O Amor Perdido romance Capítulo 35

As ações de Credence foram muito rápidas.

Em menos de dez minutos ele chegou ao hospital.

Dorothy saiu do Maybach preto, ciente de que tinha perdido qualquer emoção relacionada à doação do rim. Diante da preocupação de Credence com a doença de Rosalie, ela surpreendentemente não sentiu nada.

Para Credence, a única mulher que importava era Rosalie, não ela.

Ele não hesitaria, mesmo que ela tivesse que sacrificar sua vida para salvar a de Rosalie, quanto mais doar um rim!

Embora ela e Rosalie não fossem parentes de sangue, seu rim era milagrosamente muito compatível com ela.

Naquele caso, ela consideraria aquilo como uma retribuição à família Fisher por criá-la.

Era triste pensar que ela perderia um rim saudável, depois de já ter perdido o marido e o filho.

Que patético!

Por dentro, Dorothy ria, irônica. Endireitou as costas e olhou para Credence, que caminhava à sua frente com pressa. Então, disse devagar: "Credence, antes que eu doe meu rim, por favor, prepare o acordo de divórcio e passe para mim."

Não que ela não confiasse nele, mas ela se sentiria mais segura com o acordo de divórcio.

Além disso, ela estava muito ciente da habilidade dele.

Só se ele a deixasse ir voluntariamente é que nunca mais dificultaria as coisas para ela.

Se ela escapasse sem a permissão dele, ele a torturaria infinitamente...

Honestamente, não tinha nada a ver com amor. Em vez disso, era seu desejo de controlá-la.

Se ele a quisesse viva, ela viveria. E se ele a quisesse morta, ela morreria. Ela nunca teria escolha.

Credence se virou para olhar para Dorothy. Sem perder a calma e mantendo uma expressão indecifrável, ele disse: "Seu rim pode nem ser necessário."

Aparentemente, desde o dia em que Dorothy supostamente esfaqueou Rosalie, ele tinha usado muitos recursos humanos e recursos materiais para procurar um rim compatível com o de Rosalie em bancos de órgãos em todo o mundo.

Infelizmente, ele não tinha conseguido encontrar até aquele momento.

Ele decidiu esperar mais um pouco. Talvez encontrassem algum compatível de última hora.

Ele ainda estava em um dilema. Dorothy devia doar seu rim para Rosalie?

Assim que o negócio se concluísse, Dorothy desapareceria de seu mundo para sempre. Ao pensar naquilo, Credence ficou com o coração apertado. Acendeu um cigarro e deu uma longa tragada. Havia um pouco de precipitação e impotência em suas ações.

"Você está tão desesperada assim para se divorciar de mim?"

Ele parou de repente e diante do rosto sem emoção de Dorothy, percebeu que a alegria e o entusiasmo que ela sentia por ele haviam sumido. Embora fosse uma noite de verão, ele sentiu frio.

"Sim." Disse calmamente, olhando dentro dos olhos dele.

"Você não me ama, e eu não te amo mais. Isso não é motivo suficiente?"

Ela disse que não o amava mais.

Suas palavras se repetiam na mente de Credence.

Ele franziu as sobrancelhas e fechou os olhos para esconder a raiva. Tragou mais uma vez o cigarro.

Devido à fumaça, mal se podia ver seu rosto e também as emoções confusas expressas em seu rosto.

"Claro, vou preparar o acordo de divórcio antes que você vá para a cirurgia."

Credence tirou o cigarro da boca e apagou-o com os dedos. Sua aura ameaçadora fez o coração de Dorothy quase parar de bater.

Ele parecia extremamente calmo. Seus lábios se curvavam em um leve sorriso e ele disse: "Dorothy, depois que você me deixar, não se arrependa!"

Se arrepender de quê?

Ele era só um homem que não a amava.

Dorothy ergueu os olhos e abriu um sorriso largo. "Eu não vou me arrepender!"

Seu sorriso aliviado feriu Credence. Ele se virou e entrou no saguão do hospital. Seu punho direito estava cerrado. As veias de sua mão estavam salientes, causando temor a quem o visse.

Dorothy lançou-lhe um olhar, mas fingiu não ver aquilo. Seguiu-o para a ala de Rosalie.

Assim que entrou na enfermaria, foi saudada com um tapa no rosto, seguido pelos gritos agudos de Linda.

"Cretina! Rosie está quase morrendo, por sua causa. Está feliz agora? Satisfeita? Estou dizendo, nem sonhe com isso. Credence não a verá morrer. Ele prometeu que você doaria seu rim para Rosie... Quando ela se recuperar, eu lidarei com você. Espere e verá!"

Linda olhou furiosa para Dorothy. Resistiu ao desejo de esfaquear Dorothy em nome de Rosalie.

Sentindo o olhar frio de Credence em sua direção, Linda não ousou agir de maneira muito arrogante. Beliscou disfarçadamente sua cintura e forçou para que rolassem algumas lágrimas. "Credence, não tenho outras intenções. Embora Dorothy seja adotada, nossa família sempre a tratou como nossa própria filha. Nunca a maltratamos, mas ela foi cruel e machucou Rosie repetidas vezes. Minha pobre Rosie é uma garota tão gentil e obediente. Ela nunca causou problemas. Por que teve que sofrer tanto?"

"Mãe, vou repetir. Nunca fiz nada com sua filha. O que aconteceu não teve nada a ver comigo. Quanto a este tapa e meu rim, é para retribuir sua gentileza por me criar."

Dorothy ergueu a mão e tocou a bochecha esquerda, onde Linda acabara de dar um tapa. Olhou em volta e finalmente fixou os olhos em Rosalie, imóvel na cama.

Mesmo com uma grande comoção ao seu redor, os olhos de Rosalie estavam bem fechados, sem resposta alguma. Ninguém sabia se ela estava dormindo ou desmaiada.

Mas nada daquilo tinha a ver com Dorothy.

Assim que o negócio acabasse, Credence, Rosalie e todos os Fisher não teriam mais nada com ela.

Naquele momento, Linda gritou com Dorothy: "Você ainda está ciente de que a criamos, então? Você acha que um rim é suficiente para retribuir nossa bondade? De jeito nenhum! De agora em diante, você deve ser nossa escrava e nos servir pelo resto da vida até que estejamos dispostos a perdoá-la! "

Dorothy ficou boquiaberta.

Ela não tinha feito o suficiente por eles em todos aqueles anos?

Todos os meses, ela dava a Linda toda a sua mesada de Credence. Ela não poupou um único centavo para si mesma. Por causa disso, muitas vezes, só comiam macarrão instantâneo. Ela tratou a família Fisher com todo amor, mas no final, não conseguiu conquistar seu afeto.

Não importava o quanto ela tinha se sacrificado, ela não tinha conseguido a aprovação deles; por mais devotada que tivesse sido, não conseguiu conquistar seus corações.

Dorothy se virou e olhou sorrindo gentilmente para Linda, cujo rosto ardia de raiva. "Mãe, vivi 26 anos e nunca fiz nada de errado com você, nem com a família Fisher. Espero que você pelo menos tenha consciência disso."

Credence olhou para os olhos vazios e frios de Dorothy e teve a sensação de ter sido abandonado por ela.

Naquele meio tempo, alguém bateu na porta. Então, alguns médicos entraram na sala. Examinaram todo o corpo de Rosalie. Depois disso, o médico responsável relatou a Credence: "Sr. Scott, embora tenhamos transfundido sangue suficiente para a Srta. Rosalie, o estado dela ainda é crítico. Espero que você possa encontrar um rim compatível o mais rápido possível. Os rins dela estão se deteriorando lentamente. Não parece otimista!"

Credence estreitou os olhos. Resistiu ao impulso de quebrar o acordo com Dorothy e perguntou com frieza: "Quanto tempo eu tenho?"

"Até a meia-noite de amanhã."

O médico pigarreou e continuou a explicar: "Se o transplante for concluído dentro deste período, a rejeição é menos provável. Mesmo que aconteça, seria apenas uma reação leve. Não afetaria a recuperação da Srta. Rosalie."

Ao ouvir isso, Linda apontou para Dorothy e gritou: "Ouviu isso? O que está esperando? Arraste-a para a sala de cirurgia para salvar Rosie imediatamente! Quanto mais cedo melhor!"

Credence piscou e se virou para encarar Linda. Com frieza, disse: "Eu sei o que fazer."

Linda empalideceu na hora e suas pernas fraquejaram. Sem se mover um centímetro, ela apenas olhou para aquele rosto assustador, boquiaberta. No entanto, ela não ousou dizer mais uma palavra.

.....

Naquela noite, Dorothy dormiu no quarto ao lado do de Rosalie.

No meio da noite, acordou com um pesadelo. Quando estava prestes a se levantar, percebeu que algo forte envolvia sua cintura.

Sob a luz fraca da cabeceira, Dorothy viu que havia um homem deitado ao lado dela. Seus braços a estavam abraçando com força e ela não conseguia se mover.

O rosto dela estava pressionado contra seu peito duro.

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