O Amor Perdido romance Capítulo 32

Credence atravessou o corredor até chegar ao quarto da suíte.

Estendeu a mão e abriu a porta devagar. Então, se deparou com uma cena que fez seu sangue ferver.

Ele tinha saído do hospital havia quinze minutos. Ficou surpreso quando viu que Dorothy ainda estava aninhada nos braços de Juelz. Seus olhos estavam fechados e os lábios curvados em um sorriso.

Ele ficou plantado em seu lugar por um longo tempo, sem mover um músculo. Parecia contemplar a cena romântica.

No entanto, se Jonathan ou Marvin estivessem ao seu lado naquela hora, poderiam constatar que ele estava muito irritado.

Quanto mais calmo Credence parecia, mais furioso estava por dentro. Mais do que isso, era um sinal de desgraça iminente para alguém.

"Juelz Sherman, já que deseja morrer, concederei seu desejo!" murmurou.

Então, desabotoou as mangas da camisa, devagar, e as arregaçou até o cotovelo.

Parecia uma cena de filme em câmera lenta.

Quando chegou o momento, deu um sorriso de escárnio. No momento seguinte, correu para o quarto rápido.

Tudo foi muito rápido.

"Quem diabos é você?"

Foi tudo que Juelz conseguiu dizer. Sentiu uma forte presença atrás de si. No mesmo instante, seu pescoço estava firmemente travado por um braço forte.

Devido àquela pressão, ele afrouxou os braços que envolviam Dorothy.

Enquanto Juelz ainda estava atordoado, foi violentamente arrastado do sofá. Seu rosto bonito, do qual sempre se orgulhara, foi esmagado contra a parede...

Juelz gritou de dor. Deslizou pela parede e caiu no chão, com o rosto todo machucado e inchado.

Ele teve sorte de não ter sofrido nada além de alguns ferimentos externos.

Dorothy estava deitada no sofá, pensando se tudo era apenas sonho. Bocejou devagar. Com a cabeça apoiada no braço do sofá, ela ainda estava em um estado de semiconsciência.

Juelz balançou a cabeça tonta e se levantou. Viu que o homem que quase o desfigurou era Credence. Ele tinha um ar presunçoso, como se tivesse pego sua esposa em flagrante. Juelz ergueu as sobrancelhas e riu baixinho: "Credence, você não quer saber de Dorothy, mas eu sim! Acho que você já percebeu. Dorothy tomou a iniciativa e me beijou agorinha. Ainda estou me deleitando nisso. Para ser sincero, gosto tanto dela que não pude recusar!"

"Você conhece bem esse sentimento, não é? Aposto que deve tê-lo experimentado com sua cunhada, Rosalie Fisher."

Naquele ponto, Juelz fez uma pausa. Endireitou as costas e deu um sorriso zombeteiro a Credence. "Não há certo ou errado em um relacionamento. A única coisa que importa é se você ama essa pessoa. Certo, poderoso Sr. Scott?"

Como um típico playboy rico de Talco, Juelz odiava gente como Credence, um modelo para a elite empresarial.

Em sua juventude, ele era criticado pelos anciãos da família Sherman, que o consideravam ignorante e incompetente e sempre o compararam a Credence. Eles diziam que Juelz exaltaria a reputação da família se tivesse as mesmas habilidades que ele.

Com o tempo, Credence se tornou a pessoa que Juelz mais odiava.

Credence gargalhou com frieza.

Sob a luz forte, o contorno de seu rosto se destacava. Seus olhos ardiam de raiva enquanto ele bradava: "Você pode amar quem quiser, mas não é digno da minha mulher!"

Diante do pensamento de Dorothy beijando o rosto de Juelz, Credence desejou poder cortar o rosto dele com uma faca.

Entretanto, ele não podia!

Se fizesse aquilo, Dorothy nunca mais o perdoaria.

Credence sabia melhor do que ninguém como ela poderia ser teimosa.

Por dez anos, ele não havia retribuído em nada a paixão dela. Mas quanto mais ela era vencida, mais ele se mostrava ousado. Ela fez várias coisas embaraçosas para chamar a atenção dele. Estava determinada a se casar com Credence e ninguém conseguiu impedi-la.

Ela demonstrou um amor tão fervoroso! Seria da mesma forma se o odiasse!

Por causa disso, Credence percebeu que não era uma atitude sábia ir longe demais, pois aquilo só lhe causaria mais prejuízos.

Entretanto, ele não deixaria Juelz escapar facilmente.

Logo, Credence pensou em algo. Sorriu com frieza e ergueu a perna, chutando Juelz na canela em um golpe preciso e implacável.

"Crack!"

Ouviu-se um som alto de ossos se quebrando.

A perna esquerda de Juelz fora quebrada. Seu corpo se inclinou para o lado. Ele sentia tanta dor que queria praguejar. Dava para imaginar o quanto Credence era forte.

"Vá para o inferno, Credence! Que tipo de homem você é para me armar uma emboscada dessa? Não me admira que Dory estivesse ansiosa para se separar de você e ir embora. Seu idiota desprezível e sujo! Vou te falar, enquanto eu viver, meu amor por Dory nunca morrerá."

Arrastando o pé esquerdo machucado e claudicante, Juelz estava extremamente furioso.

Que droga! Ele não podia acreditar que Credence realmente tinha quebrado a perna dele!

Demoraria pelo menos três meses para ele se recuperar, o que significava que ele não poderia se aproximar de Dorothy por um longo período.

Sua inteligência e habilidades de luta eram bem diferentes dos de Credence. Cerrando os punhos, Juelz socou a parede, desanimado.

Credence esticou as pernas, com elegância e traiu as pernas graciosamente e tirou uma poeira inexistente do terno. A camisa e a calça preta estavam impecáveis e ele parecia um perfeito cavalheiro.

O tumulto fez Dorothy despertar.

Sentou-se e sentiu a luz forte ofuscar seus olhos. Piscou e ficou parada por um momento, até que seus olhos finalmente se adaptaram. Ergueu o olhar e viu que havia algo errado.

Desde quando Credence estava ali?

Além disso, por que Juelz tinha sido espancado outra vez?

"Credence, o que você está fazendo aqui?"

Dorothy sentiu um arrepio em seu couro cabeludo. Viu a mão de Credence passar como um flash diante de seus olhos, e ele a agarrou e arrastou para o banheiro.

Ele trancou a porta.

O som ensurdecedor fez Dorothy estremecer. Quando encarou o olhar frio de Credence, seu coração batia descompassado.

"O que você está fazendo?!"

"O que você queria fazer!"

Pressionou Dorothy contra a porta e se forçou sobre ela. Sem usar as mãos, ele a prendeu com suas pernas fortes. Ela não conseguia se mexer.

Enquanto seu corpo a pressionava, ele forçava as pernas delicadas de Dorothy a se abrirem.

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