma grande empresa em público mostrava seu poder.

Os outros se endireitaram em suas cadeiras. Com a cabeça baixa, não ousaram emitir um único som.

"Este acordo está cancelado!"

Credence falou ao passar por Dorothy.

Dorothy sentiu um vento gelado em suas costas, seguido por um perfume único, que pertencia apenas a Credence.

Aquele perfume fez seu coração bater mais rápido. Ao mesmo tempo, o fez doer.

O que ele queria dizer com "o negócio está cancelado"?

Parecia que todo o seu trabalho árduo tinha sido em vão. Ela não só tinha bebido com aqueles homens nojentos, mas quase tinha tirado o vestido!

Dorothy estava convencida de que Credence estava brincando com seus sentimentos!

Ele a estava fazendo de idiota.

Dorothy estava com tanta raiva que não tirava os olhos das costas de Credence. Sua cabeça doía tanto, que parecia que ia explodir.

O que raios ela teria que fazer para ele concordar com o divórcio?

A porta da sala se abriu e se fechou em seguida. Credence foi embora sem olhar para trás.

Dorothy ficou plantada no lugar por quase dez minutos. Só então se virou e também foi embora.

Com isso, os outros também saíram. Apenas Bob, cuja virilha estava gravemente ferida, permaneceu. Ele pegou o telefone e fez uma ligação. "Depressa! Persiga aquela v*dia de vestido azul que acabou de sair daqui", ele gritou, com raiva.

Por mais que Credence tivesse Dorothy em alta conta, ela ainda era só uma mera acompanhante.

Primeiro, ele a apanharia e a torturaria. Depois, ele se livraria dela sem que ninguém percebesse.

Dorothy saiu. Olhou em volta, mas não viu Credence em lugar nenhum.

Ouviu passos rápidos atrás de si e virou a cabeça. Alguns homens que pareciam agressivos corriam em sua direção. Dorothy apressou o passo.

Infelizmente, seu corpo estava fraco demais. Na corrida, quase torceu o tornozelo.

Eles quase a alcançaram. Dorothy entrou em pânico e correu escada abaixo. No instante seguinte, ela se chocou contra o peito de um homem...

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