2 - Reclamada Por Dois romance Capítulo 42

__ Não de forma alguma. _ Alexandre estava furioso falando no celular para seu subordinado. Ele olhava sua companheira com frustração, impaciência. __ Não  há maneira nenhuma de eu sair daqui agora , ainda mais se ele fugiu.

__ O que se passa ?- Levanto uma sobrancelha ao perceber o tema de conversa.

__ Não te preocupes são coisas da organização.- Vasco de imediato declara ao perceber a tensão de sua fêmea.

__ Então porque está tão  zangado ?- Questiono confusa.

__ Eles querem que ele vá juntar  a equipa de intervenção para apanhar um dos renegados que fugiu das instalações do Sul. - Vasco suspira ao beber um gole de seu suco de laranja , Ângela não podia beber espumante e ele estava solidário com sua fêmea. __Eles fizeram merda só pode.

__ Mas se é necessário porque não vai?- Vasco me olha boquiaberto, como se eu tivesse dito algo muito grave .

__ Não estás a falar sério? - Vasco cruza os braços no peito mostrando uma carranca ao encarar Ângela . __ Nossos filhos podem nascer a qualquer momento, não há nada deste mundo que o possa afastar de ti agora, assim como eu...- Vasco enlaça um dos braços ao redor de sua cintura, a puxando para seu corpo, rosna em advertência. __ Estaremos grudados em ti 24 horas por dia.

__ Para tua informação...- Revirando os olhos , cutuco seu peito com o dedo.__ Estou rodeada por uma boa profissional de medicina, ela sabe o que fazer quando chegar a hora e aqui...- Aponto para todos na sala cheia. __ Aposto que não faltará ajuda.

__ Mas eu perderia o milagre de ver nossos filhos na hora em que chegam ao mundo. - Alexandre se aproxima encarando sua bela mulher . __Algo que será fascinante testemunhar além de inesquecível. - Arrancando Ângela do corpo de seu irmão, ele a presenteia com um beijo apaixonado antes de questionar .__ Percebeu minha fêmea ?

__ Sim...- Completamente derretida , estico os lábios os encarando alternadamente , eu realmente era sortuda por ter dois belos homens me cuidando assim.___ Só não quero que alguém sofra nas mão de um criminoso se o puderes impedir.

__ Não preocupes essa linda cabecinha com esses assuntos. - Alexandre suspira frustrado, sua preocupação agora era somente ver seus filhos e sua companheira saudáveis na hora do parto. __ Nicholas tratará  dele, não há hipótese de conseguir ir para muito longe.

__ Quem é Nicholas? - Levanto a sobrancelha surpresa por nunca ter ouvido esse nome antes, eu realmente  tinha que me envolver mais nesses assuntos para perceber ate que ponto eles eram necessários nessa sociedade sobrenatural.

__ Nicholas pertence a um Clã que aplica as leis rigidamente no nosso mundo. - Alexandre de imediato sorri, satisfeito por sua companheira desejar saber mais de seu mundo. __O Clã dos Independentes é a nossa força policial , podemos dizer assim, nós somos só uma organização privada que os ajuda na luta contra  os que não respeitam o nosso anonimato e a vida ...- Ele faz uma pausa antes de acrescentar.__ Dos ...humanos.

__ Ah... percebi. - Engolindo em seco compreendo sua hesitação nas palavras finais, eu sabia o que seu olhar demonstrava, a lembrança de meu ataque, duas vezes que podia ter sido fatal.__ Ok , mas me promete...se for urgente, muito urgente , tu vais.

__ Não posso prometer algo assim.- Alexandre declara firme e autoritário.

__ Como não? - Eu fico boquiaberta por sua resposta e logo encaro Vasco que simplesmente sorri de lado.__ Eu estarei bem, aposto que nossos filhos se sentem tão protegidos aqui, que não nascerão até que eu os obrigue.

__Nesse caso...- Alexandre declara orgulhoso , sem deixar de abraçar Ângela ele alisa a barriga com as duas mãos . __Já mostram bastante inteligência.

__ Realmente !- Sem conseguir evitar solto uma gargalhada , balançando a cabeça quando ambos mostram um sorriso  zombeteiro.

__ O júnior precisa de alguns cuidados maternos ... - Cassandra faz uma careta ao indicar que a fralda estava suja e mal cheirosa ao se aproximar de sua nova amiga e seus companheiros __ Ângela queres me acompanhar , sempre começas a te habituar a esta rotina.- Piscando o olho ela acrescenta . __ Em breve será a dobrar.

__ Verdade !- Rindo acaricio a mão do bebé que rapidamente me agarra um dedo com força. Encaro  Vasco e Alexandre, a emoção me invadindo ao sentir que nossos filhos pontapeiam meu ventre. A expressão de Alexandre sempre que ele os sentia mexer era fascinante, seus olhos brilhavam intensamente e sua palidez ficava mais latente, como se receasse que algo acontecesse dentro de mim. __Parece que terei ajuda extra nessas alturas.-Alexandre acena esboçando um sorriso , beijando meus lábios ternamente , Vasco beija meu pescoço, antes de me afastar com Cassandra para fora do salão.

__ Como te sentes ?- Cassandra olha Ângela com cautela.

__ Eu sou tua Alpha também e estou mandando. - Cassandra coloca as mãos nos quadris o confrontando com postura de líder.

__ Lamento Senhora .- Estêvão fica apreensivo com a ordem de Cassandra , mesmo assim tenta se manter firme . __ Mas tenho minhas ordens.

__ Deixa!- Rindo eu encaro aquele bate boca que não levaria a lado nenhum. __ Eu posso ir , sem problema.

__ Não precisas Ângela. - Cassandra balança a cabeça frustrada antes de encarar seu protetor com uma carranca . __ Ele passa bem sem isso umas horas.

__ Não me parece!- Observo o menino sorrindo feliz . __ Se ele adormece e molha a fralda ficará com um vermelhaço doloroso. -Encaro Cassandra com firmeza . __Volto num instante.

__ Estêvão, acompanha Ângela até  seu Alpha...- Cassandra ordena autoritária .__ AGORA!

__ Também não posso  Senhora...- O homem encara Cassandra e logo Ângela apreensivo, seu conflito era latente. O dever de um macho era proteger qualquer fêmea, ainda mais com filhotes , mas sua Alpha viria sempre primeiro. __Minhas ordens é não arredar o pé do seu lado e do júnior quando meu Alpha não está .

__ Acho que são as ordens certas nesse caso. - Acenando com um grande sorriso para o homem lobo, pisco o olho para Cassandra ao abrir a porta.__ Não demoro.

Saindo em passos largos depois de fechar a porta , dou uma grande risada no silencio da noite , realmente podia ser desesperante ser colocada numa redoma de vidro, esperava que comigo não fosse tanto assim, apesar de eu estar lascada, tinha dois no meu pé , ainda mais com os gémeos nascidos, aquela casa seria uma fortaleza em breve.

Faltavam poucos metros para o salão de festa, a musica já se ouvia cá fora , bastava fazer a curva no alpendre e logo estaria  junto a todos. Mas uma dor forte surge no meu baixo ventre , como se um grande pontapé fosse desferido  com grande brutalidade, o que não percebi é porque a dor se tinha alastrado para a minha nuca. A pancada veio sem aviso, e antes de desfalecer nos braços de alguém , minha visão turba regista dois olhos lupinos, não carinhosos ,mas sim de uma selvajaria  assustadora.