2 - Reclamada Por Dois romance Capítulo 7

No momento em que tranquei a porta e nos dirigimos ao elevador, o meu estômago se apertou. Os meus sentidos já não estavam a cem por cento, afinal tinha sido má ideia beber aquele copo de vinho. Quando as portas se fecharam comecei a ficar quente, olhei para os dois homens ao meu redor, mas eles mantinham uma postura confiante, rostos inexpressivos. Desta vez nenhum me encarava, mas notava a tensão que invadia aquele espaço fechado.

Chegámos a porta de saída do prédio sem articular uma palavra, o silêncio era enervante, mas também era compreensível, não poderíamos falar do assunto que invadia a minha mente nestas últimas horas assim, em qualquer lugar. Distraída por meus pensamentos de imediato sigo para a direita , mas rapidamente foi agarrada e impedida de avançar mais um passo. Olhando para o lado percebo Alexandre , tenso, me segurando o braço, sua expressão era de perplexidade, apreensão e até mesmo quase de sofrimento . De imediato me solta , respirando fundo ao fechar os olhos por uns segundos .

__ O carro está do outro lado. – Vasco declara rapidamente observando Alexandre preocupado. Seu irmão quase se transformara ali mesmo e ele nunca perdia o controle .

__ Esta tudo bem com ele? - Questiono Vasco ao perceber que Alexandre se tinha afastado de mim como se eu tivesse alguma doença contagiosa.

__ Não te preocupes. -Alexandre responde imediatamente, encarando a fêmea constrangida . __ Estou bem.

__ Ainda bem...- murmuro as palavras não muito certa do que se tinha passado momentos antes . Rapidamente chegámos ao carro, Vasco abre a porta traseira me indicando que o meu lugar seria ali, longe de ambos, o que eu agradecia também. Estar muito perto deles começava a perturbar meu corpo e mente . Mesmo assim aquela troca de olhares no retrovisor , intensos e quentes , não me deixavam muito à vontade. Realmente havia algo perturbador no ambiente entre nós os três.

Decidida a me acalmar perante aqueles dois estranhos seres da noite , fecho os olhos , me recostando no banco, o que de imediato me fez bocejar varias vezes . Eu já sabia, o vinho começava a fazer o seu efeito, as vezes pensava que era alérgica a bebidas alcoólicas , sempre que bebia , ou ficava com coceira ou totalmente sonolenta. Passados uns minutos de caminho o meu corpo relaxou totalmente e encontrei-me a deslizar no mundo dos sonhos.

__ Vasco! - Alexandre respira fundo ao observar Ângela dormindo, pelo retrovisor . __ Sei que será quase impossível para ti...- Estacionando em frente a casa ele acrescenta . __ Mas temos que ir com calma ! – Ele encara seu irmão com seriedade. __ Senão acabamos por a afugentar.

__ Sim eu sei. – Vasco olha a mulher  no  banco de trás, passando os dedos em seu próprio cabelo, frustrado. __ Vou tentar, mas  meu lobo não quer esperar muito.

__ Mas vai ter que esperar. –Alexandre rapidamente sai do carro pegando em Ângela cautelosamente ao colo.__ Ela ainda tem que se habituar a esta nova realidade, vampiros e lobisomens. E depois á realidade de provavelmente ser companheira de dois homens.

__ Já chegámos?- Um bocejo sai da minha garganta ao mesmo tempo que pisco os olhos sonolenta ao me sentir ser levantada. Envolvendo os braços no pescoço do macho cheiroso , simplesmente volto adormecer, naquele momento meu subconsciente é que mandava.

__ Sim...- Os olhos de Alexandre de imediato escurecem e as presas descem com o toque de Ângela Carinhosamente ele inala perto do pescoço dela e suspira. Ele ainda não tinha totalmente a certeza, seu perfume era delicioso, o estimulando de corpo e mente , mas havia algo que o perturbava, um bloqueio se dava quando começava a tocá-la. Seria seu irmão? Seria o receio de se deixar levar e não aceitar partilha-la? Respirando  fundo encara seu irmão pensativo.  __ O melhor é leva-la rapidamente ao quarto e deixa-la dormir até de manha.

Vasco acena com a cabeça seguindo seu irmão até ao quarto. Alexandre de imediato a coloca na cama, lentamente , evitando que ela acordasse de novo. Era difícil ter aquele auto-controle, sentindo o calor e o odor dela em seu corpo era instigante . Ele sabia que Vasco também estava tenso e que se esforçava por se controlar. Para ele era mais difícil, o lobo queria reclama-la naquele mesmo segundo , visto que tinha todas as certezas, já ele preferia esperar , apesar de estar completamente duro . Vê-la estendida na cama, na casa que seria dela , não ajudava muito. Respirando, profundamente Alexandre vira-se para sair.

__ Não vamos deixa-la dormir assim, pois não? – Vasco rapidamente confronta seu irmão apreensivo.

__ Assim como? – Alexandre soa confuso.

__ Assim ...vestida... – Vasco bufa como se fosse algo óbvio.

__ E quem a vai despir? – Alexandre questiona surpreendido ao encarar seu irmão com a sobrancelha levantada .__ Se eu já estou assim só por a tocar...- Ele rosnou, apontando para a virilha inchada. __ Então se a dispo não há mais controlo para mim.

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