O Labirinto de Amor romance Capítulo 25

- Essa é a sua solução? - De repente ele falou, com a voz fria. Seus olhos escuros fizeram com que eu ficasse um pouco assustada.

- Sim! - Desde o início, eu percebi que deixar a Cidade de Rio seria uma coisa lógica no caso de eu ter motivos para pedir a demissão.

Na minha frente estava Guilherme, alto e forte. Ele me deu um sorriso frio e incompreensível, fazendo com que eu sentisse o ar frio que se aproximava de mim:

- Teve um aborto, assinou o acordo de divórcio, e agora está disposta a pedir demissão. Kaira, o que pretende fazer?

Suas palavras fizeram minhas palmas da mão suarem. Cercada por seu cheiro, eu dei um passo para trás por instinto. De repente ele me pegou, colocando seus braços ao redor da minha cintura. Seus olhos escuros pareciam rigorosos:

- Aonde pretende ir depois de deixar a Cidade de Rio?

- Não vou a lugar nenhum! - Eu me apressei a negar. Olhando para ele, eu disse:

- Você sempre quer que eu assinasse o acordo de divórcio, não é? Eu já o assinei, e agora você pode namorar com a Lúcia. Isso não é o que deseja?

- Muito bem! - Seu sorriso ficou mais frio e as mãos colocadas ao redor da minha cintura se apertaram:

- Kaira, você sabe que odeio que outros tomem decisões por mim. Acha que consegue escapar com tanta facilidade depois de me fazer perder meu filho?

- Você não queria aquele bebê, pois não? - Eu franzi a testa, sentindo mais dificuldade de o compreender:

- Lúcia estava me ameaçando com sua morte. Em vez de vocês me forçarem a fazer o aborto, eu preferi ir sozinha!

A atmosfera ficou tranquila. Guilherme estreitou os olhos, fazendo com que eu sentisse perigo. Eu tinha a sensação de que o que estava diante de mim nesse momento era um leopardo feroz que tinha sido enfurecido, e que se eu não tivesse cuidado, ele morderia meu pescoço e me despedaçaria.

- Bem, você é inteligente!

Eu não compreendia suas palavras, mas sabia que não era elogio.

- Kaira, guarde sua sabedoria, já que você abortou o bebê, tudo bem, então vamos conceber um outro!

Depois de dizer isso, ele saiu com o rosto frio. Fiquei congelada, não compreendendo bem suas palavras. Se o marido de uma outra mulher tivesse dito isso, seria a consolação e preocupação, mas no caso dele, não era assim, absolutamente não.

- Ainda vai ficar aí? - Ele virou a cabeça, franzindo um pouco a testa. Sua voz parecia um pouco dura.

Eu não sabia o que fazer por um momento. Depois de lhe responder em voz baixa, eu passei a segui-lo trotando.

Após deixarmos a empresa, Guilherme me levou para um pátio grande, onde ficava um restaurante chinês. Quando entramos no pátio, vimos uma mulher vestida com uma saia cor-de-rosa. Ela olhou para Guilherme e disse com um sorriso:

- Por aqui, Presidente Guilherme, por favor!

Sob sua orientação, Guilherme e eu atravessamos o pátio e entramos numa casa. Logo quando entramos, vi Vinícius e Pietro fazendo chá. Parecia que os dois estavam conversando.

A mulher saiu depois de entrarmos na casa. Guilherme se dirigiu até eles e se sentou numa cadeira ao lado deles. Com os olhos indiferentes, ele disse:

- Por que não pediram nada?

- O Chefe Ryan está cozinhando a sopa. - Depois de dizer isso, Vinícius se virou para mim e disse:

- Está com fome?

Eu congelei por um momento, depois abanei a cabeça.

Pietro me detestava. Vendo que Vinícius se comportava assim, ele disse em um tom ruim:

- Por que está tão mimada? Só porque abortou um bebê? Vale a pena mandar o Chefe Ryan cozinhar a sopa para você? Ele é um chefe de nível internacional. Que desperdício!

Vinícius tentou o parar, mas eu sorri e disse:

- Há uma bela vista aqui, vou sair para passear!

Essas palavras foram dirigidas especificamente para Guilherme e Vinícius.

Lançado uma olhada indiferente em mim, Guilherme não falou nada. Vinícius disse:

- Há uma bela vista no pátio, onde você pode dar um passeio. Ao lado dele há um jardim de bonsai, onde há um lago com muitos peixes dentro.

Eu saí depois de o agradecer com um sorriso.

- Vinícius, está com problemas mentais? Por que você se preocupa tanto com essa mulher? O que há de errado com você? Se ela não tivesse feito tudo o que podia para casar com Guilherme, Lúcia e Guilherme teriam sido um casal feliz há muito tempo.

As palavras foram ditas por Pietro, e mesmo que eu não as quisesse ouvir, não as poderia evitar, porque sua voz era tão alta que todos no pátio podiam o ouvir.

Acelerei meus passos porque não queria ouvir mais essas palavras. Saindo do pátio, vi uma vista bem diferente.

O terreno da Cidade de Rio era muito precioso. O pátio era enorme e estava localizado no centro da cidade, então se podia imaginar quão luxuoso era. Fora do pátio ainda havia uma área grande para a plantação das flores, portanto o proprietário do restaurante devia ser um homem bem rico.

Enquanto caminhava pelo caminho de pedra, vi um homem de cerca de trinta e cinco anos com uma criança quebrando os galhos verdes no pátio.

Enquanto me aproximava deles, o homem também me viu. Ele largou os galhos e me cumprimentou:

- Olá!

Respondi-lhe com um sorriso:

- Olá!

A criança ao seu lado parecia estar aprendendo a andar. Quando me viu, passou a vir na minha direção com os passos lentos. Era uma criança muito ativa.

Não sabendo falar, ele me passou a flor amarela que estava na sua mão, de olhos arregalados.

Nesse momento, me surgiu uma sensação de alegria e estava prestes a pegá-lo nos meus braços quando fui parada pelo homem:

- Está grávida. Ele é malandro. Cuide-se.

Fiquei congelada por um momento e olhei para aquele homem com surpresa:

- Como você... - sabia que eu estava grávida?

Eu não terminei a pergunta.

Ele disse:

- Você não precisa se surpreender. Tenho um pouco de conhecimento da medicina, e segundo seu rosto e a forma de que você protegeu sua barriga de forma inconsciente quando estava andando agora mesmo, achei que você deveria estar grávida.

Eu acenei com a cabeça e fiquei um pouco impressionada com esse homem.

- A vista do pátio é especial. - Eu disse: - Parece ser uma horta!

O homem sorriu e me corrigiu:

- Para ser mais preciso, este é um jardim medicinal, onde há mais de 2.000 ervas medicinais, algumas das quais estão à beira da extinção. Aqui todas são cultivadas.

Fiquei sem reação por um tempo e observei o pátio com atenção. Ele estava correto. Não havia muitos lugares com legumes, mas havia muita plantas que eu não conhecia. Além disso, havia um cacto muito alto.

- No início era chamado de o jardim medicinal. Como a Cidade de Rio tem o clima mais agradável do país e é o local mais fácil para a cultivação de vegetação, se tornou uma concentração de ervas medicinais no país. O número não é alto, mas todas as variedades foram preservadas. - Arrumando os galhos verdes na mão, o homem se preparou para sair com a criança depois de me dizer isso.

Acenei com a cabeça. Ele saiu pegando a mão da criança, e eu passei a observar o local com atenção.

Após alguns passos, o homem parou de repente. Olhando para mim e disse:

- Sra. Kaira, não fique muito tempo aqui, alguns dos remédios não são bons para o bebê!

Fiquei estupefacta. Quando me virei, ele tinha se afastado com a criança. Ele me conhecia?

Não demorou muito para Guilherme vir me procurar. Vendo que eu estava agachada observando as formigas junto ao riacho, ele se dirigiu até o meu lado sem que eu soubesse e disse:

- Vamos!

Eu estava observando com tanta atenção que quase caí de terror no riacho devido à sua voz repentina. Ele foi rápido o suficiente ao me salvar.

Guilherme franziu um pouco as sobrancelhas:

- Está maluca?

Eu dei um sorriso para ele depois de voltar a mim e disse envergonhada:

- Estava distraída.

Ele não falou mais e foi embora.

Sentia que Guilherme me tratava de forma diferente nos últimos dois dias. Parecia que ele não me tratava de forma tão fria como antes.

Seguindo-o, eu tomei a coragem e disse:

- Esse jardim medicinal não era um lugar para comer?

- Não. - Ele disse, parecendo que não esperava que eu falasse mais.

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