O Amor Perdido romance Capítulo 36

Dorothy ainda estava entorpecida. Seus olhos estavam entreabertos e sua visão embaçada. Ela não podia ver bem o rosto do homem sob a luz fraca.

Envolvida naquele abraço gentil, ela podia sentir o calor dele contra sua cintura. O leve cheiro de cigarro misturado com o cheiro único dele a envolvia...

Por alguma razão, aquilo fez seu coração bater descompassado de novo. Um sentimento estranho atingiu seu coração.

Credence?!

Por que ele se enfiou na cama dela em vez de ficar ao lado de Rosalie?

Ela abaixou a cabeça e conseguiu ver com mais clareza. Seu rosto adormecido, tão calmo quanto o mar. Sem qualquer traço de frieza e crueldade. Era uma diferença marcante para o seu jeito habitual.

Depois de contemplá-lo por um longo tempo, Dorothy tentou se afastar de seu peito com cuidado. No entanto, assim que ela se mexeu, um toque de telefone alto quebrou o silêncio.

Vinha do celular de Credence.

Sentindo que ele acordaria com o som, o corpo de Dorothy enrijeceu. Ela fechou os olhos inconscientemente.

Quase na mesma hora, Credence abriu os olhos. Ele notou que sua mão estava presa na cintura esguia dela. Aquela pele delicada e irresistível o fez acariciá-la algumas vezes.

O corpo de Dorothy estremeceu, produzindo ondas sedutoras em seu peito. Credence a encarou com um olhar intenso.

Dorothy tinha mesmo uma beleza natural. Apesar da cintura esguia e do corpo magro, tinha seios fartos. Ele não conseguia nem segurá-los com uma das mãos.

Era irresistível!

Credence admitiu que mesmo que não sentisse muita coisa por ela, ansiava por seu corpo voluptuoso.

Entre todas as belezas de Talco, só ela evocava os desejos mais profundos em seu coração. Aquela também era a única razão pela qual ele ainda estava disposto a permanecer casado com ela, mesmo que a desprezasse.

Depois de apreciar o corpo perfeito de Dorothy por mais de dez segundos, ele se levantou da cama e pegou o celular na mesinha de centro.

"Alô. O que foi?" disse com a voz rouca.

"Credence! Por favor, venha aqui! Rápido! Rosie vai morrer desta vez. Juelz é um monstro! Ele invadiu a UTI e ameaçou matá-la com uma faca. Disse que queria vingar Dorothy. Snif... Snif... Rosie foi esfaqueada várias vezes. Está sangrando muito. Parece que não vai sobreviver desta vez..."

Por alguma razão, Credence colocou o telefone no viva-voz.

Os soluços ensurdecedores de Linda encheram a ala silenciosa.

Linda acabou de falar que Juelz estava tentando matar Rosalie a facadas só para vingá-la?

"Credence, espera!"

Ela se sentou e olhou para Credence, que vestia camisa preta e calça. Ela não conseguia decifrar nenhuma emoção em seus olhos escuros. De repente, começou a chorar.

"Juelz estava só agindo por impulso. Se Rosalie estiver sã e salva desta vez, você pode... você pode ser tolerante com ele?"

Credence ficou mudo.

Por que ela pensava tanto em Juelz?

Ela se importava tanto assim com ele?

Enquanto Dorothy falava, Credence abotoava o paletó.

Parou, quando a ouviu implorar. Depois de um longo silêncio, ele ergueu o olhar e encarou Dorothy, que continuava sentada na cama, ansiosa. Deu um sorriso fraco. Sua expressão era fria como gelo.

A sala estava quente. No entanto, o olhar de Credence fez Dorothy se sentir em um abismo profundo. Sentia um frio de bater os dentes.

De novo, um longo silêncio.

Sem dizer nada, foi até a porta. Segurou a maçaneta e se virou para olhar para Dorothy. Sem nenhum traço de calor em seu olhar, disse: "Levante-se e venha comigo."

.....

Dorothy não tinha roupas limpas. Não teve escolha a não ser colocar o vestido do dia anterior, ainda cheirando à bebida. Seguiu apressada atrás de Credence.

Sem saber quanto Juelz tinha ferido Rosalie, seu rosto pálido demonstrava preocupação e ansiedade.

Quando chegaram ao quarto de Rosalie, parecia que um tufão implacável tinha passado por ali. O lugar estava um caos.

Escondida em um canto, Linda gritava: "Pegue-o! Não o deixe fugir! Espere, Juelz! Credence não deixará você escapar. Ele o mandará para a prisão e você apodrecerá lá pelo resto da vida!"

"Heh! Credence? Vá em frente, ligue para ele! Acha que eu tenho medo dele? Me solta! É melhor me soltar. Que droga! Eu vou matar esse idiota sem vergonha. Primeiro você quer o sangue de Dory e depois quer o rim dela. Por que você é tão descarada! Você não sabe que Dory tem estado sob minha proteção todo esse tempo?"

Lívido, Juelz segurava uma faca afiada na mão direita. Arrastou a perna esquerda machucada e mancou em direção à cama onde Rosalie estava deitada.

No entanto, vários médicos o afastaram. Em meio ao caos, alguém chutou sua perna machucada. Ele fez uma careta de dor. Batendo os dentes, zombou: "Vocês me enojam! Vocês estão se aproveitando de Dory só porque ela não tem família? Deixe-me esclarecer algo. De agora em diante, ela tem a mim e a família Sherman! Não se atrevam a intimidar a mulher que eu amo!"

Juelz sentia muita dor.

Parecia que sua perna esquerda estava prestes a se quebrar.

Suspirou. Com fúria, chutou os médicos com a perna direita, derrubando-os. Acenando com a faca afiada, avançou em direção a Rosalie outra vez.

Rosalie já havia perdido muito sangue. Sem saber se ela havia morrido, Juelz pensou que seria mais garantido esfaqueá-la mais algumas vezes.

Na pior das hipóteses, ele morreria com ela!

"Juelz, pare com isso! Não seja bobo! Não vale a pena. Não sou digna de que você faça isso por mim..."

Antes que Dorothy terminasse de falar, uma rajada de vento gelado passou por ela.

O corpo de Juelz foi atingido por socos fortes.

Ele foi jogado contra a porta. Seu grito surdo de dor foi acompanhado do som de ossos quebrando. Mesmo naquele caos, o barulho ressoou pela sala.

Vários jorros de sangue vermelho vivo saíram pela boca de Juelz. O sangue espirrou por toda parte criando uma cena medonha.

"Juelz, como você está?"

Dorothy deu um pulo, em choque. Estava prestes a correr até Juelz, que estava arriscando a vida por ela, quando um vulto negro, passou diante dela. Havia uma forte aura assassina em torno dele e parecia que ele não desistiria enquanto Juelz não estivesse morto!

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