Apesar de todo o almoço ter decorrido mais tranquilo , o encontro com Marco colocou Vasco tenso por uns momentos. Não tinha estado presente na conversa dos dois , eles se tinham afastado um pouco depois de uma deliciosa sobremesa, mas notava que era algo sério para deixar Vasco em silencio todo o trajeto até casa. Sua postura estava tensa e ele pouco me olhava como era habitual. Ele parecia distante, mas como se estivesse concentrado num elaborado plano. Como uma menina obediente fiquei quieta no meu canto até que entramos pelo portão automático da casa térrea onde eles moravam. Olhando melhor , era uma moradia pequena ,mas muito ampla rodeada por um enorme jardim traseiro. O muro de dois metros envolvia grande parte da floresta e o sistema de segurança incluía camaras e vedação elétrica. Poderia dizer que eu estaria bem guardada ali, mesmo que não tivesse um vampiro e um lobo com poderes e instintos poderosíssimos de proteção.
Respirando fundo vejo que o entardecer estava chegando , assim Alexandre estaria acordado já. A possibilidade de o ver me deixa feliz , alem de surpresa por desejar vê-lo. Estaria a começar a aceitar normalmente esse tipo de rotina? Te-los na minha vida diária fazendo uma vida normal de casal?
Não, não havia nada de normal ali, não depois do ataque de hoje. Eu era humana, frágil, mortal. Eles, homens atraentes, sedutores, sobrenaturais e imortais. Balançando a cabeça com uma frustração latente ao reparar que mais uma vez a minha insegurança estava a tomar conta , abro a porta do jipe na hora em que ele pára, correndo para dentro, sem mesmo responder ao chamamento de Vasco, batendo num corpo duro na mesma hora que coloco os dois pés no meu quarto.
Alexandre franze o sobrolho ao ver Ângela nervosa e de novo confusa. Ele tenta não ler seus pensamentos , mas a preocupação bate mais forte que o bom senso e deixa sua defesa cair. Ele rapidamente a segura pela cintura , arrancando um ofego de seus belos lábios. Seu olhar a prende por momentos.
__ Fugindo de novo?
__ Na.. não ... porque estaria fugindo? - Tento mostrar firmeza apesar de que minha voz treme ao sentir o corpo de Alexandre colado ao meu, já não falando naquele olhar intenso e lábios a milimetros dos meus.
__ Ângela...Ângela... sabes bem que não me podes mentir!
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